Clima
Frente fria traz frio intenso ao Sul e geada ao centro-sul do país
De acordo com Inmet, clima segue instável no Sul do Brasil, com previsão de chuvas volumosas, rajadas de vento, granizo e queda acentuada de temperatura
Paloma Santos
27/05/2025 - 05:00
A previsão meteorológica para os próximos dias acende o alerta no campo. Enquanto o Sul do Brasil deve enfrentar um novo episódio de chuvas intensas e queda de temperatura, o Centro-Oeste e o Matopiba (região que engloba partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) seguem sob escassez hídrica.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o avanço de duas frentes frias nesta semana mantém o clima instável no Sul do Brasil, com previsão de chuvas volumosas, rajadas de vento, granizo e queda acentuada de temperatura nas regiões produtoras até quarta-feira, 28.
Ao Agro Estadão, a meteorologista Ana Penna, da Tempo OK, informou que a formação de uma frente fria intensa, aliada à atuação de sistemas dinâmicos em altitude e ao fortalecimento do Jato de Baixos Níveis (JBN), é responsável pelos volumes elevados de precipitação. “A formação de uma frente fria bastante intensa no Sul do país, aliada ao fortalecimento do JBN, deve provocar chuvas volumosas na Região Sul”, afirma.
A intensa massa de ar frio empurrada pelo anticiclone presente na retaguarda da frente fria deverá avançar para latitudes mais baixas, chegando até Rondônia, Acre e sul/sudoeste do Amazonas, evidenciando, desta forma, o episódio de friagem mais intenso ocorrido este ano na Amazônia até então.
As instabilidades devem atingir também o oeste de Santa Catarina e do Paraná, com risco elevado de descargas elétricas, ventos entre 70 e 90 km/h, até terça, 27. Na sequência, uma nova frente fria menos intensa avança para o Sudeste, levando chuvas fracas até a manhã de quinta, 29.
Após a passagem desses sistemas, uma massa de ar polar ganha força e provoca queda nas temperaturas no Centro-Sul do país. Há previsão de geadas fracas em boa parte do Rio Grande do Sul, sul de São Paulo e na metade sul de Mato Grosso do Sul. Nas áreas de maior altitude, como a serra catarinense, General Carneiro (PR) e Palmas (PR), o fenômeno pode ocorrer com moderada intensidade. “A temperatura mínima pode se aproximar de 0°C no norte do Rio Grande do Sul, no interior de Santa Catarina e do Paraná”, alerta Ana Penna.
Junho
A tendência para junho aponta manutenção do período seco nas regiões centrais do Brasil, incluindo o Centro-Oeste e o Matopiba. É normal que não ocorram chuvas nestas áreas durante os meses de junho, julho, agosto e a maior parte de setembro. Algumas culturas, como o algodão por exemplo, muito forte em Mato Grosso e no oeste da Bahia, iniciam o período de colheita justamente neste período, para aproveitar o tempo seco, e é muito importante que não chova, para não afetar a qualidade da pluma.
Com o avanço do outono e a aproximação do inverno, a previsão é de que os maiores acumulados fiquem concentrados entre Santa Catarina e Paraná, enquanto grande parte do Rio Grande do Sul, nordeste de Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso devem registrar chuvas abaixo da média.
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