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Marcos Fava Neves

Especialista em Planejamento Estratégico do Agronegócio

Esse texto trata de uma opinião do colunista e não necessariamente reflete a posição do Agro Estadão

Opinião

Olhar sobre o mercado Agro em fevereiro

Veja o que esperar dos principais mercados relacionados ao agronegócio em fevereiro

07/02/2024 - 14:58

Foto: Adobe Stock
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Começo aqui no Estadão um novo projeto de tentar contribuir com a tomada de decisão dos milhares de profissionais que atuam no Agro. Em nossa coluna, trarei fatos recentes, destacando evoluções do mercado, pontos de preocupação e recomendações. 

Como estão os mercados neste fevereiro?

No mercado de grãos, o relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) ampliou a previsão de produção do milho em 2023/24, para 1,235 bilhão de t, oferta 6,9% maior que a safra passada. Com isso, os preços seguem caindo, mesmo com as quebras na safra brasileira (a saca do milho estava em R$ 61,00 para entrega em Cooperativa de São Paulo em 05/02).

Soja e milho

Na soja, a produção global também deve crescer nesse ciclo em 6,3%, totalizando 399,0 milhões de t. No Brasil, a colheita já superou os 16,0% da área total (AgRural), bem superior aos 9,0% no mesmo período de 2023. Com isso, a área plantada de milho safrinha já alcança 27,0% e é a mais acelerada da história.

Em relação aos preços da soja, na minha visão devem ficar como estão pelos próximos dois a três meses, quando a atenção se volta para a safra americana, a menos que as perdas surpreendam. O milho tem mais chances de subir, caso a safrinha, que corre riscos, tenha mais problemas. Temos que seguir acompanhando as informações de colheita e plantios diariamente.

Algodão

No algodão, a produção global foi reestimada em 24,64 milhões de t no relatório de janeiro do USDA, queda de 3% em relação ao ciclo anterior. A semeadura no Brasil havia alcançado 77,0% até o final de janeiro, quase 13 pontos percentuais a mais do que no mesmo período de 2023. Em 05/02, a pluma era negociada a R$ 132,82/@, com base no indicador da Esalq/USP. Brasil deve ocupar mais espaço no mercado internacional, com uma grande produção.

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Carnes

Nas carnes, as exportações de carne bovina começaram 2024 com desempenho superior ao do ano passado. Nos primeiros 20 dias úteis, o Brasil vendeu 757,8 milhões de t (+ 21,5%) a preços médios em US$ 4.508,50/t (+ 13,1%).

O USDA já havia previsto, no relatório mais recente (janeiro/2024) uma alta na produção global da carne bovina em 2024 (59,5 milhões de t; + 0,1%). No frango e na suína, o órgão prevê uma produção de 15,1 milhões de t (+1,3%) e 4,7 milhões de t (+ 4,5%), respectivamente.

Já nas exportações, o Brasil deverá embarcar 3,0 milhões de t da carne bovina (+3,1%; 24,7% do mercado), 4,9 milhões de t do frango (+3,4%; 35,4% de participação) e 1,5 milhão de t da carne suína (+6,3%; 14,7% de participação). Preços giram em torno de R$ 240,20/@ para o boi gordo (Cepea/B3); R$ 7,30/kg do frango congelado em São Paulo (Cepea/Esalq); e R$ 5,78/kg do suíno a retirar em Santa Catarina (Cepea/Esalq). O mercado internacional aponta ser melhor neste ano, quem sabe o preço da arroba recupera um pouco.

Açúcar e etanol

Finalmente, no açúcar e etanol: a atualização da Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar), aponta para uma moagem de cana em 645,4 milhões de t (+ 18,9%), produção de açúcar em 42,1 milhões de t (+ 25,5%) e etanol em 31,8 bilhões de litros (+ 14,8%).

As vendas do açúcar começaram o ano aceleradas: foram 2,8 milhões de t embarcadas nos 20 primeiros dias de janeiro, média diária 55% superior à do mesmo período de 2023, com bons preços. Os impactos do clima na Índia e Tailândia, bem como restrições para exportações, têm sustentado estes bons valores.

No etanol, as vendas na primeira quinzena do ano cresceram 50%, totalizando 1,36 bilhão de litros (Unica). No hidratado, o crescimento das vendas foi de 93%, indicando uma provável recuperação de participação para o biocombustível, mas os preços não estão contribuindo para o valor do Consecana, que caiu muito em janeiro e deve fechar a safra ao redor de R$ 1,20/kg.

Fevereiro vem sendo bem agitado para o Agro, muita coisa em andamento. Tenham boas decisões!

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