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Canaviais paulistas impulsionam pulverização com uso de Inteligência Artificial

Usinas sucroenergéticas e produtores de cana aumentam procura pelo serviço que ajuda a reduzir custos na pulverização

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Igor Savenhago | Ribeirão Preto

01/01/2025 - 09:23

Cromai avalia imagens coletadas em lavouras e identifica presença de plantas daninhas: São Paulo é o principal mercado. Foto: Divulgação
Cromai avalia imagens coletadas em lavouras e identifica presença de plantas daninhas: São Paulo é o principal mercado. Foto: Divulgação

Empresas que oferecem tecnologias para pulverização com o uso de Inteligência Artificial estão ampliando sua participação no mercado agrícola graças à elevação da demanda pelo segmento sucroenergético paulista. 

Com a maior adesão de usinas e produtores, o estado – que respondeu pelo maior percentual de cana colhida no Brasil na safra 2023/24, 52% – representa o principal foco de atuação para algumas marcas e abre oportunidades de novos negócios para outras. 

Uma delas é a Fotodrones, fundada há três anos em Guaraci (SP). Com uma frota de sete drones – quatro para pulverização e três para mapeamento de áreas –, a empresa tem Inteligência Artificial embarcada em um dos equipamentos. 

É um sistema de mapeamento com câmera multispectral, que identifica, por meio de sensores, condições que não estão ao alcance dos olhos humanos. A aplicação de diferentes tipos de cores sobre as imagens colhidas possibilita localizar, por exemplo, falhas de plantio e se plantas que crescem em meio à lavoura são daninhas ou não – o que evita a aplicação de produtos em locais não afetados e reduz custos aos agricultores.  

Durante a safra 2023/24, os drones da empresa sobrevoaram cerca de 10 mil hectares. Para a atual temporada, que termina oficialmente em março, a expectativa é fechar com o dobro desse número.

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imagem de câmera de drone
Câmera multispectral de equipamento permite identificar, por cores, áreas com falhas no plantio e com plantas daninhas – Imagem: Fotodrones/Divulgação

Gledson Reis, um dos sócios da Fotodrones, conta que a empresa surgiu em 2013 e que a escolha de Guaraci levou em conta, justamente, a quantidade de usinas no entorno. No entanto, foi só a partir de 2022, com a maior aceitação do uso de drones para pulverização, que a procura pelos serviços teve um crescimento expressivo. “E agora em 2024, por causa da forte entrada das usinas, estourou”.  

Reis tem uma história de ligação com os drones muito antes desses veículos não tripulados tomarem o espaço aéreo nas propriedades. Formado em Zootecnia com ênfase em Agronomia, já praticava aeromodelismo aos 14 anos na companhia do avô. Na adolescência, com um canivete, moldava hélices e acoplava câmeras em pequenos aviões e helicópteros movidos a rádio-controle. Até que, em 2016, criou o próprio drone, já dentro da Fotodrones, em caráter experimental. E não parou mais. 

Análise de imagens

A Cromai, criada em 2017 na capital paulista, também trabalha em ritmo acelerado. A empresa nasceu para disponibilizar um serviço de análises de plantações com Inteligência Artificial e visão computacional. 

Henrique Del Papa, cofundador, explica que a tecnologia permite identificar padrões e fornecer diagnósticos precisos sobre a presença de plantas daninhas em uma lavoura e classificar a qual grupo pertence a espécie, o que auxilia os agricultores a tomarem decisões mais acertadas. 

Desde a fundação, a empresa cresceu, em média, três vezes ao ano, atingindo um faturamento anual de R$ 15 milhões. São Paulo, o principal mercado, responde por 40% do volume de negócios, com destaque para a cana-de-açúcar. 

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“O setor sucroenergético possui um grande potencial de crescimento, com a adoção constante de novas tecnologias, além do fato de atuarmos diretamente em economia financeira e sustentabilidade ambiental para nossos clientes. Em São Paulo não é diferente, pois os maiores grupos estão ou possuem sua sede no estado, e a busca por eficiência é cada vez maior para garantir longevidade e rentabilidade nas operações”, afirma Del Papa. 

Em 2022, a Cromai estabeleceu uma parceria com a Colorado Máquinas, atual TRACBELAgro, concessionária da John Deere no estado, para disponibilizar o acesso à tecnologia, visando melhorar a gestão de insumos nas propriedades rurais. Os produtores que adquirem máquinas da montadora podem gerar mapas de pulverização que ajudam a reduzir o uso de herbicidas em até 65% na cana-de-açúcar, segundo Del Papa.

Menos água e defensivos 

Outra que promete entregar economia é a gaúcha Savefarm, sediada em Porto Alegre (RS). No mercado há cinco anos, a empresa fabrica sensores com Inteligência Artificial que, acoplados à barra de pulverização, com distância de um metro um do outro, são capazes de identificar em tempo real os pontos da lavoura com plantas daninhas e aplicar herbicidas apenas nesses locais. 

pulverização seletiva
Pulverização seletiva: sensores de empresa gaúcha chegaram ao mercado paulista há dois anos. Foto: Saverfarm/Divulgação

A empresa começou atendendo propriedades no Rio Grande do Sul e depois se expandiu para o Centro-Oeste do Brasil e a região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), com foco em grãos. Há dois anos, chegou ao Estado de São Paulo, motivada pela força do setor canavieiro. A presença no mercado paulista foi garantida por parcerias, sendo a principal delas com a Coopercitrus, cooperativa agrícola com sede em Bebedouro (SP). 

“É um estado que tem grande potencial para o uso da nossa ferramenta seletiva, tanto no cultivo de grãos, como soja e milho, como também nas áreas de cana, que é um dos cultivos principais”, afirma Artur Fiegenbaum, diretor de aplicações da Savefarm. 

O equipamento, segundo Fiegenbaum, é capaz de analisar 3,3 milhões de imagens por hora. Conforme a empresa, dados levantados a partir do uso dos sensores em 150 máquinas durante o ano de 2023 revelaram uma economia total de 1 milhão de litros de defensivos, 91 milhões de litros de água e redução de até 7,5% no consumo de óleo diesel.

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