Agropolítica
Mapa busca alternativas para manter Pronamp com juro de um dígito
Ministro Carlos Fávaro fala em Seguro Rural com R$ 4 bilhões e opção de seguro paramétrico no Plano Safra

Daumildo Júnior | Brasília | daumildo.junior@estadao.com
21/05/2025 - 08:28

Manter os juros baixos para os médios produtores rurais ainda é um desafio para o governo federal. Por isso, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está buscando soluções para conseguir manter o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) com apenas um dígito de juros no próximo Plano Safra. Atualmente, a taxa de juros é de 8% ao ano.
O ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, também pediu ajuda à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) para conseguir encontrar essas alternativas ao produtor. O chefe da Agricultura participou da reunião da frente nessa terça-feira, 20. Ele comentou o desafio que será para conseguir colocar em prática a política de crédito rural do próximo ano agrícola.
“Nós temos um desafio com o Plano Safra. Com a Selic a quase 15% de taxa básica, é proibitivo para o produtor rural pegar recursos sem equalização. Paralelo a isso, nós temos um regime que proíbe o excesso de gastos além daquilo que está no regime fiscal. Como achar alternativas para isso? Não é impossível. Eu queria o apoio de vocês, sugestões, de como a gente possa equalizar com mais recurso o taxa de juros de um dígito para a Pronamp, que é fundamental para o novo Plano Safra”, disse o ministro aos parlamentares da bancada.
Uma das alternativas para concretizar uma taxa de juros mais baixa aos médios produtores é a ampliação de linhas dolarizadas. O ministro vem defendendo isso, como já mostrado pelo Agro Estadão.
Outro ponto que Fávaro quer incluir no Plano Safra 2025/2026 é a opção do seguro paramétrico. Este tipo de seguro seria uma alternativa mais fácil ao seguro rural tradicional, segundo explicou o ministro. Também nesse assunto, o chefe do Mapa voltou a pedir o apoio da FPA, para conforme disse, pelo menos “tentar”.
“Faz um chamamento, coloca o seguro paramétrico como uma das opções. Universaliza. Não adianta só deixar alguns produtores querendo fazer seguro. Tem que universalizar. E como é paramétrico, sempre tem uma atração”, reforçou. Ele também comentou novamente a tratativa com o Ministério da Fazenda de viabilizar entre R$ 3,5 bilhões e R$ 4 bilhões para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). O secretário de Política Agrícola do Mapa, Guilherme Campos, falou sobre esses valores na última semana.
Ministro vê “indícios” para abertura chinesa às exportações de frango
Fávaro também comentou sobre uma possível regionalização dos embargos chineses às exportações de carne de frango. O protocolo sanitário entre Brasil e o país asiático prevê a interrupção total dos embarques dessa proteína no caso de detecção de gripe aviária em granjas comerciais. Ao ser questionado, ele disse que vê essa possibilidade, mas ponderou que o caso no Rio Grande do Sul ainda é recente.
“Eu posso dizer que há indícios de que pode ser regionalizado, mas ainda é muito cedo. Cinco dias é muito pouco tempo para que eles possam se sentir confiantes e regionalizar. Eu compreendo o lado deles”, respondeu aos jornalistas após a reunião com a FPA. E complementou: “hoje nem isso [propor a regionalização] estamos fazendo, porque o protocolo é muito claro. Não tem como eu propor a regionalização”.
Mais tarde, Fávaro teve um encontro com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Depois do encontro, ambos falaram à imprensa e anunciaram que o processo de desinfecção da granja em Montenegro (RS) deve demorar pelo menos mais um dia. Com isso, o tempo de contagem para retorno do Brasil ao status de país livre de gripe aviária também foi postergado. Caso o processo termine nesta quarta-feira, 21, o prazo de 28 dias começa a ser contabilizado a partir do dia seguinte.

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