Clima
Chuva ameniza tempo quente em Mato Grosso do Sul e parte de São Paulo neste fim de semana
Fenômeno La Niña tem mais probabilidade de ficar para o fim do ano com efeitos sentidos no início de 2025
3 minutos de leitura 13/09/2024 - 14:30
Daumildo Júnior | Brasília | daumildo.junior@estadao.com
Uma frente fria que avança pelo Sul do país deve trazer um alívio momentâneo para algumas áreas do Brasil. A previsão é de que ela provoque chuvas neste sábado, 14, nos estados de Santa Catarina e Paraná, e no domingo, 15, as precipitações cheguem ao Mato Grosso do Sul e às regiões leste e central de São Paulo.
Segundo a meteorologista da Nottus, Desirée Brandt, essa chuva não deve ser intensa e nem durar muito, já que a partir de terça, 17, as precipitações já estarão dissipadas e o tempo seco e quente deve retornar para essas áreas. Além disso, não é descartada a ocorrência de chuva preta.
“Essa chuva vai trazer um alívio em relação às queimadas e à fumaça. Os ventos vão mudar a direção e a temperatura também deve diminuir, isso alivia, mesmo que momentaneamente. Nas outras partes de São Paulo, os problemas com as queimadas continuam”, afirma Brandt ao Agro Estadão.
Há previsão de chuvas pontuais em áreas da fronteira brasileira com Bolívia e Peru, porém não deve mudar a situação climática dessas zonas, já que serão precipitações passageiras. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), há chances de chuvas também no norte e noroeste do Amazonas e em Roraima. O litoral nordestino também pode ter chuvas passageiras da faixa que vai do sul da Bahia ao norte do Rio Grande do Norte.
No interior do Brasil, o clima continua quente e seco. Em São Félix do Araguaia (MT), por exemplo, a máxima pode chegar aos 40ºC no domingo. Situação parecida para áreas de Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí e Minas Gerais.
Recorrência das chuvas deve ficar para outubro
A metade final de setembro ainda deve ser marcada pelo clima seco e de baixa umidade relativa do ar na maior parte do país. O Sul deve ver as chuvas se encorpando ao longo desses dias e no Sudeste e Centro-Oeste as instabilidades começam a aparecer mas de forma pontual.
O retorno mais regular das chuvas deve ficar mesmo para o mês de outubro, quando elas começam a ganhar corpo no centro do Brasil. “Não vai ser assim: aperta um botão e vamos ter um monte de chuva generalizada. Mas ela fica cada vez mais encorpada”, prevê a meteorologista.
La Niña cada vez mais distante e fraco
A formação do La Niña deve ser adiada para o final do ano, segundo apontam as projeções da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA). A maior probabilidade apontada pela instituição é de que o fenômeno se forme entre novembro de 2024 e janeiro de 2025.
No entanto, Brandt explica que isso não indica que o La Niña será forte, pelo contrário, a intensidade mais provável é a fraca. Por isso, os efeitos do fenômeno devem ficar mais visíveis no verão.
“Se ele for muito fraco, vai ter mais cara de neutralidade [climática] do que de La Niña. Com ele se consolidando no final do ano, a gente deve sentir os sintomas no início de 2025. Esses sintomas seriam: uma chuva mais volumosa e muitas vezes mais persistente, pegando desde a costa Sudeste até às áreas mais ao Norte, sendo assim tendo uma temperatura até baixa para a época do ano”, analisa a especialista, que afirma que isso não chega a ser uma previsão, mas um indicativo do que já aconteceu em anos anteriores de La Niña no verão.
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