PUBLICIDADE

Sustentabilidade

Terras com área incendiada ou desmatamento ilegal poderão ser desapropriadas, determina STF

Setor reage e vê situação como preocupante com relação ao direito à propriedade

Nome Colunistas

Redação Agro Estadão | Atualizada às 14h05

29/04/2025 - 08:00

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Imóveis rurais que tiveram incêndios criminosos ou casos de desmatamento ilegal poderão ser desapropriados pela União. A decisão que autoriza a medida foi emitida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino. Segundo o ministro, a desapropriação deve ser aplicada “quando a responsabilidade do proprietário esteja devidamente comprovada”. 

No despacho, Dino relembra que a Constituição prevê a desapropriação “que não esteja cumprindo sua função social”. O ministro ainda pontua que uma dos requisitos para considerar o cumprimento da função social é a preservação do meio ambiente. 

CONTEÚDO PATROCINADO

“Assim, a preservação ambiental revela-se componente indispensável à regular fruição do direito de propriedade, cuja validade constitucional está condicionada ao cumprimento de sua função social”, assinalou o ministro.  

Dino também determinou que a União e os Estados da Amazônia Legal e do Pantanal devem ter instrumentos para impedir a regularização fundiária de áreas que tiveram crimes ambientais. Além disso, o ministro intimou que o governo federal e os Estados ajuízem ações de indenização contra proprietários que sejam responsáveis por queimadas criminosas e desmatamento ilegal.  

“Não é razoável que, ano após ano, bilhões de reais de dinheiro público sejam gastos combatendo incêndios dolosos e desmatamentos claramente ilegais. Com este ciclo perpétuo, pune-se duplamente a sociedade”, disse Dino.

PUBLICIDADE

O STF também apontou prazos para manifestações de órgãos e de governos. Um desses prazos é para os estados do Acre, Amapá, Rondônia, Maranhão, Tocantins e Pará. Eles terão dez dias para detalhar as medidas de prevenção e combate às queimadas que já foram adotadas neste ano. Dino também indicou que esses estados terão que instalar salas de situação para acompanhar e monitorar os focos de incêndio. 

As decisões ocorrem em meio ao processo da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 743. A ação já tinha determinado outras medidas para prevenção e combate às queimadas no Pantanal e na Amazônia. 

Tom de preocupação marca repercussão no setor

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) emitiu uma nota em que “manifesta preocupação” com a decisão do ministro Dino. O comunicado feito nesta terça-feira, 29, destaca que “é necessário combater crimes ambientais com rigor, mas sem violar o devido processo legal e os princípios constitucionais”. 

De acordo com a bancada, “o tema já é discutido no Congresso Nacional, com foco na punição dos responsáveis e na proteção do meio ambiente. Penalizar proprietários de boa-fé, sem investigação adequada, além de injusto, não resolve o problema”. A frente também diz que o tema deveria ser discutido pelo Legislativo e ressalta que defenderá “a função social da propriedade produtiva e o respeito às garantias constitucionais”. 

Quem também se posicionou foi a Sociedade Rural Brasileira (SRB). Na mesma linha de “preocupação”, a entidade representativa diz que a decisão do ministro do STF “macula o Direito de propriedade constitucionalmente garantido”. 

“Sabe-se que muitos dos incêndios ocorridos em propriedades rurais têm origem criminosa ou mesmo de fatos naturais. O proprietário e produtor rural é quem sofre prejuízo com o incêndio e a destruição de lavouras e pasto, além da devastação do solo, agravando a sua perda econômica. Mesmo assim, pela Lei, ainda é responsável pela recuperação do dano, agravando a sua perda econômica”, argumenta a SRB.

Siga o Agro Estadão no WhatsApp, Instagram, Facebook, X, Telegram ou assine nossa Newsletter

PUBLICIDADE

Notícias Relacionadas

Exigência de rastreabilidade ganha força com lei antidematamento da UE

Sustentabilidade

Exigência de rastreabilidade ganha força com lei antidematamento da UE

No Estadão Summit Agro 2025, especialistas apontaram movimento semelhante de outros países, como a China

“Agro tropical brasileiro será patrocinador da paz mundial”, diz Roberto Rodrigues

Sustentabilidade

“Agro tropical brasileiro será patrocinador da paz mundial”, diz Roberto Rodrigues

Ex-ministro da agricultura destacou o legado do agro pós-COP 30 durante palestra magna no Estadão Summit Agro 2025

MT regulamenta regularização ambiental e compensação de reserva

Sustentabilidade

MT regulamenta regularização ambiental e compensação de reserva

Normas automatizam o CAR nos projetos de reforma agrária e padronizam a compensação ambiental

STF dá 30 dias para SP apresentar plano de contratação de pesquisadores ambientais

Sustentabilidade

STF dá 30 dias para SP apresentar plano de contratação de pesquisadores ambientais

Suprema Corte também pede projeções para implantação do CAR e do PRA; Estado diz que cumpre metas e que moderniza carreira científica

PUBLICIDADE

Sustentabilidade

Após recuo do governo na COP 30, Plano Clima deve ser revisado

Grupo de trabalho terá participação do agro e discutirá ajustes em desmatamento, emissões e créditos de carbono

Sustentabilidade

Em 5 anos, mais de 90% da soja no Centro-Oeste avançou sem desmatamento

Estudo da Serasa Experian, com base nas regras ambientais do crédito rural, mapeou 74 milhões de hectares em dois biomas do Centro-Oeste

Sustentabilidade

Conselho Europeu abre caminho para adiar lei antidesmatamento por um ano 

Proposta será negociada com o Parlamento Europeu e busca simplificar a lei antidesmatamento e adiar sua aplicação para que todos se preparem

Sustentabilidade

Julgamento da Moratória da Soja é interrompido no STF

Pedido de vista de Toffoli adia definição sobre suspensão de ações e mantém medida em vigor

Logo Agro Estadão
Bom Dia Agro
X
Carregando...

Seu e-mail foi cadastrado!

Agora complete as informações para personalizar sua newsletter e recebê-la também em seu Whatsapp

Sua função
Tipo de cultura

Bem-vindo (a) ao Bom dia, Agro!

Tudo certo. Estamos preparados para oferecer uma experiência ainda mais personalizada e relevante para você.

Mantenha-se conectado!

Fique atento ao seu e-mail e Whatsapp para atualizações. Estamos ansiosos para ser parte do seu dia a dia no campo!

Enviamos um e-mail de boas-vindas para você! Se não o encontrar na sua caixa de entrada, por favor, verifique a pasta de Spam (lixo eletrônico) e marque a mensagem como ‘Não é spam” para garantir que você receberá os próximos e-mails corretamente.