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Economia

Chuvas e alta umidade nos solos impactam produção de citros no Rio Grande do Sul

De acordo com o órgão gaúcho de assistência rural, “a produção total de laranja deverá ser 30% menor que em anos anteriores”

3 minutos de leitura 01/06/2024 - 18:44

Por: Da Redação

Equipe da Emater/RS avaliando danos na produção rural. Foto: Paulo Ricardo Sartori/Emater/RS-Ascar
Equipe da Emater/RS avaliando danos na produção rural. Foto: Paulo Ricardo Sartori/Emater/RS-Ascar

Frutos pequenos, perdas e redução de produtividade são alguns dos problemas que o setor de citros gaúcho vem enfrentando nas últimas semanas devido ao excesso de chuvas. Os efeitos das condições climáticas foram apresentados pela Emater/RS-Ascar, que divulgou o Informativo Conjuntural sobre a situação agropecuária do estado na última semana de maio. 

Em Frederico Westphalen, as precipitações constantes e excessivas, além do aumento da umidade e a pouca incidência solar, favorecem a queda de laranjas e bergamotas. “Estima-se a redução de produtividade entre 30% e 35%”, apontou a Emater/RS.

Agricultores de Caxias de Sul já estão acionando o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e têm enfrentado dificuldades para acessar as propriedades rurais, devido ao solo encharcado ou por estradas bloqueadas depois das inundações e enxurradas do fim de abril. Por lá, também são observadas quedas de bergamota das variedades Caí, Pareci e Ponkan. Outras variedades, como Rainha e Murcott, ainda em estado de desenvolvimento, têm rachaduras na casca e polpa.

Na região de Santa Rosa, a entidade afirmou que o problema tem sido a presença da mosca-das-frutas que vem atacando pomares já em fase final de maturação. Além disso, também foram observadas incidências de pulgão nas brotações de plantas novas e de larva-minadora nas folhas. 

Colheita de soja avança pouco

A estimativa da Emater/RS é de que o estado tenha colhido até o fim desta semana 94% da produção. A maior parte das áreas que ainda precisam ser colhidas estão na metade sul do estado. 

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Segundo o órgão, em algumas localidades, no extremo sul gaúcho, “não houve possibilidade de colheita da soja em função da recorrência de chuvas”. Os produtores da região da Campanha, tiveram momentos de sol e algumas lavouras puderam ser colhidas, no entanto, tiveram dificuldades com as colheitas devido a alta umidade da soja e grãos avariados. 

Nas lavouras de milho, a situação é estagnação no desenvolvimento do grão. Isso porque umidade e a nebulosidade prejudicam a maturação. Além disso, as perdas são agravadas por causa de danos no milho já colhido. Eles têm apresentado aumento de fungos, micotoxinas e germinação ainda em espiga. 

Produtores de arroz de São Borja tentam acelerar a colheita em áreas que podem ser novamente alagadas. Em Maçambará, a colheita terminou com uma produtividade média de 7.523 quilos por hectare, afetada pelas chuvas intensas de maio que provocaram uma queda na produtividade de 20% a 30% nas colheitas feitas neste último mês. Na região de Bagé, cerca de 9 mil hectares ainda precisam ser colhidos, incluindo partes que possivelmente tiveram perdas totais. 

Pecuaristas buscam suplementação alimentar

Produtores têm relatado perdas de peso dos bovinos devido à falta de pastagem ou à baixa qualidade delas, o que tem incentivado a procura por suplementação alimentar para os animais. Além disso, a bovinocultura de corte ainda enfrenta outros desafios como aumento de parasitas, como carrapatos, e reajuste no manejo e planejamento reprodutivo do gado. Já os produtores de leite têm observado uma queda na produção provocada também pelo estresse dos animais com as baixas temperaturas e a alimentação reduzida ou modificada em função das inundações e enxurradas.

A pesca artesanal foi “severamente afetada” na região de Porto Alegre. Problemas também foram relatados em outras partes do estado, como a Costa Norte e os pescadores da Lagoa dos Patos. Já os piscicultores têm enfrentado desafios com a alimentação dos peixes e qualidade da água nos tanques.

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