Projeto de lei quer limitar cobrança de tributos sobre biocombustíveis em no máximo 30% do valor cobrado em combustíveis fósseis | Agro Estadão Projeto de lei quer limitar cobrança de tributos sobre biocombustíveis em no máximo 30% do valor cobrado em combustíveis fósseis | Agro Estadão
apresenta
oferece
PUBLICIDADE

Agropolítica

Projeto de lei quer limitar cobrança de tributos sobre biocombustíveis em no máximo 30% do valor cobrado em combustíveis fósseis

Proposta regulamenta o regime de tratamento diferenciado para combustíveis e lubrificantes aprovado com a Reforma Tributária

Nome Colunistas

Daumildo Júnior | daumildo.junior@estadão.com

09/04/2024 - 19:08

Foto: Adobe Stock
Foto: Adobe Stock

O projeto de lei complementar que regulamenta a tributação sobre combustíveis e biocombustíveis foi apresentado nesta terça, 09, durante a reunião-almoço da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). A proposta estrutura as bases dos novos tributos criados com a Reforma Tributária e que incidirão sobre o setor de combustíveis e lubrificantes. Entre os pontos, o texto limita a alíquota de tributos sobre biocombustíveis em no máximo 30% do valor cobrado em combustíveis fósseis.

Apesar do limite imposto pelo texto, a matéria não traz o valor da alíquota sobre os combustíveis fósseis. Apenas determina que o Senado será o responsável pela fixação dos valores que serão cobrados futuramente. 

Segundo o presidente da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), os senadores devem colocar inicialmente uma alíquota experimental para ver como os agentes econômicos e a sociedade se comportam.  

“Colocada a Reforma Tributária em funcionamento no Brasil, nós temos que saber qual é a repercussão que ela causa no sistema dual [de tributação]. Sem fazer isso, é chutômetro. Mas neste momento, na regulamentação, a gente tem que cuidar muito para não deixar texto dúbio, brecha, para fazer alteração de tributo”, disse Moreira. 

A proposta também prevê que novos combustíveis renováveis, que ainda não estiverem incluídos na lista (veja abaixo), terão a mesma alíquota do biocombustível com menor carga tributária. 

PUBLICIDADE

Crédito presumido, regime monofásico e mais: o que a proposta estabelece?

A Reforma aprovada no ano passado já determina que combustíveis e lubrificantes terão um regime de tratamento diferenciado, no entanto, a forma como será feito deve constar em lei complementar. O texto apresentado na FPA estabelece essas diretrizes. Segundo a matéria, são 13 produtos que estarão contemplados nesse regime especial: 

  • Gasolinas;
  • Etanol anidro combustível (EAC);
  • Etanol hidratado combustível (EHC);
  • Diesel;
  • Biodiesel;
  • Diesel verde;
  • Metanol verde;
  • Querosene de aviação;
  • Combustível sustentável de aviação;
  • Óleo combustível;
  • Gás liquefeito de petróleo, inclusive o derivado do gás natural e os gases Butano e Propano independentemente da destinação;
  • Óleos lubrificantes acabados e aditivados;
  • Combustível marítimo. 

Uma dessas diretrizes é a adoção de um regime monofásico, ou seja, a tributação deve acontecer apenas uma vez na cadeia produtiva. Segundo a proposta, a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) serão cobrados quando ocorrer a importação desses produtos ou na saída deles das empresas fabricantes. 

Além disso, as alíquotas serão “uniformes em todo o território nacional, específicas por unidade de medida e diferenciadas por produto”. Isto quer dizer que o CBS e IBS cobrados serão iguais no Acre ou em São Paulo, além de ser determinados por litro ou quilograma do combustível e não sobre a média dos preços.

O projeto também garante que o etanol anidro, etanol hidratado, biodiesel, diesel verde, metanol verde e o combustível sustentável de aviação não terão incidência do Imposto Seletivo (IS). Também conhecido como imposto do pecado, ele foi criado com a Reforma e é uma alíquota extra sobre produtos e serviços considerados prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.

Outro ponto importante é a apropriação dos créditos presumidos. Basicamente, empresas ou produtores rurais que utilizam os combustíveis como insumos (em máquinas agrícolas, por exemplo) terão um vale desconto vindo desses créditos presumidos e aplicados na hora de pagarem os impostos nas saídas de suas mercadorias. 

PUBLICIDADE

No entanto, o texto coloca uma restrição. Nos casos de compra desses combustíveis em que a finalidade for a distribuição, comercialização ou revenda, essas empresas não poderão usufruir do crédito presumido. Por exemplo, um posto de gasolina não terá o benefício. 

Empresas de transporte de cargas e de passageiros também poderão usar o crédito presumido, desde que os combustíveis sejam diesel e biodiesel. O mesmo vale para as empresas de aviação, porém na aquisição de querosene e combustível sustentável de aviação. 

Apesar da Reforma Tributária só começar a valer em 2026, a matéria também prevê que os créditos acumulados com PIS e Cofins (do regime atualmente vigente) também poderão ser utilizados. Isto quer dizer que empresas fabricantes de combustíveis poderão usar esses créditos para descontar a cobrança do IBS e do CBS futuramente.

A proposta também destina um percentual do fundo de compensação dos benefícios de ICMS, criado com a Reforma, para a produção de biocombustíveis. Pelo menos 25% desses recursos serão para incentivo dessa produção, sendo que 10% deve preferencialmente ser destinado para a produção de biometano. 

PUBLICIDADE

Notícias Relacionadas

Agropolítica

Contran regulamenta circulação de tratores agrícolas em rodovias

Contran regulamenta circulação de tratores agrícolas em rodovias

Registro no Renagro será obrigatório para tratores que optarem por transitar em via pública; normas começam a valer em 2025

Agropolítica

Senado aprova regulamentação da reforma tributária com óleo de soja fora da cesta básica

Senado aprova regulamentação da reforma tributária com óleo de soja fora da cesta básica

Regulamentação da reforma tributária inclui redução de imposto para matérias-primas de defensivos agrícolas

Agropolítica

Sancionada lei que institui e regula o mercado de carbono brasileiro

Sancionada lei que institui e regula o mercado de carbono brasileiro

Legislação que veio da Câmara dos Deputados não teve vetos

Agropolítica

Governo abre investigação antidumping de leite em pó uruguaio e argentino

Governo abre investigação antidumping de leite em pó uruguaio e argentino

Medida pode acarretar em uma sobretaxa do leite oriundo dos países vizinhos

PUBLICIDADE

Governo federal institui programa para estimular produção de arroz

Arroz da Gente havia sido lançado em outubro e portaria que oficializa o programa foi publicada nesta semana

Avança projeto de lei que permite uso de força policial para retirar invasores de terras

Projeto de lei que aumenta penalidade e determina reintegração de posses em até 48 horas passou pela CCJ da Câmara dos Deputados

Programa de Aceleração da Transição Energética é aprovado no Senado

Projeto de lei retorna à Câmara e a expectativa é de que a votação aconteça ainda em 2024

FPA formaliza apoio a Davi Alcolumbre e pede agilidade nas pautas no Senado

Entre as pautas apresentadas ao candidato à presidência do Senado estão a regulamentação da Reforma Tributária e reciprocidade ambiental

Logo Agro Estadão
Bom Dia Agro
X
Carregando...

Seu e-mail foi cadastrado!

Agora complete as informações para personalizar sua newsletter e recebê-la também em seu Whatsapp

Sua função
Tipo de cultura

Bem-vindo (a) ao Bom dia, Agro!

Tudo certo. Estamos preparados para oferecer uma experiência ainda mais personalizada e relevante para você.

Mantenha-se conectado!

Fique atento ao seu e-mail e Whatsapp para atualizações. Estamos ansiosos para ser parte do seu dia a dia no campo!

Enviamos um e-mail de boas-vindas para você! Se não o encontrar na sua caixa de entrada, por favor, verifique a pasta de Spam (lixo eletrônico) e marque a mensagem como ‘Não é spam” para garantir que você receberá os próximos e-mails corretamente.