Sustentabilidade
Esta solução natural está transformando o combate às pragas na agricultura
Óleos essenciais se tornam aliados da agricultura sustentável, combatendo pragas e doenças com eficácia comprovada por pesquisas

Redação Agro Estadão*
24/08/2025 - 05:00

A agricultura moderna enfrenta desafios constantes, desde a pressão de pragas e doenças até a crescente demanda por práticas sustentáveis.
Os óleos essenciais, compostos voláteis extraídos de plantas, se posicionam como uma alternativa inovadora e eficaz, especialmente para o agricultor focado na agroecologia e na redução do uso de produtos químicos sintéticos.
Por que usar óleos essenciais na lavoura?

Controle de pragas e doenças
Os óleos essenciais agem como agentes naturais no combate de pragas e doenças que afetam as culturas.
Pesquisas da Embrapa, por exemplo, mostram a eficácia de óleos de capim-limão e citronela contra fungos que causam a antracnose no mamão e o bolor verde na laranja.
Curiosamente, esses óleos superaram o desempenho de fungicidas químicos comerciais em estudos específicos.
Esses compostos vegetais exibem propriedades diversas, como repelência, toxicidade direta para pragas e a inibição do crescimento de fungos e bactérias.
De acordo com a Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas, o óleo essencial de hortelã gorda demonstrou ação fungicida contra Colletotrichum gloeosporioides e Alternaria alternata, fungos responsáveis por perdas em hortaliças.
Utilizar óleos essenciais representa alternativa aos defensivos químicos sintéticos. Sua complexa composição, com múltiplos alvos de ação, dificulta o desenvolvimento de resistência por parte das pragas, problema comum com produtos químicos.
Sustentabilidade e meio ambiente
O uso de óleos essenciais na agricultura traz um impacto ambiental significativamente positivo. Estes compostos, por serem biodegradáveis, contribuem para a redução da contaminação do solo e da água, minimizando os resíduos deixados no ambiente.
A preservação da biodiversidade é outro benefício, pois a ação mais seletiva dos óleos essenciais tende a poupar inimigos naturais das pragas e polinizadores, elementos fundamentais para um ecossistema agrícola equilibrado.
Ao adotar essas substâncias, o produtor rural diminui a pegada ecológica da propriedade, alinhando-se aos princípios da agricultura sustentável. Óleos essenciais encaixam-se no manejo integrado de pragas (MIP), promovendo um controle mais ecológico.
Vantagens econômicas e de saúde para o produtor
A redução da dependência de produtos químicos sintéticos, que frequentemente possuem alto custo, leva a uma economia substancial nos insumos agrícolas e ajuda na saúde do agricultor.
A segurança é outro ponto forte: aplicadores e consumidores se beneficiam da natureza menos tóxica e da rápida degradação dos óleos essenciais, que deixam poucos ou nenhum resíduo nas culturas.
Isso significa um ambiente de trabalho mais seguro para quem manuseia os produtos e alimentos mais saudáveis para o consumo.
Há também a possibilidade de agregar valor ao produto final. Com o crescente interesse dos mercados por alimentos mais naturais, orgânicos e com menor carga química, a produção com óleos essenciais abre portas para nichos de mercado com maior rentabilidade.
Como os óleos essenciais atuam

Os óleos essenciais exercem seus efeitos por meio de uma complexa interação com pragas e patógenos.
Sua composição é formada por diversas moléculas voláteis, como terpenos, que atuam em múltiplos alvos dentro do organismo da praga ou do patógeno. Essa ação multi-alvo é um diferencial ao dificultar o desenvolvimento de resistência.
Por exemplo, alguns componentes dos óleos essenciais podem afetar o sistema nervoso de insetos, desestabilizar membranas celulares de fungos e bactérias ou inibir enzimas vitais para a sobrevivência desses organismos.
A presença de diferentes compostos em um mesmo óleo potencializa sua eficácia e reduz a chance de adaptação das pragas.
Métodos de aplicação dos óleos essenciais na lavoura
A aplicação de óleos essenciais na lavoura ocorre de diversas formas, dependendo da cultura e do alvo. A pulverização foliar é um método comum, onde os óleos são diluídos e aplicados diretamente nas folhas.
Em alguns casos, utilizam-se adjuvantes para melhorar a aderência e a distribuição na planta.
Outras formas incluem o tratamento de sementes, protegendo as plântulas desde o início do desenvolvimento, e a aplicação no solo via irrigação, permitindo que os compostos cheguem às raízes e ao ambiente rizosférico.
A formulação é um aspecto fundamental para a eficácia dos óleos essenciais no campo. Como são voláteis e pouco solúveis em água, desenvolver emulsões, microencapsulamentos ou nanoemulsões aumenta sua estabilidade, protege contra a degradação e otimiza a liberação dos compostos ativos.
Conheça os óleos essenciais mais promissores

Como dito, diferentes óleos essenciais se destacam por suas propriedades específicas no controle de pragas e doenças. Os óleos com propriedades antifúngicas e antibacterianas são:
- Capim-limão e Citronela: mostraram-se superiores a fungicidas químicos no controle de doenças pós-colheita em mamão e laranja. São eficazes no combate a fungos que causam podridões;
- Hortelã gorda: possui ação fungicida contra Colletotrichum gloeosporioides e Alternaria alternata, impactando a saúde de hortaliças;
- Orégano, tomilho, cravo e canela: conhecidos por suas amplas propriedades antimicrobianas, são promissores no controle de diversas bactérias e fungos fitopatogênicos.
Agora os óleos eficazes contra insetos e ácaros são:
- Neem: reconhecido por sua ação antialimentar, repelente e disruptora do crescimento de insetos. Ele afeta diversos estágios de desenvolvimento das pragas;
- Citronela e Capim-limão: atuam como repelentes eficazes contra uma variedade de insetos;
- Hortelã-pimenta: exibe propriedades repelentes e larvicidas contra alguns tipos de insetos;
- Eucalipto, cravo e alecrim: apresentam efeitos inseticidas, repelentes e, em alguns casos, inibem a oviposição ou alimentação de pragas.
Por fim, utilizando esses compostos naturais, o agricultor otimiza a produção de forma mais segura e ecológica e agrega valor aos seus produtos, respondendo às demandas de um mercado cada vez mais consciente.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

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