Economia
Brasil é reconhecido país livre de febre aftosa pela OMSA
Novo status sanitário permite abertura de mercados exigentes para a carne bovina

Broadcast Agro* | Atualizada às 10h31
29/05/2025 - 08:33

O Brasil foi reconhecido como área livre de febre aftosa sem vacinação. O novo status sanitário foi concedido ao país pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e aprovado durante a 92ª Assembleia da Organização realizada na manhã desta quinta-feira, 29, em Paris, na França.
O certificado foi recebido pelo diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Marcelo Mota. Na próxima semana, uma comitiva com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, estará na França para a cerimônia oficial de entrega do reconhecimento ao Brasil pela presidente da OMSA, Emmanuelle Soubeyra.
O Brasil se declarou livre da febre aftosa sem vacinação há um ano, após o fim da última imunização contra a doença. A certificação pela OMSA exige a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição de ingresso de animais vacinados nos Estados por, pelo menos, 12 meses antes da mudança do status sanitário, o que foi cumprido pelo País.
Agora, com o certificado da OMSA, o Brasil tem o reconhecimento internacional da evolução do status sanitário.
Ao todo, mais de 244 milhões de bovinos e bubalinos em cerca de 3,2 milhões de propriedades deixaram de ser vacinados contra a doença, processo iniciado há mais de 50 anos, segundo informações do Ministério da Agricultura.
A última ocorrência da doença em território nacional foi em 2006, seguida da implementação de zonas livres de febre aftosa. Até então, somente os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e de Mato Grosso tinham o reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação pela OMSA.
Setor celebra reconhecimento
Esta é a primeira vez que o Brasil recebe a chancela internacional, avaliada pelo setor como um momento histórico para a pecuária brasileira e deve permitir o acesso das carnes brasileiras a mercados mais exigentes, e mais remuneradores, como Japão e Coreia do Sul.
A senadora e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina, participou da Assembleia da OMSA. Após o anúncio, ela relembrou que foram 20 anos de trabalho conjunto até o reconhecimento internacional. “Agora vamos atingir mercados diferenciados, mercados que irão pagar mais pelas nossas carnes. Daqui para frente é trabalhar mais ainda pela manutenção desse status”, afirmou.
O vice-presidente de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Gedeão Pereira, também esteve na sessão em Paris. Ele ressaltou que o novo status sanitário deve beneficiar ainda outras proteínas animais, como frango e suíno. “Isto significa que o Brasil tem uma qualidade daquilo que faz e nós, realmente, temos que aproveitar este grande momento”, salientou.
O status sanitário foi celebrado igualmente pelo presidente da CNA, João Martins. “Então, hoje o Brasil pode vender a carne para qualquer país sabendo que está vendendo produtos de alta qualidade e livre de aftosa. Isso para nós é uma grande conquista para nós brasileiros e para os produtores rurais”, destacou.
Em comunicado, a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) parabenizou todos os envolvidos no processo, principalmente, os produtores rurais, no entanto, ressaltou que o trabalho não está encerrado. “O novo status traz também novos desafios e responsabilidades para todos os atores envolvidos, com vistas a manter o rebanho em condições sanitárias adequadas e a fortalecer cada vez mais o papel do país como grande produtor e fornecedor de alimentos de origem animal para o Brasil e o mundo”, informou.
*Com informações da Redação Agro Estadão

Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Economia
1
Gripe aviária: técnicos veem limitada e temporária queda de preço de frango e ovo
2
Já conhece a cidade brasileira onde é primavera o ano todo?
3
Gripe aviária: ovos de granja gaúcha são descartados em 3 estados
4
Prejuízo com suspensão das exportações de frango ainda não pode ser mensurado, diz ABPA
5
Como cultivar a planta que vira esponja de banho?
6
Criação de rãs: entenda como iniciar neste mercado

PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas

Economia
AgRural: umidade segura colheita da 2ª safra de milho
Trabalhos nos campos da safrinha de milho chegam a 5% da área plantada no Centro-Sul

Economia
Ministério ajusta para baixo projeção de VBP agrícola
Estimativa caiu de R$ 1,440 trilhão para R$ 1,438 tri. Em relação a 2024, ainda há crescimento de 11,9%

Economia
São Paulo adota medidas preventivas após gripe aviária em ave silvestre
Além do caso confirmado em Diadema (SP), Mapa investiga 8 possíveis focos no país

Economia
Cade admite Minerva como terceira interessada na fusão Marfrig-BRF
Companhia apontou argumentos que demonstram potencial impacto econômico sobre suas atividades se fusão for aprovada
Economia
IBGE: estoque de produtos agrícolas era de 36 mi de t ao fim do 2º semestre de 2024
Em relação ao mesmo período de 2023, houve queda de 19,3%; soja, trigo, arroz e café representam 92,4% dos itens monitorados pela pesquisa
Economia
Preço da carne bovina exportada por MT supera a marca de US$ 4.000/t
No mês, o Estado exportou 65,8 mil toneladas em equivalente carcaça, o segundo maior volume registrado em 2024
Economia
Israel x Irã: como o conflito afeta o agro do Brasil?
Escalada militar no Oriente Médio pode elevar os custos de insumos agrícolas, além de gerar incerteza sobre exportações para países islâmicos
Economia
USDA mantém estimativas de produção para soja e milho em 2025/26 nos EUA
Quanto aos estoques domésticos, o USDA manteve as reservas de soja ao fim da temporada 2025/26 em 295 milhões de bushels (8,03 milhões de toneladas)