Economia
Após encontro, Trump reduz tarifas e China retoma compra de soja norte-americana
China deverá comprar 12 milhões de toneladas de soja ainda neste ano e 25 milhões de toneladas por ano pelos próximos três anos
Redação Agro Estadão
30/10/2025 - 09:05

Pela primeira vez em seis anos, os presidentes dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, e da China, Xi Jinping, apertaram as mãos para selar um acordo comercial.
Do lado norte-americano, houve a redução das tarifas sobre as importações chinesas — caindo de 57% para 47%. As taxas de 100% também foram canceladas. Em contrapartida, Pequim se comprometeu em retomar as compras de soja norte-americana — movimento já registrado nesta semana, após um período de aproximadamente cinco meses sem nenhuma aquisição por parte de Pequim.
Em conversa com jornalistas a bordo do Air Force One, Trump disse que as compras realizadas pela estatal Cofco dois dias atrás simbolizaram a retomada das compras chinesas. “Grandes quantidades, quantidades enormes de soja serão compradas. O presidente Xi autorizou isso ontem [terça-feira, 28]”, afirmou. “Eu agradeço, foi um gesto muito gentil”, acrescentou.
O comunicado divulgado pelo Ministério do Comércio da China após o encontro informou que os dois países concordaram em ampliar o comércio agrícola, sem mencionar a soja. Já o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, que havia destacado o tema como central na reunião entre os líderes, afirmou nesta manhã de quinta-feira, 30, que a China deverá comprar 12 milhões de toneladas do grão ainda neste ano e 25 milhões por ano pelos próximos três anos.
O mercado, em um primeiro momento, não reagiu à notícia. Os preços da soja caíram mais de 1% na Bolsa de Chicago na abertura, registrando perdas de 13 a 14 pontos entre os principais vencimentos. No entanto, após declaração de Bessent, por volta das 8h30 (horário de Brasília), os preços futuros da soja reagiram e passaram a operar em alta.
O anúncio sobre a retomada das compras de soja pela China era aguardado com grande expectativa pelos produtores dos Estados Unidos, que vinham enfrentando dificuldades para escoar a safra e pressionando o governo de Donald Trump com um pedido de apoio financeiro. Até essa semana sem vender grão algum da safra 2025 ao seu principal comprador, os agricultores norte-americanos se tornaram um dos grupos mais afetados pela guerra comercial entre as duas potências.
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