Economia
Clima e preços recordes marcam o ano do café, aponta Cepea
No mercado externo, estoques em níveis ajustados e produção do Vietnã também contribuíram com preços elevados
Redação Agro Estadão
23/12/2025 - 11:47

As cotações do café registraram patamares elevados ao longo de 2025. O café arábica atingiu em fevereiro o maior valor já registrado na série histórica do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com média de R$ 2.565,41 a saca.
Os preços se mantiveram elevados em quase todo o ano, com valores acima de R$ 2 mil a saca. A exceção foi em julho, com o anúncio das tarifas dos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros.
O clima irregular também influenciou no campo, o que impactou nas estimativas de produção. Conforme levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a projeção da safra é de 56,5 milhões de sacas neste ano.
“Após atraso das chuvas no fim de 2024, um período prolongado de calor intenso e baixa precipitação entre fevereiro e março comprometeu o desenvolvimento dos grãos nas principais regiões produtoras, impactando o balanço final da safra”, destacou o boletim de retrospectiva do Cepea.
Café Robusta
Quanto ao café robusta, a oferta restrita ajuda a explicar a sustentação dos valores em níveis mais altos, mesmo com as oscilações que ocorreram ao longo do ano, conforme pesquisadores do Cepea. Fevereiro também registrou a maior média real da série histórica para o café robusta.
“A boa safra brasileira de robusta e a produção vietnamita acima do inicialmente projetado trouxeram pressão aos preços ao longo do ano. Nos meses finais de 2025, incertezas climáticas no Brasil e no Vietnã voltaram a influenciar o mercado, mantendo o ambiente de instabilidade nas cotações”, destacaram os pesquisadores sobre o robusta.
No cenário internacional do café de forma geral, os estoques ajustados, além das expectativas de produção vietinamista e incertezas nas lavouras brasileiras auxiliaram a manter os preços elevados. “Mesmo com alguma recuperação produtiva, o volume foi insuficiente para recompor estoques, enquanto a demanda global permaneceu firme, com sinais de enfraquecimento apenas a partir do meio do ano, especialmente no mercado brasileiro”, indicou o instituto de pesquisa.
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