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SP: empresas de máquinas agrícolas aumentam investimentos

Consórcios, ampliações, atenção a Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) movimentam o mercado

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Igor Savenhago | Ribeirão Preto

07/03/2025 - 08:23

Na edição deste ano do consórcio nacional, Tracan mira as usinas sucroenergéticas. Foto: Tracan/Divulgação
Na edição deste ano do consórcio nacional, Tracan mira as usinas sucroenergéticas. Foto: Tracan/Divulgação

Apostando que o mercado de máquinas agrícolas vai reverter, agora em 2025, o cenário de retração observado no ano passado, empresas do setor estão ampliando os investimentos no estado de São Paulo. As estratégias vão desde a oferta de consórcios a ampliações, passando por aprimoramento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).  

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq), a queda de vendas em 2024 foi de 17,1% — índice que refletiu a procura menor tanto internamente (-15.9%) quanto para exportações (-25,6%). Para este ano, a associação estima uma recuperação de 8,2%, estimulada pelos melhores preços das commodities

Por outro lado, há um receio de que os juros altos possam comprometer o faturamento projetado. Pensando nisso, a Case IH lançou a segunda edição do seu consórcio nacional. Revendedores paulistas da marca, como a Tracan, em Ribeirão Preto (SP), e a Central Máquinas, com sede em Assis (SP), revelaram ao Agro Estadão que estão otimistas. 

Segundo Márcio Leão, gerente comercial da Tracan, diante do cenário econômico, a modalidade tende a ser mais procurada porque, além da dificuldade de obter crédito acessível nos bancos, os produtores podem definir o valor da cota do consórcio de acordo com suas possibilidades de pagamento. Outra vantagem, segundo ele, é que a taxa de administração é fixa, trazendo previsibilidade e, com isso, inadimplência baixa.

Para este ano, o foco da Tracan é o segmento sucroenergético. “Temos a meta de atender, pelo menos, oito grupos de usinas, o que totalizaria de R$ 60 milhões a R$ 70 milhões em vendas”, afirma Leão. Além de estimular o mercado, esse montante seria responsável por aumentar o percentual de máquinas comercializadas pela empresa por meio de consórcios, que hoje varia entre 5% e 6%. 

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Na Central Máquinas, que tem oito lojas em São Paulo e uma no Mato Grosso do Sul, o diretor Carlos Alberto da Rosa afirma que, no ano passado, o faturamento da empresa foi 25% menor na comparação com 2023. Rosa explica que o desempenho só não foi pior justamente pelos consórcios, que tiveram crescimento superior a 30% na procura — representando 15% do total das vendas de máquinas. 

máquinas agrícolas
Carlos da Rosa: consórcios representaram 15% das vendas da Central Máquinas em 2024.
Foto: Central Máquinas/Divulgação

Para 2025, a perspectiva é de um desempenho semelhante. “Os consórcios têm sido uma ferramenta muito importante. Por isso, temos dado foco nesse segmento. Para os agricultores, como os financiamentos estão caros, é uma saída interessante”, avalia Rosa. 

Para incentivar ainda mais a adesão, a Case IH vai sortear seis tratores entre os que adquirirem cotas.  Em fevereiro, durante o Show Rural Coopavel, feira que abriu o calendário de grandes eventos agropecuários no país, a marca anunciou aumento de 125% nas vendas de consórcios de máquinas agrícolas em relação à edição de 2024. 

Pesquisa e Desenvolvimento

Em Lençóis Paulista, no centro-oeste de SP, a Grunner investiu R$ 10 milhões em um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), inaugurado em fevereiro. O objetivo da empresa, que surgiu com foco na cana-de-açúcar, é impulsionar estudos e a criação de soluções também para outros ramos, como grãos, silvicultura e mineração.

A nova estrutura está abrigada em prédio de 510 metros quadrados, que foi inteiramente reformado e recebeu um time de engenheiros ligados a tecnologias de inovação e agronegócio, além de especialistas em mecânica, agrônomos, eletricistas e eletrotécnicos. 

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Grunner investiu R$ 10 milhões para diversificar portfólio. Foto: Grunner/Divulgação

José Reche, diretor de operações da Grunner, afirma ao Agro Estadão que 2025, apesar do incremento previsto no mercado, ainda será desafiador, mas, segundo ele, a empresa está de olho não apenas neste ano, mas nos próximos 15. “A agricultura paulista está muito acelerada e demanda soluções disruptivas. Quem não investir agora vai ficar ultrapassado”. 

De acordo com Reche, esse trabalho de antecipar tendências é um dos fatores que explicam o rápido crescimento da empresa, que, desde 2019, quando foi inaugurada, chegou a 1.235 unidades, a maioria em São Paulo. Só de transbordos para a cultura canavieira, a Grunner responde por 12% do mercado nacional. 

Expansão

Outra que apresentou novas operações no início deste ano foi a AGCO Corporation, fabricante de máquinas agrícolas e tecnologias para agricultura de precisão, que abriu duas instalações em Jundiaí (SP): o Centro de Excelência de Transmissões Reman e a nova sede da AGCO Academy. O investimento total foi de R$ 19 milhões. 

A expectativa do CEO da companhia, Eric Hansotia, é que o centro, o primeiro para transmissões agrícolas da América Latina, aumente as oportunidades para os agricultores terem acesso a produtos sustentáveis e de qualidade a custos reduzidos. O empreendimento, de 1.750 metros quadrados, é voltado à remanufatura de transmissões continuamente variáveis (CVT) e mecânicas, com a meta de disponibilizar 120 unidades de cada tipo no primeiro ano. 

AGCO
AGCO Corporation anunciou duas novas instalações em Jundiaí (SP). Foto: AGCO/Divulgação

Já a AGCO Academy busca oferecer treinamento a profissionais que atuam no apoio e manutenção de máquinas agrícolas das principais marcas da AGCO: Fendt, Massey Ferguson e Valtra. São 2.300 metros quadrados, com capacidade para treinar até 600 técnicos por ano. “Em meio à transformação digital e aos novos avanços tecnológicos que estão remodelando o setor agrícola, o conhecimento técnico é crucial para o progresso contínuo do setor”, declara, em nota, Rodrigo Junqueira, vice-presidente da Massey Ferguson para a América do Sul e gerente geral AGCO para a América do Sul.

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