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Inovação

Danone aposta em redução de açúcar e inovação na cadeia produtiva

Empresa fortalece programas de agricultura regenerativa e quer 100% da cadeia global de fornecimento rastreável até 2025

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Sabrina Nascimento | França | sabina.nascimento@estadao.com

17/07/2025 - 08:00

Foto: Sabrina Nascimento/ Agro Estadão
Foto: Sabrina Nascimento/ Agro Estadão

Desde o início do cultivo da cana-de-açúcar pelos portugueses, há quase 500 anos, o açúcar não apenas impulsionou a economia, mas também moldou hábitos de consumo e consolidou o Brasil como líder global na produção.

Hoje, conforme a União da Indústria de Cana-de-açúcar (UNICA), o Brasil responde por 25% da produção mundial de açúcar, abastecendo principalmente os setores alimentício, de bebidas e farmacêutico.

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Entretanto, à medida que o consumo muda, a indústria alimentícia também busca adequações. Neste sentido, a partir de agosto de 2025, a Danone Brasil dará mais um passo em sua jornada ao reduzir o teor total de açúcar nos produtos voltados ao público infantil. 

Segundo Gustavo Alvarez, diretor de Pesquisa e Inovação da Danone para a América Latina, o limite atingido será de 10% de açúcar por 100 gramas de produto infantil brasileiro. Essa mudança, de acordo com o dirigente, representa uma continuidade de um processo iniciado há 25 anos, quando os produtos da linha da empresa continham, em média, 21% de açúcares totais. 

Desde então, foram feitas etapas sucessivas de reformulação, resultando em uma redução acumulada. “Nessa jornada, foram cerca de seis reduções de açúcar. A gente não saiu de 21% para 11% de uma vez, fomos fazendo aos poucos. E cada desenvolvimento leva tempo, porque tecnologicamente é bem difícil”, explicou Alvarez à jornalistas no Centro de Pesquisa e Inovação Paris Saclay da Danone, na França.

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Atualmente, a Danone Brasil opera com cerca de 11,5% de açúcar total em seus produtos infantis e agora se prepara para atingir, no próximo mês, o novo marco de 10%. A nova porcentagem se equipara ao mercado egípcio, porém, segue assim no México (7,7%), Alemanha (9,8%), França (9,9%), Estados Unidos (8,1%), Espanha (9,9%), Marrocos (7%) e Turquia (8%). 

De acordo com Alvarez, trata-se de um desafio técnico significativo, já que pequenas reduções em patamares já baixos exigem maior precisão e inovação para manter a qualidade sensorial e nutricional dos produtos. Ele explicou que a reformulação não consiste apenas em remover açúcar, mas em manter a aceitação do consumidor infantil, que tende a rejeitar mudanças abruptas no sabor.

A iniciativa faz parte do que a companhia intitula como Jornada de Impacto da Danone — programa global da companhia com metas relacionadas à sustentabilidade, saúde e responsabilidade social.

O objetivo global da empresa é que, até o final de 2025, 95% de seu portfólio infantil em todo o mundo esteja abaixo do limite de 10% de açúcar total. “Em 2023, a gente fechou em 62%. O ano passado fechamos em cerca de 70% e esse ano vamos fechar em 95%”, ressaltou.

Inovação nos processos

Além da aposta na redução de açúcar, a Danone também investe em inovação para garantir que a produção de alimentos acompanhe as novas demandas de consumo e sustentabilidade. Uma das principais frentes envolve o desenvolvimento de tecnologias para produção sustentável de proteínas.

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Uma das frentes de pesquisa envolve a chamada fermentação de precisão, processo que utiliza micro-organismos programados para produzir ingredientes como proteínas e enzimas em ambientes controlados, fora do campo. 

A tecnologia, já usada há décadas em áreas como a produção de insulina e queijos, vem sendo aplicada agora ao setor de alimentos como alternativa complementar à produção convencional. “Se dependêssemos apenas das vacas, não haveria proteína suficiente. E mesmo que fizéssemos tudo como plant-based [à base de planta], ainda assim não seria possível alimentar todo mundo”, afirmou Isabelle Esser, diretora executiva de Pesquisa & Inovação, Qualidade e Segurança dos Alimentos na Danone global. 

Segundo a dirigente, a intenção não é substituir a pecuária ou a agricultura, mas integrar novas soluções à cadeia alimentar. “É com o produtor que queremos construir esse futuro. O campo tem muito a ganhar quando está conectado à ciência e à saúde das pessoas”, destacou a executiva.

Agricultura regenerativa na cadeia leiteira

No caso do leite, produto central no portfólio da empresa, a Danone afirma que continuará investindo em tecnologias que permitam maior eficiência produtiva e menor impacto ambiental, como sensores de monitoramento animal, gestão inteligente de resíduos e alimentação de precisão. 

Paralelamente, a Danone mantém programas voltados à agricultura regenerativa e à redução das emissões de carbono na produção leiteira. No Brasil, conforme já noticiado pelo Agro Estadão, a companhia atua com produtores parceiros, onde promove práticas como rotação de culturas, manejo de pastagens e conservação do solo na jornada Flora. 

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Atualmente, a jornada conta com 133 produtores treinados, sendo: 

  • 55% Pequenas (menos de 1.000 Lts/dia); 
  • 42% Médias (mais de 1.000 lts/dia e < 6.000 Lts/dia); 
  • 3% Grandes (mais de 6.000 lts/dia) 

Cadeia de fornecimento livre de desmatamento

A companhia também informou que está trabalhando para alcançar, em nível global, uma cadeia de valor rastreável, verificada e livre de desmatamento e conversão nas principais commodities diretas até 2025. 

No ano passado, a Danone alcançou 93% dos volumes das principais commodities verificadas como livres de desmatamento e conversão. Em 2023, esse volume era de 84%. “Seguiremos trabalhando em colaboração com agricultores e fornecedores para garantir que os ingredientes sejam provenientes de fontes sustentáveis e verificadas como livres de desmatamento, independentemente de sua origem geográfica”, afirmou, em nota. 

*Jornalista viajou a convite da Danone Brasil

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