Inovação
Mel gaúcho raro obtém selo de Indicação Geográfica
Apiário de Cambará do Sul é a primeira empresa do Rio Grande do Sul a conquistar a certificação, concedida pelo INPI
Paloma Santos | Brasília | paloma.santos@estadao.com
27/07/2025 - 08:00

O Rio Grande do Sul tem o primeiro produtor de mel de melato de Bracatinga com selo de Indicação Geográfica (IG) concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industria (INPI). A certificação, na modalidade Denominação de Origem, foi obtida este mês pelo apiário Cambará, de Cambará do Sul, com o apoio do Sebrae-RS. Típico do planalto sul brasileiro, o mel de melato de Bracatinga tem características diferentes do mel a que a maioria dos consumidores brasileiros está acostumado.
Raro, de tonalidade escura, menos adocicado e com alto valor nutricional, ele é colhido a cada dois anos e por um curto período. Além disso, o mel de melato não vem das flores, mas da seiva da árvore Bracatinga, processada por pequenos insetos chamados cochonilhas e depois coletada pelas abelhas. Rico em minerais, antioxidantes e com baixo teor de açúcares simples, o mel é produzido apenas em áreas de altitude acima de 700 metros, no Sul do país.
“A história desse mel é única. Antigamente, ele era descartado. Depois, passou a ser totalmente exportado. Hoje, com muitos estudos e divulgação, ele já tem público aqui no país”, explica a apicultora Liane Castilhos. Essas características únicas — nutricionais, de tempo e regionalização — garantiram ao Apiário Cambará o selo de Indicação Geográfica.
No Rio Grande do Sul, além de Cambará do Sul, a delimitação geográfica desta IG inclui os municípios de Bom Jesus, Caraá, Itati, Jaquirana, Mampituba, Maquiné, Morrinhos do Sul, Riozinho, Rolante, São Francisco de Paula, São José dos Ausentes, Terra de Areia, Três Cachoeiras e Três Forquilhas.
Porém, apenas o Apiário Cambará conseguiu cumprir os requisitos do caderno de especificação técnica para a certificação no RS até o momento. Sete propriedades do Paraná e duas de Santa Catarina também contam com o selo. Ao todo, as 10 empresas produzem 500 toneladas por safra.

Segundo o gestor estadual de Indicação Geográfica do Sebrae RS, André Bordignon, o selo de indicação geográfica possibilita, além de um aumento médio de 20% a 50% na valorização do produto certificado, acesso a novos mercados, conexão com o turismo e a proteção da biodiversidade da região.
“A denominação de origem é um tipo de indicação geográfica que visa a assegurar que as características dos produtos se devam exclusiva ou essencialmente ao meio geográfico, incluídos dos fatores humanos e o saber fazer do território, tornando o produto único. Isso, evidentemente, agrega valor e desperta interesse dos consumidores”, explica.
Tipos de indicação geográfica
Existem duas categorias de indicação geográfica (IG): a indicação de procedência e a denominação de origem. A indicação de procedência (IP) destaca a reputação e tradição de um local. Já a denominação de origem (DO) enfatiza os fatores naturais e humanos vinculados ao produto e o meio geográfico onde ele é produzido.
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