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Economia

Mercado de máquinas agrícolas usadas cresce 15% em 2024

Aumento nas vendas reflete cenário de recuperação; impulsionada pelos juros altos, demanda deve ser ainda maior em 2025

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Paloma Custódio | Brasília | paloma.custodio@estadao.com

04/03/2025 - 08:00

Região Sudeste lidera venda de ativos usados - Foto: Bruno Laurini/Arquivo pessoal
Região Sudeste lidera venda de ativos usados - Foto: Bruno Laurini/Arquivo pessoal

A venda de equipamentos e veículos agrícolas usados aumentou 15% de janeiro a dezembro de 2024, em comparação com o ano anterior. O levantamento é da plataforma Superbid Exchange, que contabilizou a comercialização de 8.500 ativos usados dentro do ambiente de vendas online no ano passado. As projeções para o primeiro trimestre de 2025 apontam para um crescimento de 17% nas vendas, quando comparadas ao mesmo período de 2024.

Ao Agro Estadão, o diretor de operações da Superbid Exchange, Marcelo Bartolomei, disse que, em 2024, as grandes empresas avaliaram a necessidade de substituir sua frota mecanizada usada. Para ele, o aumento das vendas reflete a rápida recuperação do mercado e a maior confiança do setor agroindustrial na aquisição de maquinários e veículos mais eficientes e mais baratos.

Entre os ativos mais vendidos em 2024, as máquinas e os implementos agrícolas, como roçadeiras e pulverizadores, lideraram em volume, representando 42,3% dos lotes. Veículos e máquinas pesadas, como caminhões e tratores, também se destacaram entre os lotes mais vendidos (33%). Ainda de acordo com o levantamento, o ticket médio dos lotes aumentou 11,4% em relação ao ano anterior, alcançando R$ 250 mil.

Marcelo Bartolomei explica que a disponibilização dos mecanizados por parte das empresas está ocorrendo em um período menor. “Então, as máquinas e os equipamentos usados, em tese, têm uma vida útil maior. São equipamentos mais novos do que tradicionalmente estavam sendo colocados. Estamos disponibilizando uma frota de usados quase na linha do seminovo”, destaca.

Sudeste lidera venda de máquinas usadas

A região Sudeste lidera as vendas de equipamentos e veículos agrícolas, representando 48,39% do total, seguida pelo Centro-Oeste, com 20,49%; Sul, com 20,1%; Nordeste, com 7,11%; e Norte, com 3,92%. De acordo com o diretor da Superbid Exchange, Sudeste e Centro-Oeste concentram os produtores com maior capacidade de investimento, além de uma demanda significativa por equipamentos voltados ao setor sucroalcooleiro, especialmente colhedoras.

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O produtor Bruno Laurini cultiva cana-de-açúcar em sua propriedade em Taquaritinga, município da região central do estado de São Paulo. Para alavancar a produção, comprou mais de 50 equipamentos usados, entre tratores, caminhões e colhedoras. Segundo ele, o investimento para aquisição em leilão gira em torno de 20% do valor de uma máquina nova, além dos custos com revisão e manutenção.

“Para saber se é um bom negócio ou não, nós também fazemos uma estimativa de quanto gastaríamos de manutenção. Teoricamente, uma máquina inteira revisada custaria para nós 40% do valor de uma máquina nova. E isso acaba sendo bastante vantajoso, porque qualquer máquina agrícola hoje custa a partir de R$ 1 milhão”, contou à reportagem.

Taxa de juros impulsiona mercado de usados

O diretor da Superbid Exchange projeta um aumento ainda maior na demanda por máquinas agrícolas usadas em 2025, impulsionado pelas altas taxas de juros. Essa preocupação é compartilhada pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), que, embora preveja um crescimento de 8,2% no faturamento para 2025, considera que os juros elevados podem limitar essa expansão ao longo do ano.

“O preço do maquinário mais novo ainda está um pouco inacessível para uma gama de produtores. Então as pessoas acabam indo para uma linha de investimento mais ajustada aos seus orçamentos, à característica das máquinas usadas que estão sendo disponibilizadas no mercado”, avalia Bartolomei.

A alta taxa de juros também foi fator decisivo para o produtor Bruno Laurini optar pela aquisição de maquinário usado. “Com esse problema que a gente está de juros muito caros, a gente não financia. Porque o custeio de uma máquina nova, com taxa de até 18% ao ano, fica impagável. Então a gente compra a usada, faz a revisão, e a máquina faz o mesmo serviço de uma nova”, explica. Laurini acrescenta que os equipamentos usados sofrem uma depreciação menor em comparação aos novos, tornando a aquisição mais vantajosa.

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