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Agro na COP30

Sistema FAEP levará legado do plantio direto à COP30

Documento elaborado pela Federação de Agricultura do Paraná defende que os indicadores de adaptação definidos na COP30 incluam o setor agropecuário

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Redação Agro Estadão

23/10/2025 - 12:45

Presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Meneguette, defende a agricultura como parte da solução dos desafios climáticos. Foto: Divulgação/FAEP
Presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Meneguette, defende a agricultura como parte da solução dos desafios climáticos. Foto: Divulgação/FAEP

Há menos de um mês da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em Belém, o Sistema FAEP lançou um documento com propostas da agropecuária paranaense para a agenda climática.

Reconhecido como o berço do plantio direto no Brasil, o Paraná foi pioneiro na adoção dessa prática sustentável, que consiste em semear sobre a palha e os resíduos da cultura anterior, sem revolver o solo. A técnica foi introduzida pelo produtor Herbert Bartz, de Rolândia (PR), e posteriormente aperfeiçoada e difundida pelos agricultores Frank Dijkstra e Manoel Henrique Pereira, de Ponta Grossa, nos Campos Gerais.

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O sistema de plantio direto se tornou uma referência nacional e internacional, servindo de base para a primeira fase do Plano de Agricultura de Baixo Carbono (Plano ABC), lançado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em 2010. O programa foi um marco ao propor ações setoriais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, consolidando o Brasil como um dos líderes em práticas agropecuárias sustentáveis.

Nessa toada, o Sistema FAEP avalia que a realização da COP30 é propício para reforçar que a agricultura e a pecuária fazem parte da solução dos desafios climáticos globais. A entidade defende que práticas já consolidadas no campo — como o sistema de plantio direto, a integração lavoura-pecuária-floresta, o uso de bioinsumos e o aproveitamento de resíduos da produção animal — sejam levadas como parte das soluções para reduzir emissões de gases de efeito estufa, recuperar solos e conservar recursos hídricos. 

O documento lançado pela Federação destaca que a COP30 deve consolidar o reconhecimento da agropecuária como um dos setores capazes de impulsionar uma economia de baixo carbono. “O nosso objetivo é mostrar de que forma a agropecuária paranaense contribui para as metas estipuladas pela ONU. Boa parte da sociedade ainda não conhece esse papel do agro na mitigação do efeito estufa e do aquecimento global. Ou seja, precisamos dar voz a essas diversas práticas da agricultura do Paraná que se relacionam com a agenda da sustentabilidade e, de forma mais ampla, com a agenda climática”, presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette.

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Trecho do documento com a trajetória da técnica do Plantio Direto. Foto: Reprodução/FAEP

Financiamento climático

Entre os principais temas em discussão, segundo o documento, estará o financiamento climático. A nova meta global aprovada na COP29 prevê a mobilização de até US$ 1,3 trilhão por ano até 2035, com prioridade para projetos em países em desenvolvimento. O Sistema FAEP defende que parte desses recursos seja direcionada à agropecuária, ampliando o acesso a crédito e investimentos para adoção de tecnologias sustentáveis no campo.

Nesse contexto, o Roadmap Baku-Belém, que será apresentado na véspera da conferência, deve definir estratégias para diversificar fontes de financiamento público e privado e fortalecer instrumentos como o mercado de carbono. A entidade ressalta que o Brasil, ao regulamentar o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões, tem a chance de integrar o agronegócio a iniciativas de precificação de carbono, ampliando as oportunidades de mitigação e geração de renda.

O Sistema FAEP também defende que os indicadores de adaptação definidos na COP30 incluam o setor agropecuário, considerando sua vulnerabilidade às mudanças climáticas e sua relevância para a segurança alimentar. Na avaliação da entidade, a transição para uma agricultura de baixo carbono deve ocorrer de forma justa e equilibrada, respeitando as particularidades de cada país e evitando medidas unilaterais que possam criar barreiras comerciais. 

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