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Economia

Tarifas dos EUA são ‘pancada’ para setores menores, diz Mendonça de Barros

Segundo o economista, o setor de carne bovina terá impacto momentâneo e o café vai passar por teste de interesse

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Sabrina Nascimento | São Paulo | sabrina.nascimento@estadao.com

08/08/2025 - 17:12

Foto: Adobe Stock
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Os setores de carne bovina e café devem sentir o impacto das tarifas de 50% dos Estados Unidos no curto prazo. Porém, nos segmentos menores, como a cadeia do mel, as tarifas chegam como uma ‘pancada’, que pode tirá-los do mercado por um certo tempo. A avaliação é de José Roberto Mendonça de Barros, economista sócio da MB Associados e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda. 

Segundo Mendonça, isso deve ocorrer, porque as cadeias menores ficam sem mercado, sem possibilidade de redirecionar as exportações. “Para os segmentos menores que recebem a tarifa, vai ser uma pancada que provavelmente tira do mercado por um certo tempo. […] O mel do Piauí tem muitas coisas específicas e daí se justifica esperar uma ajuda do governo”, afirmou nesta sexta-feira, 08, durante o evento SomosCoop + B3, organizado pelo Sistema OCB em comemoração ao Ano Internacional das Cooperativas.

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Carne Bovina

No caso da carne bovina, que tem os EUA como o segundo principal mercado comprador, a percepção é de um impacto momentâneo. Mendonça observa que, agora, é esperado uma parada de negócios, com os produtores de hambúrguer norte-americanos sentindo falta da matéria-prima adequada e isso, deve desencadear, nos próximos meses, um rearranjo do mercado.

“Países que não têm tarifa de 50% passarão a exportar para os EUA, e nós exportaremos para aqueles que deixarem de atender terceiros mercados por causa da tarifa. Haverá, portanto, um rearranjo: aumentará a exportação da América Latina para os Estados Unidos, enquanto nós passaremos a atender outros destinos”, explicou. 

Café

Já no caso do café, o especialista aponta que veremos “um teste de interesses”, pois não há outro país com oferta para vender 8 milhões de casas de café ao mercado norte-americano, suprindo o espaço do Brasil. “Mesmo que considere metade, digamos assim, não tem substituição para isso”, salienta. 

Assim, Mendonça acredita que o setor brasileiro está diante de um cenário semelhante ao do suco de laranja que entrou na lista de exceções às tarifas. “Então, isso vai pressionar a inflação, que deve aumentar nos Estados Unidos, ou eles terão que excepcionar o café. É uma dor de cabeça, sem dúvida, mas não é nada que comprometa significativamente o setor, especialmente em um momento de preços bastante razoáveis”, destacou.

Apesar do impacto esperado das tarifas na economia brasileira, devendo tirar 2% do crescimento total do PIB deste ano, conforme projeções, Mendonça pontuou que o agronegócio seguirá crescendo. “O agronegócio não só liderou e lidera o crescimento do PIB, como continuará liderando devido ao aumento de produtividade, atrelado ao uso de tecnologias”, disse.

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