Economia
Arroz vale mais que soja; veja até quando
Analistas dizem que este é o melhor momento do arroz; preços devem se manter até agosto
2 minutos de leitura 22/02/2024 - 08:00
Por: Fernanda Farias | fernanda.farias@estadao.com - Atualizada às 9h45
O produtor de arroz nunca recebeu tanto pela saca como neste momento. No Rio Grande do Sul, maior produtor brasileiro do cereal, o valor chegou a R$ 130 e agora está em R$ 114. O valor é superior ao pago pela saca de 60kg da soja. O preço do arroz influenciou diretamente o aumento de área de plantio para esta safra 2023/2024 nos três principais estados produtores: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins.
No Brasil, a área plantada com arroz cresceu 6,3%, e só no Rio Grande do Sul, 7%. A estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de uma produção nacional de 10,791 milhões de toneladas nesta safra. O volume é um pouco superior ao produzido no ciclo anterior, quando o Brasil alcançou a menor safra desde 1998, com um total de 10,031 milhões de toneladas de arroz.
O gerente de produtos agropecuários da Conab, Sérgio Roberto Santos, diz que este é o melhor momento do arroz no país. “Não é um momento climático perfeito, mas eu acompanho o arroz há 11 anos, e é a primeira vez que o arroz está mais valorizado, é a primeira vez que passou do preço da soja. É, com certeza, o momento mais atrativo em termos de rentabilidade”, disse Santos ao Agro Estadão.
Consumo interno de arroz vem reduzindo ao longo dos anos
Em 2015, o consumo de arroz no mercado interno girava em torno de 12 milhões de toneladas por ano. Atualmente, esse volume está em 10,5 milhões de toneladas ao ano. A Conab acredita que desse total 1,5 milhão de toneladas do arroz serão exportadas.
Sérgio Roberto Santos avalia que o México, um grande parceiro na safra passada, vai comprar menos arroz brasileiro em 2024. Com isso, o Brasil terá uma produção interna acima da demanda. “Teremos uma leve recuperação dos estoques de passagem e tendo preços em um bom patamar. Isso é importante para a questão de incentivo, recuperação de área e de valorização do produto que sofreu ao longo dos últimos anos”, disse.
Para Santos, o cenário atual indicaria um novo incremento de área para a próxima safra. “Mas tudo depende de como vamos chegar em agosto, como o mercado vai estar no momento do próximo plantio”, finalizou.
Nesta quarta-feira, Santos participou de forma online de um painel durante a 34ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, em Capão do Leão, Rio Grande do Sul. Até o dia 23 de fevereiro, são esperados 15 mil visitantes aos campos experimentais da Embrapa no município.
O presidente da Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) confirma a expectativa boa expectativa. “Depois de muitos problemas, nós tivemos melhoria da incidência solar nos últimos dias, bem na frase reprodutiva e isso deve garantir um bom resultado”, disse ao Agro Estadão.
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