Sustentabilidade
Empresas se unem à iniciativa inédita de bem-estar animal
Coalizão reúne diferentes elos da cadeia de fornecimento de proteína animal para impulsionar boas práticas

Rafael Bruno | São Paulo | rafael.bruno@estadao.com
04/10/2024 - 08:30

Lançada no primeiro semestre deste ano, a Colaboração Brasileira de Bem-estar Animal (Cobea) oficializou nesta semana a adesão das sete primeiras empresas à iniciativa. A lista é composta por importantes atores da cadeia de proteína animal brasileira, sendo elas o Grupo IMC (International Meal Company), Special Dog Company, Minerva Foods, JBS Brasil, Planalto Ovos, Mantiqueira Brasil e Danone.
A nova entidade, sem fins lucrativos, surge com o objetivo de promover práticas de bem-estar animal no país e na América Latina, buscando integração entre diversos elos da cadeia produtiva, junto à indústria, serviços e varejo.
Segundo o diretor da Planalto Ovos, Daniel Mohallem, o principal motivo de a empresa aderir à coalizão foi a vontade de continuar aprimorando suas práticas e se manter na vanguarda do setor.
“A oportunidade de expressar nossa opinião sobre temas relevantes e garantir representatividade junto a órgãos e entidades é essencial para a empresa. Acreditamos que o compartilhamento de aprendizados e boas práticas irá gerar e disseminar conhecimento, elevando o nível de bem-estar no setor produtivo e aumentando a conscientização dos consumidores”, destaca em nota o executivo.
O recém-formado grupo ainda se encontra em um período de reuniões e debates sobre possíveis ações e projetos práticos que deverão ser adotados.

Foto: Cobea/Divulgação
“Significativas melhorias neste campo só serão alcançadas por meio da cooperação entre os diferentes agentes da cadeia produtiva. Além disso, a transparência e a confiabilidade das informações são aspectos fundamentais para o sucesso desta iniciativa”, afirma Daniel Mohallem.
Além de efetivar os primeiros membros, a Cobea também nomeou o primeiro presidente da Associação, o gerente de Desenvolvimento Sustentável da Special Dog Company, João Paulo Camarinha Figueira, que estará à frente da coalizão nos primeiros anos de atuação.
“Desde o início ficou evidente que havia um propósito genuíno de avançarmos nesse tema, construindo um ambiente colaborativo entre empresas. Acreditamos que a união de empresas comprometidas com os avanços em bem-estar animal, somando experiências e competências distintas, trará velocidade e intensidade no cumprimento de nossos objetivos”, afirma Figueira em nota.
Segundo o presidente, outros participantes deverão ser incluídos gradualmente. Além do setor alimentício, o grupo também informa que está aberto à adesão de representantes do setor de pet food, pelos benefícios de uma maior colaboração entre os dois grupos.
“A garantia de bem-estar para aves, suínos, peixes e demais espécies que oferecem proteína animal ao mercado pet é um objetivo que buscaremos atingir de forma organizada, estratégica e consistente, a partir de nossa participação na Cobea”, diz o gerente da Special Dog Company,
A Associação é uma idealização da startup Produtor do Bem. Segundo a empresa, a ideia surgiu em um simpósio, em 2023, a partir da percepção de que havia um apetite por um maior diálogo e colaboração no setor, envolvendo todos os elos da cadeia.
“A Produtor do Bem idealizou e apoia esta iniciativa porque acredita que são necessárias ferramentas adicionais, além da certificação, para tornar o sistema alimentar mais sustentável. Entendemos a necessidade de mudanças sistêmicas, em que todos são necessários para progredir”, pontua o diretor-executivo da Produtor do Bem, José Ciocca.
O cofundador da startup, Leonardo Vega, reforça a importância dessa colaboração também no sentido de demonstrar a proatividade da indústria brasileira em nível global. “Estamos empenhados em mostrar ao mundo que o Brasil não apenas produz em grande escala, mas também tem buscado compromissos genuínos com o bem-estar animal e a sustentabilidade. Por meio da Cobea, é possível compartilhar os avanços e contribuir para conversas globais sobre o futuro sustentável da agropecuária”, finaliza.
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