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Economia

Você nunca ouviu dessa raiz, mas ela já foi mais importante que o trigo

Rica em amido e naturalmente sem glúten, a araruta atende à crescente demanda por alimentos funcionais, abrindo nichos de mercado promissores

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Redação Agro Estadão*

19/07/2025 - 08:00

Foto: Adobe Stock
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Você já ouviu falar da araruta? Essa planta, quase esquecida nos dias de hoje, já foi tão importante no Brasil que chegou a superar o trigo em relevância em certos períodos. 

A araruta é uma cultura tradicional brasileira que merece ser redescoberta, especialmente pelos agricultores que buscam diversificar suas atividades e atender à crescente demanda por alimentos saudáveis e funcionais.

O que é a araruta?

A araruta, cientificamente conhecida como Maranta arundinacea L., é uma planta herbácea nativa das Américas. Seu nome deriva do termo indígena “aru-aru”, que significa “farinha de farinha”, indicando sua importância na alimentação dos povos originários. 

A parte mais valiosa da planta é que costumamos chamar de raiz, mas é chamado de rizoma, um caule subterrâneo do qual se extrai uma farinha rica em amido, conhecida por sua alta digestibilidade e versatilidade culinária.

A araruta na história do Brasil

Antes da chegada dos portugueses, a araruta já era amplamente cultivada e utilizada pelos povos indígenas, como os Caraíbas e Caiapós. Para essas comunidades, a planta representava uma base alimentar essencial e também uma reserva estratégica em tempos de escassez.

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Durante o período colonial e imperial, a farinha de araruta ganhou destaque por suas propriedades nutricionais e facilidade de digestão. Era especialmente valorizada na alimentação de crianças, idosos e convalescentes. 

No entanto, ao longo do tempo, seu cultivo entrou em declínio. A introdução de outras culturas e a mudança nos hábitos alimentares levaram a araruta a ser gradualmente esquecida por muitos brasileiros.

Por que a araruta é relevante hoje?

araruta
Foto: Adobe Stock

Atualmente, observamos um movimento de valorização de culturas tradicionais e Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs). A araruta se encaixa perfeitamente nesse contexto, atendendo à crescente demanda por alimentos naturais, saudáveis e com atributos específicos, como a ausência de glúten.

Para os pequenos e médios produtores rurais, a araruta representa uma oportunidade de diversificação de renda e agregação de valor. O cultivo dessa planta permite explorar nichos de mercado promissores, como o de alimentos funcionais e orgânicos. 

Além disso, sua produção se alinha com práticas de agricultura sustentável e preservação da biodiversidade agrícola brasileira.

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Como beneficiar a araruta na propriedade rural

O processo de beneficiamento da araruta para obtenção da farinha ou polvilho é relativamente simples e pode ser realizado em pequena escala na própria propriedade. As etapas básicas incluem:

  • Lavagem dos rizomas;
  • Ralação;
  • Decantação do amido em água;
  • Secagem.

Esse processo artesanal agrega valor ao produto final e permite ao produtor controlar a qualidade em todas as etapas.

A farinha de araruta é extremamente versátil na culinária. Ela pode ser utilizada no preparo de mingaus, biscoitos, bolos e pães sem glúten. 

Uma característica notável é sua capacidade de conferir leveza e crocância aos alimentos. Ademais, funciona como um excelente espessante natural para molhos e cremes.

Oportunidades de mercado para a produção de araruta

araruta
Foto: Adobe Stock

O mercado para produtos derivados da araruta está em expansão, impulsionado pela crescente demanda por alimentos sem glúten, orgânicos e artesanais. Os produtores rurais podem explorar diversos canais de comercialização, tais como feiras de produtores, venda direta ao consumidor e fornecimento para estabelecimentos especializados.

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Cooperativas de agricultores familiares têm obtido sucesso na produção e comercialização de araruta. Por exemplo, em São João del-Rei, Minas Gerais, a Emater-MG e a Epamig têm incentivado o cultivo da planta, reconhecendo seu potencial econômico e cultural.

A indústria de alimentos também representa um mercado promissor. A fécula de araruta pode ser utilizada como ingrediente em diversos produtos industrializados, especialmente aqueles voltados para o público celíaco ou com restrições alimentares.

Para os produtores interessados em investir na araruta, é fundamental buscar orientação técnica e conhecer as particularidades do cultivo. Instituições como a Embrapa e as empresas estaduais de assistência técnica e extensão rural oferecem informações valiosas sobre o manejo adequado da cultura.

*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

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