Sustentabilidade
Saiba qual o animal brasileiro é imune ao veneno de cobras
Marsupial brasileiro possui imunidade ao veneno de cobras, atuando como predador natural e reduzindo riscos nas propriedades rurais

Redação Agro Estadão*
15/08/2025 - 08:00

Nas propriedades rurais brasileiras, a presença de cobras peçonhentas é uma preocupação constante para a segurança de pessoas e animais.
No entanto, existe um animal silvestre que possui uma característica surpreendente e extremamente benéfica para o ambiente rural: o gambá, também conhecido como saruê em algumas regiões.
Este marsupial nativo do Brasil apresenta uma notável imunidade ao veneno de cobras, tornando-o um aliado inesperado dos produtores rurais.
A capacidade do gambá de resistir ao veneno de serpentes não é um caso isolado na natureza. Pesquisas recentes revelam que outros animais ao redor do mundo desenvolveram imunidades semelhantes.
Uma pesquisa publicada no Journal of Proteomics identificou que alguns mamíferos, répteis e até mesmo outras serpentes possuem proteínas no sangue que neutralizam toxinas de venenos.
Conheça o animal imune ao veneno de cobra

O gambá desenvolveu sua imunidade ao veneno de cobra através de um longo processo evolutivo. Embora essa resistência não seja absoluta para todos os tipos de veneno, ela é altamente eficaz contra os venenos das serpentes peçonhentas mais comuns no Brasil, como jararacas, cascavéis e corais verdadeiras.
O mecanismo biológico por trás dessa imunidade é fascinante. O sangue do gambá contém proteínas específicas que neutralizam as toxinas presentes no veneno das serpentes.
Essa adaptação evolutiva foi comprovada e é objeto de estudo do Instituto Butantan, referência mundial em pesquisas sobre animais peçonhentos.
Pesquisadores realizaram experimentos no Laboratório de Biologia Estrutural para comprovar essa resistência. Eles recolheram gambás da Mata Atlântica (Didelphis aurita) e os colocaram em ambientes controlados junto com serpentes jararacas (Bothrops jararaca).
Os gambás atacavam imediatamente as cobras, mesmo recebendo várias picadas, e não apresentavam sinais de intoxicação pelo veneno.
Como o gambá se tornou um animal imune ao veneno de cobra?

A imunidade do gambá ao veneno de cobra é resultado de uma “corrida armamentista” evolutiva entre esses marsupiais e as serpentes ao longo de milhões de anos.
Os gambás que conseguiam sobreviver a picadas tinham mais chances de se reproduzir, passando essa característica de resistência adiante para as gerações seguintes.
Essa adaptação natural transformou o gambá em um predador eficaz ou, no mínimo, em um animal não afetado por muitas das serpentes que encontra em seu habitat.
Ao longo do tempo, os gambás desenvolveram proteínas específicas em seu sangue que são capazes de neutralizar os efeitos tóxicos dos venenos de serpentes.
Gambá pode ser útil no campo?
Para o produtor rural, a presença do gambá na propriedade pode trazer diversos benefícios práticos e diretos.
Por ser imune ao veneno de cobra, o gambá atua como um predador natural de serpentes jovens e ovos. Sua presença serve como fator de inibição para as cobras, contribuindo para a redução da população de peçonhentas na área.
Além disso, a presença de gambás pode diminuir significativamente o risco de acidentes com cobras para o gado, aves e outros animais de criação. Consequentemente, aumenta a segurança para os trabalhadores rurais e suas famílias.
Por fim, o gambá possui uma dieta variada que inclui insetos como baratas e besouros, além de roedores como ratos e camundongos. Surpreendentemente, eles também se alimentam de escorpiões e carrapatos.
Essa versatilidade alimentar torna o gambá um aliado valioso no controle de diversas pragas que podem causar prejuízos à lavoura, aos estoques de grãos e à saúde dos animais.
É importante ressaltar que o gambá é um animal silvestre protegido pela Lei Federal nº 9.605/1998 no Brasil. Isso significa que é crime matar, perseguir, caçar ou maltratá-lo.
A preservação das espécies nativas do Brasil, independentemente de suas características, é essencial para a manutenção da biodiversidade e para o funcionamento harmonioso dos ecossistemas.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

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