Sustentabilidade
Fávaro: Brasil está na iminência de abrir mercado da China para o DDG
Hoje, 18 mercados importam do Brasil os grãos secos de destilaria (Distillers Dried Grains, ou DDG, na sigla em inglês), um subproduto da produção de etanol

Leandro Silveira | Broadcast Agro*
04/04/2025 - 16:27

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o país está “na iminência de abrir o mercado da China para o DDG”. Os grãos secos de destilaria (Distillers Dried Grains, ou DDG, na sigla em inglês) são um subproduto da produção de etanol, obtido a partir de grãos e utilizado na ração animal, como milho.
A declaração foi dada durante discurso na 2ª Conferência Internacional Unem Datagro sobre Etanol de Milho, realizada na quinta-feira, 3, em Cuiabá (MT).
“Atualmente, 18 mercados importam nosso DDG, sendo que 14 foram abertos recentemente, como México, Reino Unido, Canadá e Vietnã”, afirmou Fávaro. “Mas seguimos avançando com um grande objetivo: abrir o mercado da China, garantindo ainda mais sustentabilidade para esse setor.”
O ministro da Agricultura também afirmou que o Brasil está consolidando sua posição como líder global na produção de biocombustíveis.
Ele destacou que o setor agropecuário e energético são complementares e que a ampliação da mistura de etanol na gasolina beneficiará produtores e consumidores.
“O campo se tornou a nova Petrobras”, afirmou o ministro.
Em seu discurso, Fávaro buscou ressaltar que o governo voltou a estimular a produção de biodiesel. “O presidente Lula acabou com o retrocesso que vinha acontecendo, por exemplo, no biodiesel, onde, em vez de estar em B15, já estávamos retroagindo para B10. Agora, já retornamos ao B14 e, muito em breve, ao B15.”
Fávaro também comentou o impacto da decisão de elevar a mistura de etanol na gasolina de 27,5% para 30%, que pode entrar em vigor no meio do ano. “O etanol é mais barato do que a gasolina, mais eficiente, mais limpo, gera emprego, gera oportunidades e é renovável”, disse.
Ele acrescentou haver viabilidade técnica para elevar essa proporção a 35% no futuro.
Sobre exportação, ele ressaltou negociações recentes com Japão e Vietnã para o embarque de carne bovina. “Na última semana, demos um passo importantíssimo na abertura do mercado de carne bovina do Japão e conseguimos a tão esperada abertura para o Vietnã, um mercado de 300 mil toneladas por ano, algo em torno de R$ 10 bilhões.”
O ministro também destacou a assinatura de um memorando com o Japão para aumentar a participação do etanol na matriz energética do país asiático. “Firmamos o compromisso de que, até 2030, o Japão incremente 10% de etanol na gasolina e, até 2040, esse porcentual suba para 20%.”
Segundo ele, o mercado internacional deve continuar aquecido, incentivando novos investimentos no setor. “A nova Opep será feita no campo, principalmente aqui no Brasil”, concluiu.
Etanol de milho
A produção de etanol de milho no Brasil deve atingir 9,89 bilhões de litros na safra 2025/26, um crescimento de 20% em relação aos 8,25 bilhões de litros de 2024/25, segundo dados divulgados pela União Nacional do Etanol de Milho (Unem) durante a Conferência Unem Datagro sobre Etanol de Milho.
Além do etanol, a produção de grãos secos de destilaria (DDG/DDGS), um subproduto utilizado na alimentação animal, também deve crescer. A previsão é de que a produção passe de 4,05 milhões de toneladas em 2024/25 para 4,84 milhões de toneladas em 2025/26.
O Brasil conta atualmente com 25 biorrefinarias dedicadas à produção de etanol de milho. Para a safra 2024/25, a moagem de milho para etanol atingiu 14,29 milhões de toneladas.
*O repórter viajou a convite da Datagro
Siga o Agro Estadão no Google News, WhatsApp, Instagram, Facebook ou assine nossa Newsletter

Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Sustentabilidade
1
Porongo: do chimarrão ao samba
2
“Podemos tornar a agricultura cada vez mais uma solução para a mudança climática”, diz André Corrêa do Lago
3
ANP nega suspensão de mistura do biodiesel no diesel
4
Moratória da Soja: AGU se posiciona contra lei de MT
5
Mato Grosso proíbe uso de fogo para limpeza e manejo de áreas rurais em 2025
6
Fórum Pré-COP 30 debate agropecuária como solução para mudanças climáticas

PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas

Sustentabilidade
Be8 é primeira na América do Sul certificada a exportar para Califórnia
Unidade de Passo Fundo (RS) recebeu a certificação CARB para rota de produção de biodiesel feito a partir de gordura animal para a Califórnia

Sustentabilidade
Amaggi aposta em agricultura regenerativa para gerar créditos de carbono
Projeto será realizado em parceria com a Naturall Carbon para geração de créditos de carbono em 25 mil hectares

Sustentabilidade
Produtores de cana querem ajuste na paridade internacional da gasolina
Orplana estima safra 25/26 de cana com 10% de redução, ficando entre 605 e 618 milhões de toneladas. Entidade reivindica mais uso de etanol

Sustentabilidade
Temporada de pinhão é aberta nos estados do Sul
Comercialização só é permitida para pinhões maduros, com fiscalização para garantir a preservação da araucária e segurança alimentar
Sustentabilidade
Datagro: superávit de CBios deve ser de 8,16 mi, mesmo com manutenção do B14
Oferta confortável deve se manter, mesmo com o governo adiando a elevação da mistura de biodiesel no diesel para 15%
Sustentabilidade
ANP nega suspensão de mistura do biodiesel no diesel
Proposta foi solicitada pelo Sindicom e recebeu críticas do setor
Sustentabilidade
COP 30: agro é peça-central no combate às mudanças climáticas, dizem especialistas
A utilização de tecnologias sustentáveis mostra como o Brasil pode ser referência global na agricultura de baixo carbono
Sustentabilidade
Mato Grosso proíbe uso de fogo para limpeza e manejo de áreas rurais em 2025
Em decreto, governador Mauro Mendes declarou ainda situação de emergência ambiental no estado até dezembro deste ano