Agropolítica
Governo de SP investe R$ 4 milhões para reforçar combate ao greening
Recurso será destinado à contratação de profissionais para ampliar ações de combate ao psilídeo, inseto vetor da doença
Redação Agro Estadão
03/06/2025 - 15:19

O governo de São Paulo vai investir aproximadamente R$ 4 milhões, por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, em uma nova ação para reforçar o combate ao greening (HLB). O anúncio foi realizado nesta terça-feira, 3, durante a abertura da 50ª Expocitros, em Cordeirópolis (SP).
O recurso será destinado à contratação de 28 novos profissionais, que irão atuar em conjunto com a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), ampliando as ações de fiscalização, monitoramento e controle do psilídeo, inseto vetor da doença.
A contratação dos profissionais ocorrerá por meio de um termo de cooperação com uma Organização da Sociedade Civil (OSC), com validade de um ano e possibilidade de prorrogação. “Essa é uma medida fundamental para a preservação da cadeia da citricultura em nosso estado. Mais monitoramento é sinônimo de maior produtividade e segurança para os pomares paulistas”, afirmou o secretário de Agricultura e Abastecimento, Guilherme Piai. Atualmente, São Paulo concentra aproximadamente 80% da produção nacional, gerando quase 50 mil empregos somente em 2024.
A distribuição dos profissionais será feita em seis equipes, compostas por quatro técnicos agropecuários, dois engenheiros agrônomos e dois profissionais administrativos. Eles atuarão em regiões ainda a serem definidas, mas, segundo a Secretaria de Agricultura, estrategicamente distribuídas para atender as principais áreas produtoras do estado.
“Serão profissionais que estarão focados em inspeções de greening, nos ajudando a regionalizar o Estado e ter medidas diferentes de acordo com a incidência da doença”, comentou Alexandre Paloschi, engenheiro agrônomo e diretor do Departamento de Defesa Sanitária e Inspeção Vegetal. “Com reforço na fiscalização, pretendemos ter maior sucesso no controle efetivo do psilídeo, inseto vetor da doença”, complementou.
Recentemente, um estudo do Rabobank apontou que, há cerca de cinco anos, o greening tem pressionado o setor de laranja paulista. Como efeito, pode ocorrer nos próximos anos uma migração da cultura para outros estados, como Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná.
Safra maior
De acordo com o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), a previsão de colheita para o cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro é de 341,11 milhões de caixas de 40,8 kg, crescimento de 26,4% sobre a safra anterior, que sofreu impactos de condições climáticas adversas.
Além de responder por 80% da produção nacional, São Paulo processa 90% do suco de laranja do país. Essa relevância aumenta a preocupação com o greening. Além de uma legislação que estabelece medidas rigorosas, como a proibição de comércio ambulante de mudas cítricas, o estado tem ampliado operações de fiscalização nos pomares. A Coordenadoria de Defesa Agropecuária mantém, ainda, um canal de denúncias sobre cultivos abandonados ou com problemas de manejo, que, em abril, atendeu 57 chamados.
O estado também anunciou a criação do Centro de Pesquisa Aplicada em Inovação e Sustentabilidade da Citricultura (CPA), parceria entre a Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), o Fundecitrus, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) – onde está sediado. Nos próximos cinco anos, o empreendimento deverá receber investimentos de R$ 90 milhões para consolidar estudos já existentes e formar novos grupos de pesquisa.
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