Economia
Sabia que a alcachofra pode virar um atrativo no turismo rural?
Piedade e São Roque lideram a produção de alcachofra no Brasil. Hortaliça é originária do Mediterrâneo

Redação Agro Estadão*
19/08/2025 - 05:00

A alcachofra, uma hortaliça originária do Mediterrâneo, tem se destacado no cenário agrícola brasileiro. Ela pertence à mesma família da alface e do girassol e sua importância econômica cresce à medida que o mercado reconhece seu valor nutricional.
No Brasil, a alcachofra ganha cada vez mais espaço nas mesas da população e é um potente atrativo para o turismo rural. Este movimento adiciona uma nova camada de valor à produção, gerando oportunidades para os produtores rurais.
A alcachofra no agronegócio

O município de Piedade, em São Paulo, consolida sua posição como a Capital Nacional da Alcachofra. Piedade produz anualmente cerca de 700 mil caixas de alcachofra, um volume que a coloca como a maior produtora do Brasil.
Para celebrar e divulgar essa característica, a cidade sedia o Festival da Alcachofra. O evento permite aumentar a valorização da produção local e para a atração de visitantes, fortalecendo o turismo gastronômico na região.
Além de Piedade, o município de São Roque (SP) também se configura como um polo de excelência na produção de alcachofras, onde a cultura se integrou de forma orgânica ao turismo rural.
O Festival da Alcachofra em São Roque ocorre anualmente, geralmente entre setembro e novembro, com a participação de diversos restaurantes da cidade. Muitas propriedades rurais abrem suas portas para visitação, permitindo que os turistas conheçam o plantio da hortaliça.
Essa interação direta com o consumidor impulsiona as vendas e o consumo, com restaurantes locais e propriedades rurais oferecendo pratos elaborados com alcachofra, desde lasanhas e tortas até produtos congelados.
Produtores como Alex Santiago de Moraes, dono de uma vinícola e produtor de alcachofra em São Roque, afirmam que grande parte do faturamento de suas propriedades agora deriva do turismo rural, evidenciando a agregação de valor ao produto.
A experiência de caminhar por um alcachofral gera maior apreciação pela cultura e pelo trabalho envolvido na produção.
A criação de produtos artesanais, como patês, conservas e geleias de alcachofra, oferece alternativas de consumo e aumenta a vida útil do produto.
Como cultivar alcachofras?

Escolha do local e preparo do solo para alcachofras
A alcachofra necessita de boa luminosidade, preferencialmente pleno sol, e alguma proteção contra ventos fortes. O solo ideal para a cultura deve ser profundo, fértil e, sobretudo, bem drenado, pois a planta não tolera encharcamento.
Recomenda-se realizar uma análise de solo para identificar suas características químicas e físicas.
Clima ideal e irrigação na cultura da alcachofra
A alcachofra prospera em condições climáticas amenas. O clima ideal apresenta verões com temperaturas não muito elevadas e invernos com geadas fracas.
Regiões serranas com altitude superior a 800 metros, por exemplo, oferecem as condições propícias para a floração natural da planta na primavera.
Temperaturas extremas, como frio intenso ou calor e seca, prejudicam o desenvolvimento da alcachofra, causando a abertura precoce do botão floral e impactando a qualidade do produto.
Quanto à irrigação, a alcachofra demanda solo úmido desde o transplante das mudas até a colheita. A irrigação deve ser frequente ao longo de todo o ciclo da cultura, garantindo a umidade necessária sem provocar encharcamento.
Métodos de plantio
A propagação da alcachofra pode ser feita por diferentes métodos, cada qual com suas particularidades:
- Rebentos ou brotos: este é o método mais comum no Brasil. Os rebentos são brotos que surgem ao redor das plantas adultas após a colheita. Esta técnica assegura a manutenção das características genéticas da planta-mãe;
- Sementes: o plantio por sementes geralmente não é recomendado para a produção comercial de alcachofra no Brasil, por poder gerar plantas com características indesejáveis, como espinhos, devido à segregação genética. Sementes híbridas podem contornar este problema;
- Micropropagação: em laboratório, esta técnica permite a obtenção de populações homogêneas e livres de doenças, com alta taxa de multiplicação. Embora mais técnica, oferece plantas de alta qualidade genética.
Para produtores rurais que iniciam o cultivo, a utilização de rebentos ou brotos de plantas vigorosas e sadias é a opção mais prática e acessível. A micropropagação é mais indicada para o estabelecimento de grandes áreas ou para programas de melhoramento genético.
Controle de pragas e doenças na produção de alcachofras

O monitoramento constante da lavoura é fundamental para identificar e controlar pragas e doenças que afetam a alcachofra. As principais pragas incluem pulgões e cochonilhas-de-raiz.
A adoção de práticas de manejo integrado de pragas (MIP) é essencial para reduzir a necessidade do uso de defensivos químicos, promovendo um cultivo mais sustentável e seguro.
A rotação de culturas, o uso de variedades resistentes e a manutenção da saúde do solo também contribuem para a resiliência da lavoura.
Colheita e pós-colheita da alcachofra
A colheita da alcachofra ocorre no momento ideal, quando os botões florais estão desenvolvidos, porém, ainda fechados, e as brácteas na parte inferior da planta começam a abrir.
A colheita leva geralmente de seis a oito meses após o plantio das mudas. Técnicas corretas de corte são importantes para não danificar o botão e a planta.
Após a colheita, o manejo pós-colheita é vital para preservar a qualidade e o valor comercial do produto. Isso envolve a limpeza cuidadosa dos botões, a classificação por tamanho e aparência, a embalagem adequada e o armazenamento em condições que preservem sua frescura.
Em muitos países, a refrigeração imediata após a colheita é um padrão para estender a vida útil do produto, algo que ainda não é amplamente praticado no Brasil, mas que se mostra um diferencial para o mercado.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

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