Economia
Egito e Irã se destacam nas exportações brasileiras em setembro
Café cresce mais de 86%, enquanto soja e milho recuam no comparativo com o ano anterior

Daumildo Júnior | Brasília | daumildo.junior@estadao.com
22/10/2024 - 14:00

O Egito e o Irã figuram na lista dos dez principais destinos das exportações agropecuárias brasileiras e neste mês foram o destaque positivo, apresentando os maiores crescimentos. Os dados são do Boletim de Comércio Exterior do Agronegócio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), divulgado nesta segunda-feira, 21.
Na comparação com o mesmo período de 2023, o Egito teve um salto de 103,5%, enquanto o Irã cresceu 78,7%. Dos US$ 13,6 bilhões exportados, o país do rio Nilo está na quarta posição dos principais destinos, com 3,2% do total comercializado, puxado principalmente pelas negociações do milho. O Irã ficou em nono, com 2%, e teve o crescimento impulsionado pela comercialização de açúcar de cana em bruto.
Ao todo, dos dez principais destinos, nove tiveram crescimento no mês de setembro, se comparado ao mesmo mês em 2023. A lista dos dez melhores compradores dos produtos brasileiros tem:
1º – China (24,8% do total exportado)
2º – União Europeia (15,6%)
3º – Estados Unidos (8,4%)
4º – Egito (3,2%)
5º – Indonésia (3%)
6º – Japão (3%)
7º – Vietnã (3%)
8º – Coreia do Sul (2%)
9º – Irã (2%)
10º – Argélia (1,9%)
No acumulado de janeiro a setembro, o Egito também se destacou com a maior variação positiva de um ano para o outro, com uma elevação de 88,5%. Emirados Árabes Unidos (+69,9%) e Turquia (+33%) também tiveram bons desempenhos nesse recorte temporal.
Exportações gerais em setembro caem, mas café vai na contra-mão
No comparativo geral entre setembro de 2024 e de 2023, houve um recuo na receita das exportações do agronegócio, em 0,9%, o que representa US$ 117,9 milhões a menos. No entanto, o café verde teve a maior taxa de crescimento entre os produtos vendidos para o mercado internacional.
Como responsável por aproximadamente 40% da produção mundial do grão, alterações nas projeções de produção do Brasil fazem com que a oferta mundial mude e isso interfere nos preços. Segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o país deve produzir em 2024 54,8 milhões de sacas, o que é 0,5% abaixo do que foi produzido em 2023.
Na análise do mês de setembro, houve um crescimento não só no valor de mercado do café mas também na quantidade exportada. O segmento de café como um todo embarcou 253,4 mil sacas de café nesse período, enquanto em 2023 foram 185,9 mil sacas (+36,3%). Em receita, isso representou US$ 1,179 bilhão, frente aos US$ 641,2 milhões do mesmo mês do ano passado (+83,9%).
Soja (US$ 2,6 bilhões), açúcar (US$ 1,6 bilhão), milho (US$ 1,25 bilhão), carne bovina in natura (US$ 1,13 bilhão) foram os produtos com maior valor gerado. Apesar disso, os desempenhos de milho e soja foram inferiores aos registrados no mesmo mês de 2023: 21,2% e 36,3% a menos, respectivamente.
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