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Arroz gourmet: saiba como o clima influencia na produção de arroz no litoral gaúcho

Cultivado entre oceano e lagoa, arroz é o único com Denominação de Origem no País e aumenta a lucratividade do produtor 

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Fernanda Farias | Porto Alegre | fernanda.farias@estadao.com

17/09/2024 - 14:00

Foto: Arroz Palmares/Divulgação
Foto: Arroz Palmares/Divulgação

O litoral do Rio Grande do Sul é a única região do Brasil que produz arroz com selo de Denominação de Origem. Os cerca de 100 mil hectares, em uma faixa de 250 km entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico, são uma região considerada privilegiada para a orizicultura e resulta em um arroz gourmet. 

“Nessa extensão de terra cercada por água tem uma menor amplitude térmica, que afeta na fase reprodutiva do grão. O arroz é um grão mais inteiro, porque o que trinca o grão é o choque térmico”, conta ao Agro Estadão o presidente da Aproarroz (Associação dos Produtores de Arroz do Litoral do Rio Grande do Sul), Virgilio Ruschel Braz.

lavoura de arroz no litoral do RS
Extensão de terra de 25 km entre lagoa e oceano. Foto: Aproarroz/Divulgação

Ventos constantes, bastante luminosidade e temperatura estável ajudam a produzir o cereal que tem dado mais lucro ao produtor. “Existe um diferencial de preço pela região por si só. O saco de arroz que oscila entre R$ 117 e R$ 120, na nossa região chega a R$ 130”, comenta Ruschel.

Uma característica importante é a quantidade de grãos inteiros obtidos. “Temos 65% dos grãos inteiros, enquanto nas outras regiões produtoras, o máximo que conseguem é 60%”, destaca o presidente da Aproarroz. “Nosso pacote tipo 1 tem até 7,5% de grãos quebrados; o tipo 2 tem até 15%. Isso traz ao consumidor um produto que cresce quando é cozido”, complementa.

Quem faz o arroz com Denominação de Origem e onde ele é encontrado

O arroz “Palmares Gold Especial Gourmet” tem o selo de Denominação de Origem desde 2010 e, atualmente, é o único certificado pelo Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Privada). O produto segue critérios como a rastreabilidade desde o início do plantio até ser entregue à cooperativa.

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“A propriedade tem que estar dentro dos seus registros junto aos órgãos (ambientais, sociais), os fertilizantes a serem usados devem ser acompanhados por agrônomos. E na cooperativa, ele é armazenado em silos diferentes do resto da produção”, conta o presidente da Associação.

A Aproarroz tem cerca de 20 produtores associados que entregam o cereal para a Cooperativa Arrozeira Palmares, responsável por embalar e comercializar o arroz. No Rio Grande do Sul, ele é fornecido para alguns restaurantes e uma rede de supermercados. “É um arroz gourmet, então o mercado é um nicho mais restrito”, comenta Ruschel. 

lavoura de arroz no RS
Foto: Aproarroz/Divulgação

Por mês, são vendidos cinco mil fardos de 30 kg, o equivalente a apenas 1% da produção total de arroz na região. Hoje, o produto é vendido principalmente para Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro – destino de 75% da produção, mas os produtores já miram no mercado internacional.

“Estamos buscando aproximação com o mercado do Peru, estamos em negociação com Portugal. São lugares que valorizam esse tipo de produto, mas ainda não ajustamos a questão do preço”, diz Ruschel.

Expectativa para a safra 2024/2025

Assim como a maioria dos agricultores do Rio Grande do Sul, os produtores de arroz do litoral também sofreram com as enchentes e o excesso de chuvas. Mas segundo o presidente da Aproarroz, a maior parte do cereal já havia sido colhida e o prejuízo nas lavouras foi mínimo. “A gente notou também algum caso de armazenagem na propriedade que sofreu um pouco”, comenta.

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Agora, a semeadura do próximo ciclo deve começar por volta do dia 23 de setembro, se o clima ajudar. A expectativa é aumentar a área de produção entre 5% e 8% e, com isso, incrementar a oferta do arroz especial. 

A torcida de Ruschel resume o desejo dos demais produtores: “Sabemos que vai ser um clima mais seco. Mas o Rio Grande do Sul recuperou os recursos hídricos e esperamos que seja um ano muito bom para o arroz”. 

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