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Economia

Shutdown: USDA reduz operação e agricultores não conseguem acessar crédito

Departamento suspendeu relatórios de exportação e vendas; paralisação afeta também investigação sobre o Brasil

Nome Colunistas

Sabrina Nascimento | São Paulo | sabrina.nascimento@estadao.com

02/10/2025 - 13:09

Foto: Adobe Stock
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O governo dos Estados Unidos (EUA) entrou, nesta quinta-feira, 02, no segundo dia de paralisação, conhecido como shutdown. O impasse envolve um acordo entre Republicanos e Democratas para aprovação do orçamento federal. Como consequência, diversos serviços públicos estão sendo afetados, entre os quais está o Departamento de Agricultura norte-americano (USDA).

Em comunicado publicado em seu site, o USDA informa que não haverá atualizações durante a atual paralisação orçamentária do governo. Ou seja, os relatórios semanalmente divulgados pelo órgão, com dados de exportação, vendas e projeções mundiais de safras devem retornar somente após uma conciliação e aprovação do orçamento. Além disso, segundo os planos de paralisação publicados pelo departamento, quase metade da equipe de 85.907 pessoas está em licença sem remuneração.

A interrupção parcial dos trabalhos dificulta ainda mais a situação dos agricultores dos EUA. O grupo que está em ritmo de colheita da safra 2025, ainda não conseguiu vender nenhuma parcela da produção de soja para a China, devido aos conflitos tarifários entre ambos países. 

Ao Agro Estadão, o pequeno agricultor Dale Portz, de Iowa, ressaltou que o shutdown pode afetar ainda os pagamentos aos agricultores e postergar o acesso ao crédito do governo federal. “Sim, isso vai afetar, porque os escritórios do USDA estão fechados. Mas será temporário e tudo ficará bem assim que o governo reabrir”, disse, mantendo o otimismo. 

No encerramento de setembro, a secretária de agricultura dos EUA, Brooke L. Rollins, chegou a anunciar algumas ações de ajuda aos agricultores do país. Entre as quais, a liberação de US$ 2 bilhões restantes do financiamento para o Programa de Assistência Emergencial a Commodities e a compra de mais de 417 mil toneladas métricas de commodities cultivadas nos EUA para apoiar programas internacionais de assistência alimentar. No entanto, sem o orçamento, as medidas seguem suspensas.

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Investigação da Seção 301

Outro processo paralisado é o da investigação aberta sob a Seção 301 da lei de comércio norte-americana. O processo foi aberto em julho deste ano pelo governo dos EUA para verificar possíveis práticas comerciais desleais que estariam sendo praticadas pelo Brasil. Entre os pontos avaliados estão o acesso ao mercado de etanol, comércio digital, tarifas diferenciadas para outros países, medidas de combate à corrupção, proteção da propriedade intelectual e o desmatamento ilegal. 

No início de setembro, uma audiência pública foi realizada em Washington, capital norte-americana. Na ocasião, conforme o Agro Estadão noticiou, a produção brasileira sofreu graves acuações das associações agropecuárias dos EUA, inclusive, de trabalho infantil nas fazendas, principalmente, de produção de carne bovina. Na semana seguinte, o Brasil rebateu as acusações, ainda no processo da audiência. 

No entanto, com a atual paralisação do governo norte-americano, a análise do processo também está interrompida. “O tema nos EUA é só esse. Não sei qual tempo eles [governo norte-americano] vão ter para organizar outras coisas”, disse Welber Barral, colunista do Agro Estadão, ex-secretário de Comércio Exterior e um dos representantes do Brasil na investigação aberta sob a Seção 301. 

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