Economia
Faesp: produtor precisa puxar o freio e fazer contas antes de pegar financiamento
Tirso Meirelles defende um Plano Safra de longo prazo, com tempo para planejamento dos investimentos
Redação Agro Estadão
03/07/2025 - 11:55

O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP), Tirso Meirelles, comentou as condições do Plano Safra 2025/2026 durante discurso nesta quinta-feira, 3, no Congresso Conecta Agro (CCAgro), em Campinas (SP).
Em entrevista ao Agro Estadão, o dirigente comentou as taxas de juros do plano anunciado, nesta semana, pelo governo federal e recomendou prudência aos produtores rurais. “O plano safra demonstra que precisamos puxar o freio. É preciso verificar se a nossa casa está em ordem. Avaliar se tem dívida com o banco, resolver a situação antes de fazer outra dívida. A partir daí, avaliar em um plano de negócio se pode contratar mais recursos”, alertou.
As taxas de juros, segundo ele, estão muito elevadas, dificultando novos investimentos na atividade. “Temos uma taxa de juros de 12 a 14%. A partir disso aí tem 2 a 4 % a mais e chega a 18%. Estamos falando em torno de R$ 100 bilhões [com essas taxas], o restante são com juros mais elevados, pode chegar a 22 a 24%. Se for fazer [crédito rural], faça custeio, investimento não dá para fazer agora”, recomendou.
Tirso Meirelles ainda defendeu um Plano Safra decenal. “Não justifica um plano safra anual. Tem que ser decenal, para que possamos fazer um planejamento de longo prazo, manter os investimentos a longo prazo”.
A FAESP recebe na próxima segunda-feira, 7, o Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Guilherme Campos, que vai prestar esclarecimento sobre o Plano Safra 2025/2026 para a federação e os 230 sindicatos rurais que representam 600 municípios do estado de São Paulo.
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