Agropolítica
Brasil x Israel: Entenda por que a crise diplomática não deve afetar o agronegócio
Confira artigo de Welber Barral sobre a relação entre os dois países
2 minutos de leitura 20/02/2024 - 15:52
Fernanda Farias | fernanda.farias@estadao.com
O mal estar causado pelas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante viagem ao Egito, sobre a guerra entre Israel e Palestina, deve permanecer no campo político, segundo analistas ouvidos pelo Agro Estadão. A avaliação é de que ainda é muito cedo para refletir negativamente nas relações comerciais entre os dois países, consideradas moderadas.
Em coletiva à imprensa realizada na capital da Etiópia, Adis Adeba, Lula comparou as ações de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus pela Alemanha. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza não existe em nenhum outro momento histórico, aliás, existiu, quando Hitler resolveu matar os judeus”, afirmou o presidente.
No mesmo dia, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, usou as redes sociais para defender o presidente Lula. “O presidente nunca deixou dúvidas do posicionamento contrário do nosso Brasil ao terrorismo. A soberania de uma Nação deve ser sempre respeitada. Ataques terroristas não podem ser admitidos” escreveu.
A partir da fala do presidente Lula, o governo de Israel declarou o presidente do Brasil como “persona non grata” e o Itamaraty correu para amenizar a crise diplomática. Uma das medidas foi a determinação para o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, voltar imediatamente ao país. Ele deixou Tel Aviv nesta terça-feira, 20.
O consultor de comércio internacional e ex-secretário de Comércio Exterior do Brasil, Welber Barral, acredita que é improvável um impacto comercial, porque existe um acordo de livre comércio entre Mercosul e Israel.
“Além de ser uma relação estável e relativamente pequena, Israel tem mais a perder. Existe um superávit grande de equipamentos importados pelo Brasil. É claro que no médio prazo, teremos que renovar certificados sanitários, e o país vai precisar de uma certa boa vontade do governo israelense”, avalia.
Brasil compra fertilizantes e defensivos de Israel
Recentemente, Israel abriu o mercado para a carne de aves do Brasil. Mas as vendas não se concretizaram até agora, e por isso, o impacto da crise diplomática entre os dois países é considerado zero para o setor. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal, até dezembro do ano passado, haviam sido enviadas 150 toneladas de carne de aves in natura.
O Brasil exporta principalmente petróleo, soja e carnes para Israel, que somaram US$ 661,8 milhões em 2023. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), o Brasil importou US$ 1,35 bilhão em produtos israelenses, principalmente fertilizantes e defensivo.
Em janeiro deste ano, o Brasil exportou US$ 115,9 milhões para Israel, e importou US$ 63,9 milhões.
Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Agropolítica
1
Enchentes no RS: governo federal muda regras e amplia perfil para renegociação de dívidas
2
Fávaro anuncia nova unidade da Embrapa em Mato Grosso
3
BNDES orienta bancos sobre novas regras para financiamento a produtores rurais no RS
4
Deputados criticam veto presidencial de medida que autorizava prorrogação de dívidas rurais
5
Senado aprova PL do Combustível do Futuro
6
Portaria que define os 11 novos postos de adidos agrícolas do Brasil é publicada
PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas
Agropolítica
Mapa troca diretor de Gestão de Risco
Jonatas Pulquério lamenta a saída após 18 meses e afirma: “sempre fui crítico ao modelo do seguro rural”
Agropolítica
Luis Rua é nomeado secretário de Relações Internacionais
Saída de Roberto Perosa acontece três dias após substituir Fávaro no Mapa
Agropolítica
Entidades agrícolas da Alemanha pedem que UE adie implementação de lei antidesmatamento
Em comunicado, as entidades disseram que a lei trará enormes impactos negativos para a agricultura e a silvicultura na Alemanha se entrar em vigor na sua forma atual ao fim de 2024
Agropolítica
Brasil abre mais 20 novos mercados para produtos agro
O mês de setembro tem, até o momento, 50 aberturas de mercados para produtos brasileiros
Comitê aprova plano trienal do Seguro Rural e prevê R$ 1,13 bilhão para 2027
Diretrizes foram publicadas nesta segunda e também trazem previsão orçamentária para 2026
Governo abre crédito extraordinário para medidas no Rio Grande do Sul
Recursos são para diferentes ministérios e somam R$ 1,6 bilhão
CMN ajusta norma do PCA para câmaras frias
Órgão também definiu preços de referência para produtos fora da PGPM
FPBio cobra sanção célere presidencial sem vetos de PL do combustível do futuro
Texto final foi aprovado na Câmara dos Deputados em 11 de setembro