Economia
Apesar das condições climáticas, consultoria mantém estimativa de produção recorde de soja
Para o milho, StoneX aponta pequena redução de área da primeira safra 2024/25

Rafael Bruno | São Paulo | rafael.bruno@estadao.com
01/10/2024 - 15:52

Apesar das condições climáticas, que seguem sendo acompanhadas de perto por consultorias, na revisão de outubro, a StoneX manteve a estimativa para a safra brasileira de soja 2024/25 em 165 milhões de toneladas.
“Ainda é cedo para afirmar que a situação climática atual resultará em prejuízos sobre as lavouras ou mesmo em cortes de área”, pondera em nota a especialista de inteligência de mercado, Ana Luiza Lodi.
Conforme a consultoria, com uma possível regularização das condições climáticas, a safra de soja tem o potencial de caminhar dentro da normalidade, com os atrasos trazendo preocupações mais relevantes para os cultivos de segunda safra.
Caso se confirme a safra recorde calculada pelo StoneX, o cenário que se desenha é de uma oferta mais folgada, com espaço para as exportações voltarem a um patamar superior a 100 milhões de toneladas. Os estoques finais do ciclo 24/25 foram estimados em 5,45 milhões de toneladas.
Preços sustentados
O clima quente e seco continua a predominar em grande parte do Brasil, resultando em atrasos no campo e em especulações sobre possíveis impactos negativos na safra de soja, o que tem oferecido suporte para os preços.
De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a oleaginosa encerrou setembro com alta de 2,19% frente ao mês anterior, com a saca de 60 quilos negociada a R$ 141,16, referência de Paranaguá.
Nesta terça-feira, 1º, o contrato para novembro na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) está operando no campo positivo, a US$ 10,58 por bushel, valorização de 0,14% (cotação às 13h).
Milho: StoneX aponta pequena redução de área da 1ª safra 2024/25
Referente à estimativa de produção de milho verão na safra 2024/25, a StoneX fez uma pequena redução de 0,3% ante a projeção de setembro. A consultoria prevê agora uma safra de 24,87 milhões de toneladas. O ajuste ocorreu por conta da revisão da área plantada na Bahia, que foi reduzida em 10 mil hectares.
“Como no Sul do Brasil os volumes de precipitação têm sido mais relevantes, a semeadura do milho verão está caminhando. Outros estados têm usualmente um ciclo um pouco mais tardio, mas as condições climáticas estão no radar”, informa a empresa.
Apesar de ainda não estar estimando a safrinha 24/25, a StoneX, por ora, repete a mesma área de 23/24 e acredita, preliminarmente, em uma produção total de 123 milhões de toneladas, desde que a produtividade histórica se mantenha.
De qualquer forma, segundo a consultoria, “o andamento do ciclo da soja vai ser fundamental para definir a safrinha do próximo ano, ainda mais nesse contexto de margens apertadas”.
Os estoques finais de milho estão estimados em níveis confortáveis tanto para a safra 23/24 quanto para a 24/25. “Contudo, é preciso lembrar que a maior parte da oferta nacional se concentra na safrinha, que será plantada somente em 2025”, alerta a StoneX.
Milho fecha setembro com boa alta no físico
Quanto aos preços, o milho fechou setembro com alta de 6,12% e a saca de 60 quilos, média Campinas (SP), negociada a R$ 64,30 nesta segunda-feira, 30.
Na CBOT, o contrato do cereal para dezembro segue nesta terça-feira em alta. No intermediário do dia, a posição registrou negócios a US$ 4,29 por bushel, valorização de 1,18% (cotação às 13h).
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