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SP terá maior planta do mundo a produzir biogás a partir de efluente de citros

Projeto da Louis Dreyfus Company é inédito no Brasil e será instalado em Bebedouro

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Igor Savenhago | Ribeirão Preto

13/03/2025 - 09:47

Foto: Adobe Stock
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A Louis Dreyfus Company (LDC), multinacional francesa, anunciou o lançamento da pedra fundamental para a construção de uma planta que será destinada à produção de biogás em sua maior unidade de processamento de citros, localizada em Bebedouro (SP). O empreendimento, previsto para ficar pronto no final do primeiro semestre de 2026, terá capacidade para gerar energia verde suficiente para substituir 100% dos combustíveis fósseis utilizados na unidade. 

O biogás será produzido a partir de resíduos (efluentes) da produção de suco de laranja, da qual a LDC é uma das três maiores empresas do mundo, e do preparo de limões para exportação — a companhia é líder no planeta nas vendas externas de limão-taiti e siciliano. 

A unidade de Bebedouro tem capacidade para processar 30 milhões de caixas de frutas por ano. Todo o efluente, que hoje é destinado pela LDC para fertirrigação, será usado para produzir biogás. A nova planta poderá receber 390 metros cúbicos de resíduos por hora, que vão se transformar em 50 mil metros cúbicos de biogás por dia. Esse volume transformado em biometano equivale a 7 milhões de metros cúbicos por ano, suficiente para abastecer uma cidade de 12 mil residências.  

De acordo com Paulo Hladchuk, Head Global da Plataforma de Sucos da LDC, a proposta de construção da planta, que ocupará 200 mil metros quadrados — 20% da área total da unidade —, se alinha à política de sustentabilidade da companhia. Entre as principais diretrizes, estão o aproveitamento total da laranja — do suco à casca —, a redução da emissão de gás carbônico (CO2) e o comprometimento com a cadeia citrícola. 

Projeto da planta de biogás na unidade da LDC em Bebedouro (SP). Foto: LDC/Divulgação

“A importância desse projeto está justamente na inovação e no atendimento da agenda ESG [sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança] da LDC. Estamos seguindo o nosso compromisso de descarbonizar o setor. Todos os aspectos da nova planta foram pensados para maximizar o impacto ambiental positivo, bem como aumentar a eficiência do uso de recursos naturais”, afirma Hladchuk.

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Ele conta que as conversas para a implantação do projeto começaram em 2021, mas, como se tratava de algo inédito, foi preciso, primeiro, buscar conhecimento. Uma planta semelhante foi encontrada na Argentina, mas com números bem mais modestos que os da LDC e com processamento somente de limões.  

Biotecnologia

Outra diferença com a empresa argentina é uma biotecnologia exclusiva. Trata-se de um inóculo desenvolvido pela própria LDC, capaz de decompor a carga orgânica do efluente para a transformação em biogás. “Esse inóculo é parte desse grande projeto. E o melhor é que o desenvolvimento foi feito totalmente dentro de casa. Espero que nossos clientes possam valorizar essa biotecnologia e o que o projeto estimule o país a produzir energia verde”, declara Hladchuk.

Ele explica, ainda, que, após o tratamento dos efluentes, 100% da água tratada será devolvida aos rios, por meio de tubulações. E o que o lodo excedente do processo será utilizado como fertilizante dos próprios pomares. 

De São Paulo para o mundo

Segundo a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento de São Paulo (SAA), a cada dez copos de suco de laranja consumidos no mundo, sete saem de São Paulo. O produto ocupa a segunda colocação na balança comercial paulista, respondendo por 15,5% das exportações. 

O secretário, Guilherme Piai, afirma, em nota, que “o investimento [feito pela LDC] é de milhões de dólares, demonstrando que São Paulo oferece segurança jurídica, pesquisa, combate ao greening, seguro rural e disponibilidade de crédito”. 

Piai também destaca que projetos como esse estão surgindo após o governo paulista ter padronizado, no ano passado, os procedimentos para a produção de biogás e biometano em propriedades rurais. Por meio da Companhia Ambiental de São Paulo (Cetesb), se possibilitou que, além da citricultura, esses biocombustíveis sejam gerados a partir da avicultura, da suinocultura, da bovinocultura, de frigoríficos e abatedouros.

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