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Clima

Falta de chuvas ameaça nova frustração de safra no Rio Grande do Sul

32 municípios estão em situação de emergência no RS devido à estiagem

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Fernanda Farias | Porto Alegre | fernanda.farias@estadao.com | Atualizada em 29/01/25 às 9h44

23/01/2025 - 13:30

Lavoura de soja em Santa Rosa (RS) tem quebra estimada entre 40% e 50%. Foto: Clenir Dalcin/Arquivo Pessoal
Lavoura de soja em Santa Rosa (RS) tem quebra estimada entre 40% e 50%. Foto: Clenir Dalcin/Arquivo Pessoal

Os prognósticos de mais um ano de estiagem colocam os produtores de soja e milho em alerta no Rio Grande do Sul. A região oeste do estado é a que mais está sofrendo os efeitos do La Niña e confirmando a falta de chuvas. Em Santa Rosa, o produtor rural Clenir Dalcin conta que a última chuva “boa” caiu em 19 de dezembro e depois desse dia, foram apenas pancadas mal distribuídas, insuficientes para a saúde das plantas. 

“A gente estima hoje uma quebra de 30% a 40% na produtividade se chover nos próximos dias. Se não chover, a perda será maior”, avalia em conversa com o Agro Estadão. “No geral, as lavouras estão bem castigadas”, completa. 

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planta de soja danificada pela estiagem
Planta de soja danificada pela estiagem no Rio Grande do Sul. Foto: Clenir Dalcin/Arquivo Pessoal

Até esta quarta-feira, 29, o Rio Grande do Sul tem 32 municípios com decreto de situação de emergência por conta da estiagem (veja lista abaixo). Outros seis municípios já entraram com o pedido e aguardam o decreto, segundo a Defesa Civil do estado.

Perdas superam 50% em algumas áreas, diz FecoAgro

Um estudo técnico realizado pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), aponta queda na previsão inicial de produtividade dos grãos. E, de 61 sacos por hectare de soja, o resultado estimado está em 47,8 sacos. 

“Tem regiões que as perdas já são mais de 50% e, diante do quadro que está persistindo, a capacidade de reação dos nossos agricultores está extremamente limitada, pela combinação dos efeitos de aumento de custos e as três estiagens que passamos nos últimos quatro anos”, avalia Sérgio Luís Feltraco, diretor-executivo da FecoAgro/RS.

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Feltraco explica que o oeste do estado, na região da fronteira, tem áreas com mais de 30 dias sem chuvas e que  nessa região estão importantes municípios produtores. E com a previsão de um fevereiro de chuvas abaixo da média, a preocupação cresce. “Em fevereiro, todas as regiões estarão em fase de florescimento e fixação de vagens. É um momento crítico que a lavoura precisa de água para garantir produtividade e peso do grão”, comenta o diretor.

Resultado nas lavouras e no bolso: mais endividamento

“Mesmo que se tome todos os cuidados para mitigação de riscos nessas operações, as condições extremas inviabilizam a capacidade de pagamento do produtor”, afirma o executivo da FecoAgro/RS. 

No cenário em que os produtores rurais gaúchos acumulam dívidas de três safras perdidas por estiagens e do desastre climático do ano passado, o que acontecer nesta safra pode ser determinante para o futuro das culturas. Feltraco avalia que, cada vez mais, os agricultores usarão menos tecnologia na implantação das lavouras.  

“Nós estimulamos o produtor a fazer com racionalidade o uso da tecnologia, porque o produtor depende dessa atividade. Então o nível de dificuldade que ele vai enfrentar é proporcional ao endividamento acumulado nos últimos quatro anos”, sentencia. 

Pecuária também já sente efeitos da falta de chuvas

A FecoAgro/RS reúne 30 cooperativas agropecuárias, totalizando 171 mil associados. O diretor-executivo conta que a pecuária de leite e de corte também já sente os efeitos da falta de chuvas. A pastagem que serve de alimento está escassa e, com isso, os criadores já estão usando a silagem que serviria de comida durante o inverno. 

“Além disso, tem o desconforto térmico do animal, consequência das altas temperaturas e baixa umidade do ar. Isso impacta a produção de leite e a qualidade da carne”, pontua Feltraco.

Confira a lista dos municípios em situação de emergência devido à estiagem

  1. Arvorezinha
  2. Santa Margarida do Sul
  3. ⁠Manoel Viana
  4. Tupanciretã
  5. Rosário do Sul
  6. ⁠Cacequi
  7. Santiago
  8. Capão do Cipó
  9. ⁠Esperança do Sul
  10. Silveira Martins
  11. ⁠São Borja
  12. Júlio de Castilhos
  13. ⁠Maçambará
  14. São Nicolau
  15. São Miguel Das Missões
  16. ⁠Jari
  17. Toropi
  18. Porto Lucena
  19. Vila Nova do Sul
  20. Nova Esperança do Sul
  21. Uruguaiana
  22. Rolador
  23. São Pedro do Butiá
  24. Unistalda
  25. Santo Antônio das Missões
  26. Boa Vista do Incra
  27. São Francisco de Assis
  28. Roque Gonzales
  29. Garruchos
  30. Independência
  31. Quevedos
  32. Ubiretama

Os municípios que já fizeram o pedido e aguardam o decreto são:

  1. Jaguari
  2. Porto Xavier
  3. Itaqui
  4. Pirapó
  5. São Luiz Gonzaga
  6. Bossoroca

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