Agropolítica
Impacto de medidas para escoamento da safra não será imediato, avalia setor
Análise é de que boa parte dos recursos será para obras já em andamento e que questão ambiental emperra o ritmo das entregas
2 minutos de leitura 09/02/2024 - 07:00
Daumildo Júnior | daumildo.junior@estadao.com
Os Ministérios dos Transportes, de Portos e Aeroportos e da Agricultura e Pecuária anunciaram nesta semana as ações prioritárias para o escoamento da safra de grãos 2023/2024. No entanto, na visão do setor, as medidas “não vão impactar de imediato no valor do frete ou na melhoria do escoamento”.
Em entrevista ao Agro Estadão, o diretor-executivo do Movimento Pró-Logística de Mato Grosso, Edeon Vaz, disse que a maioria dos investimentos será destinada para obras que estão em construção e que por isso não tem previsão de impactar positivamente nesta safra. Apesar disso, ele diz que é necessário manter os recursos para que os projetos sejam executados.
Para 2024, o Ministério dos Transportes deve aportar R$ 4,7 bilhões em rodovias e ferrovias ligadas ao escoamento da produção agrícola. Enquanto o Ministério de Portos e Aeroportos colocará mais R$ 639 milhões em projetos em terminais fluviais, hidrovias e portos.
Durante o anúncio, o ministro Carlos Fávaro ressaltou o impacto das malhas de escoamento. “Não tem nada mais relevante na formação de preço do que uma infraestrutura eficiente”, afirmou.
Questão ambiental também impacta
Uma das travas apontadas por Vaz é o licenciamento ambiental. Ele reconheceu que o governo vem tratando do tema, mas pediu mais celeridade nas liberações.”O governo está procurando atender todas as prioridades que nós colocamos. Agora, o impedimento do governo federal é na questão do licenciamento ambiental”, disse.
“Algumas rodovias nós estamos esperando que após o licenciamento ambiental elas possam começar as obras. É o caso da BR-242 aqui no Mato Grosso, a BR-158 também no Mato Grosso, e da adequação de capacidade da BR-158, no Pará”, completou o representante do Movimento Pró-Logístico.
Durante a apresentação, o ministro dos Transportes, Renan Filho, disse que o ministério já está tentando as liberações. “Nós estamos trabalhando para liberar o licenciamento da BR-158 [em Mato Grosso], da BR-242 [em Mato Grosso], da BR-135 na Bahia, da BR-242 em Tocantins”, indicou o ministro.
Escoamento de safra pelo Arco Norte
Um destaque na proposta apresentada pelo governo é o Arco Norte – malha que integra rodovias, ferrovias, hidrovias e portos dos estados do Norte e Nordeste. Na soma de milho e soja, esse sistema escoou 51,5 milhões de toneladas em 2023 frente aos 45,4 milhões em 2022. Os investimentos nesse arco serão na ordem de R$ 2,6 bilhões.
O representante do setor logístico também destacou a importância deste arco. O volume só cresceu nos últimos anos, segundo ele.
“O crescimento do arco norte é notório, com escoamento por Porto Velho, por Miritituba e Itaqui. Se a gente comparar 2009, onde a gente exportava pelo Arco Norte 7,2 milhões de toneladas, e exportamos no último ano 61,1 milhões de toneladas. Esse crescimento é graças à melhoria de rodovias. Agora nós estamos em outro passo. Nós precisamos implantar as hidrovias, continuar melhorando rodovias e fazer o trabalho de dar continuidade a implantação das ferrovias”, apontou Vaz.
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