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Sustentabilidade

Nitro e Symbiomics fecham parceria de olho em biológicos ainda não descobertos

A proposta da união é desenvolver tendo como base microrganismos ainda não utilizados em produtos bioinoculantes

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Daumildo Júnior | Brasília | damildo.junior@estadao.com

28/07/2025 - 05:00

Foto: Adobe Stock
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A proposta de trazer soluções “disruptivas” baseou a formalização de uma parceria entre a Nitro, multinacional brasileira de produção de insumos agrícolas, e a Symbiomics, empresa também do Brasil do ramo de biotecnologia. A intenção será o desenvolvimento de produtos voltados para a nutrição vegetal, porém utilizando cepas de microrganismos não utilizados.

“Ainda que a gente veja que é um dos mercados que mais crescem na agricultura, a gente vê pouca inovação, os produtos são sempre muito parecidos”, comenta ao Agro Estadão o CEO e cofundador da Symbiomics, Rafael Souza. A empresa tem uma coleção com mais de 12 mil microrganismos diferentes coletados em diversos pontos do país. Cerca de 30% deles são novos, ou seja, ainda não há produtos feitos tendo eles como base.  

Enquanto a firma de biotecnologia entra com o portfólio, a Nitro vai trazer o potencial industrial. E ambas vão trabalhar na parte prática da pesquisa e desenvolvimento dos novos materiais.  “Queremos assumir uma postura de liderança em inovação. No segmento de biológicos a gente tem como objetivo crescer quase sete vezes. Hoje a gente tem um market share de pouco mais de 1,4%, queremos ultrapassar os 6% e para isso, precisamos de produtos novos”, afirma o diretor de Marketing da Nitro, Jonas Cuzzi.

Foco em inoculantes

Os inoculantes fazem parte dos segmentos de bioinsumos. A atuação deles está ligada a fornecer nutrientes para o solo ou diretamente na planta. É nessa área que as pesquisas da parceria devem seguir. Ainda conforme as empresas, a ideia não é ofertar produtos que sejam apenas para as grandes culturas, como soja e milho, mas que possam ser aplicados de forma ampla. Neste início o olhar vai estar direcionado aos nutrientes mais demandados da agricultura, o trio NPK — nitrogênio, fósforo e potássio. 

Sobre a escolha desse direcionamento, o gerente de P&D da Nitro, Celso Santi, pontua que o mercado vive uma estagnação de produtos inovadores. Por isso, há oportunidades para trazer soluções diferentes, além de um fator mercadológico. 

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“A gente vê como oportunidade muito grande tendo em vista a falta de novidades. E também vê que é um mercado que não sofre certas volatilidades do próprio mercado da agricultura. Dependendo do clima, dependendo do período do ano, você tem certas pragas e em quantidades maiores ou menores. A nutrição não, você sempre vai precisar fornecer aqueles nutrientes para a planta”, justifica Santi. 

Conforme pesquisa da CropLife, a taxa média de adoção de bioinoculantes na área com algum tipo de uso de bioinsumos foi de 56% no ano passado. 

Primeiros produtos não devem demorar

Apesar da cautela, as empresas já projetam o lançamento dos primeiros produtos. “A gente pretende ter um produto o quanto antes no mercado, mas têm fases a seguir, tanto de validação, escalonamento e registro. A gente tem a previsão de que esse produto pode chegar ao mercado próximo da safra 2027/2028, mas podendo ser até antes”, declara o CEO da Symbiomics. 

Quanto ao custo que esses produtos vão chegar ao produtor, o diretor da Nitro garante que será algo compatível com a realidade brasileira. Além disso, na etapa de desenvolvimento, a escolha das cepas tem como um dos crivos a capacidade de produção em grandes quantidades. “Tem que compensar, tem que valer a pena para o produtor. Se a gente colocar um produto que, para ele, inviabiliza o produto, a gente não consegue colocar essa tecnologia em larga escala”, comenta Cuzzi. 

A produção em escala deve ocorrer na recém inaugurada Bacplant, unidade fabril da Nitro em Várzea Grande (SP). Essa planta, atualmente, tem autorização para produzir biodenfesivos — cerca de 1 milhão de litros ao ano. Mas o objetivo é expandir com a construção de outros módulos de múltiplos usos, podendo chegar a 6 milhões de litros anuais de produtos biológicos. 

Só neste ano, a Nitro pretende investir R$ 130 milhões na produção de soluções biológicas. Tanto a fábrica como os aportes dentro da parceria fazem parte dessa estratégia. 

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