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Economia

O que representa o status internacional de livre de aftosa sem vacinação?

Reconhecimento da OMSA encerra décadas de campanhas de erradicação: confira a linha do tempo 

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Sabrina Nascimento | São Paulo | sabrina.nascimento@estadao.com

29/05/2025 - 15:30

Foto: Adobe Stock
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O Brasil conquistou o reconhecimento internacional de país livre de aftosa sem vacinação. Ao Agro Estadão, o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Gabriel Garcia Cid, afirmou que o novo status sanitário é uma grande vitória, resultado de muito esforço de todos os elos da cadeia produtiva. “O novo status sanitário do país abrirá portas para novos mercados de exportação da carne brasileira — incluindo destinos com exigências sanitárias mais rigorosas”, disse.

Mas, além da abertura de novos mercados, conforme a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o novo status traz uma série de benefícios nas esferas econômica, comercial, sanitária e ambiental. Sendo:

  1. Acesso a mercados mais exigentes;
  2. Valorização da carne bovina brasileira;
  3. Redução dos custos públicos e privados com vacinação;
  4. Fortalecimento da imagem sanitária;
  5. Estímulo à identificação individual e vigilância mais eficaz;
  6. Maior sustentabilidade no sistema de produção;
  7. Incremento do valor agregado da cadeia do agronegócio.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do estado de São Paulo, Tirso Meirelles, além de comemorar a conquista, lembrou da necessidade, de, agora, intensificar as fiscalizações e fortalecer os fundos estaduais indenizatórios aos pecuaristas em caso da doença. O fundo é um item obrigatório descrito no Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa. 

“O governador [de São Paulo] Tarcisio Freitas nos informou semana passada, em Ourinhos, que vai ratificar e vai liberar o fundo. É bem provável que ele faça isso na Feicorte, pois é um ponto importante”, informou ao Agro Estadão.

O fundo de defesa da sanidade animal para a pecuária de São Paulo foi aprovado em dezembro de 2024 pela Assembleia Legislativa do estado.

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Confira a linha do tempo até o reconhecimento internacional:

Década de 1960

  • Início das campanhas de erradicação no Brasil 

Normas estaduais passam a ser criadas para mobilização de esforços para erradicação da febre aftosa, com a instituição da vacinação obrigatória e criação dos Grupos Executivos de Combate à Febre Aftosa (Gecofa)

De 2000 até 2004

  • Consolidação do controle da febre aftosa com vacinação 

O país intensifica as campanhas de vacinação em massa

Diversos estados conquistam o status de “livre de febre aftosa com vacinação”

Entre 2005 e 2006

  • Surtos em regiões de fronteiras

Ocorrência de focos em estados como Mato Grosso do Sul e Paraná

Suspensão temporária de exportações para diversos mercados

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Medidas emergenciais de vigilância e abate sanitário são adotadas

2017

  • Lançamento do Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa

Meta estabelecida: tornar o país livre de febre aftosa, sem vacinação, até 2026

Estratégia inclui a retirada gradual da vacinação, a modernização dos serviços veterinários estaduais, controle em fronteiras e vigilância ativa

2020

  • Primeiras regiões reconhecidas nacionalmente como livres sem vacinação

Estados: Acre, Rondônia, parte do Amazonas e parte do Mato Grosso

Rebanho sob nova classificação: 25 milhões de cabeças

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2021

  • Paraná recebe reconhecimento Internacional pela OIE (atual OMSA)

Status: Livre de febre aftosa, sem vacinação

Rebanho envolvido: 9 milhões de cabeças

Abertura de novos mercados para carne in natura

  • Rio Grande do Sul, Acre e Rondônia também são reconhecidos internacionalmente

Total estimado de rebanho livre sem vacinação no Brasil: 44,5 milhões de cabeças

Expansão do status sanitário fortalece exportações

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2023-2024

  • Avanços na retirada da vacina em outros estados e reconhecimento nacional 

Estados em transição ou habilitação: Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Espírito Santo, Tocantins, São Paulo, Bahia, entre outros

Rebanho estimado em processo de descontinuação da vacinação: 80 milhões de cabeças

Monitoramento ativo substitui vacinação em zonas reconhecidas

Última vacinação no país (CE, RN, PB, PE e AL) e reconhecimento nacional de país livre de aftosa, sem vacinação (Portaria Mapa 678/2024)

Setembro/24: envio do pleito a OMSA para reconhecimento de país livre de aftosa, sem vacinação

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2025 (Meta alcançada)

  • Brasil é reconhecimento como país livre de febre aftosa sem vacinação

Reconhecimento integral pela OMSA em maio/25

Impacto direto: abertura de mercados mais exigentes e valorização da proteína animal brasileira

Brasil passa a figurar entre os maiores exportadores com status sanitário máximo

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