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Agropolítica

Formação de estoques públicos é uma das prioridades de Arnoldo de Campos, novo diretor da Conab

Arnoldo de Campos assumiu a diretoria de Operações e Abastecimento, mais de dois meses após saída de ex-diretor envolvido em polêmico leilão de arroz 

3 minutos de leitura 04/09/2024 - 16:03

Por: Fernanda Farias | Porto Alegre | fernanda.farias@estadao.com

Foto: Conab/Divulgação
Foto: Conab/Divulgação

O economista Arnoldo de Campos Júnior assumiu a diretoria de Operações e Abastecimento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) com uma missão clara. De acordo com o presidente da Conab, Edegar Pretto, ele vai ajudar na reestruturação da companhia. 

Campos assumiu a diretoria nesta terça, 03, lugar que estava vago desde a saída de Thiago dos Santos, após o polêmico leilão de arroz que acabou sendo suspenso. O nome de Campos chegou a encontrar resistência no início do processo, por ele ser sócio da empresa AGMAAC Soluções, que presta serviços de consultoria para programas de compras públicas operacionalizados pela Conab. 

O novo diretor é uma indicação do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. Na semana passada, Teixeira comentou ao Agro Estadão sobre a capacidade técnica de Campos para assumir a diretoria e disse que o nome foi um consenso entre o MDA, Mapa e a Conab. 

Na cerimônia de posse, Arnoldo de Campos disse que o desafio é redesenhar o sistema alimentar. “Hoje o sistema alimentar está no centro da crise climática, pelas emissões, e não consegue garantir que todas as pessoas comam todo dia. Além disso, tem dificuldade de garantir uma alimentação saudável, e, no caso brasileiro, tem produzido uma inflação de alimentos que, além de castigar o trabalhador, contribui para a manutenção das elevadas taxas de juros na economia”, declarou. 

Foco da Conab é formação de estoques

De acordo com o presidente da companhia, Edegar Pretto, a principal meta é a formação de estoques. Ao Agro Estadão, Pretto conta que a ideia é reorganizar os armazéns públicos, depois do “fechamento de 27 unidades no governo anterior”. As primeiras unidades a serem recuperadas seriam em Mato Grosso do Sul e no Paraná, estado onde fica a unidade com maior capacidade de armazenamento com cerca de 420 mil toneladas de grãos. 

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Edegar Pretto
Edegar Pretto, presidente da Conab. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O presidente da Conab afirma que ao menos R$ 55 milhões já estão garantidos pelo governo federal para essa reestruturação. “Agora estamos em uma negociação importante com o BNDES, que fará o levantamento do nosso patrimônio que está inativo para colocar à venda. E esse recurso será realocado para recuperar os que acharmos estrategicamente que precisam ser reabertos e modernizar os que estão em funcionamento”, conta. 

Pretto diz que a intenção é aumentar de 1,2 milhão de toneladas para 2 milhões de toneladas a capacidade dos armazéns públicos. “Para voltar a fazer estoques públicos, como começamos com o milho no ano passado, queremos fazer com outros produtores, com trigo, arroz, feijão. Ter um estoque mínimo para dar tranquilidade tanto ao agricultor quando a gente garante o preço mínimo que ele não tenha prejuízo, mas garante estabilidade de preços para o consumidor na cesta de alimentos”, avalia.

Pretto considera que arroz ainda está caro

“O arroz ainda não está no preço que nós desejamos para os consumidores”, afirma Edegar Pretto ao Agro Estadão. Ele avalia que mesmo com o preço variando entre as regiões, ainda é preciso baixar mais. “Mas sabemos que é uma complexidade, tem que produzir mais, ter mais oferta pra gente estabilizar os preços”, pondera.

Diante desse cenário, Pretto descarta a realização de um novo leilão para importação do produto. “Nesse momento, não trabalhamos mais cm a ideia de importar arroz. Se houver alguma necessidade de intervenção, nós estamos negociando com o setor […] e onde houver necessidade tem compromisso do setor de irrigar com mais arroz para equilibrar os preços nessas regiões”, pontua.

O presidente da Conab conta, ainda, que serão realizados contratos de opção para o arroz, com a intenção de “garantir um preço mínimo mais elevado que seja competitivo”.

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