Sustentabilidade
A flor conhecida como 'assassina' que mata abelhas pelo Brasil
A espatódea, flor de beleza exuberante, esconde um perigo silencioso: seu néctar tóxico mata abelhas, ameaçando a polinização e a produção de alimentos no Brasil

Redação Agro Estadão*
29/06/2025 - 08:00

A espatódea, árvore de beleza exuberante e presença comum em paisagens urbanas e rurais, esconde um perigo silencioso para a agricultura brasileira.
Chamada de “assassina de abelhas”, esta espécie exótica representa uma ameaça direta à apicultura e, por extensão, à produção de alimentos que depende da polinização.
A importância das abelhas para o agronegócio é inegável e a crescente preocupação com a saúde desses polinizadores impulsionou ações legislativas significativas. Estados como Santa Catarina e Mato Grosso, por exemplo, já proibiram seu plantio e determinaram a remoção de exemplares existentes.
Em Santa Catarina, a Lei Estadual nº 17.694/2019 estabelece multas para quem descumprir a norma, enquanto no Mato Grosso, a Lei Nº 11957 de 2022 reforça a proibição, evidenciando a seriedade do problema.
O que é a espatódea?
A espatódea (Spathodea campanulata), também chamada de Bisnagueira, Tulipeira-do-Gabão ou Chama-da-Floresta, tem sua origem nas florestas tropicais da África.
Sua popularidade no paisagismo decorre das flores grandes e vistosas, que variam do alaranjado ao avermelhado, criando um impacto visual marcante.
Contudo, por trás dessa aparência atraente, a espatódea revela-se uma planta invasora e tóxica, especialmente para os insetos polinizadores.
Por que ela é a flor “assassina de abelhas”?

O título de “assassina de abelhas” não é um exagero. A espatódea atrai abelhas e outros insetos com suas flores vibrantes, mas seu néctar e a mucilagem (substância viscosa e pegajosa, rica em polissacarídeos) presentes nos botões florais contêm substâncias tóxicas.
Ao entrarem no cálice da flor para coletar néctar, os insetos acabam ficando presos
em seu interior e morrem algum tempo depois.
Embora as abelhas sejam as mais afetadas, outros polinizadores, como beija-flores e diversas espécies de insetos, também correm risco ao interagir com a planta, ampliando o impacto negativo sobre a biodiversidade local.
O impacto da espatódea na polinização e na produção rural

A presença da espatódea em áreas agrícolas agrava a crise de polinizadores que o Brasil já enfrenta, somando-se a desafios como o uso de agrotóxicos e a perda de habitat.
As abelhas desempenham um papel insubstituível na polinização de culturas essenciais para a economia rural. A redução das populações desses insetos, causada pela espatódea, impacta diretamente a produtividade.
Culturas que se utilizam da polinização, como café, canola, carinata e diversas frutas, podem apresentar diminuição na frutificação e na produção de grãos. Além disso, a polinização inadequada compromete a qualidade e o tamanho dos frutos, gerando perdas econômicas significativas para os produtores.
A produção de alimentos no Brasil depende, em grande parte, da polinização realizada por abelhas. Remover a espatódea das propriedades rurais representa um passo fundamental para a sustentabilidade agrícola e a responsabilidade ambiental do produtor.
Para substituir esta espécie nociva, o paisagismo rural pode incorporar plantas nativas que, além de embelezar, oferecem néctar e pólen seguros para os polinizadores. Exemplos incluem:
- Ipês;
- Quaresmeiras;
- Aroeiras;
- Manacá-da-serra.
Cultivar essas espécies contribui para a saúde das abelhas e para a resiliência dos ecossistemas agrícolas. Portanto, a espatódea não deve ser cultivada, protegendo assim a vida dos polinizadores e a produtividade no campo.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

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