Agro na COP30
Economista sugere 'bolsa família climático' e fundo para florestas tropicais
Durante o Pré-COP, em Brasília, José Alexandre Scheinkman propôs novos modelos de financiamento para fortalecer a adaptação ambiental
Redação Agro Estadão
15/10/2025 - 11:49
O economista José Alexandre Scheinkman, professor da Universidade de Columbia (EUA) e conselheiro da COP 30, defendeu nesta terça-feira, 14, em Brasília (DF), durante o segundo dia da Pré-COP, a criação de um mecanismo similar ao bolsa família, mas destinado a apoiar a populações afetadas por ondas de calor extremo. Ele também argumentou pelo fortalecimento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF).
Segundo os organizadores, as propostas apresentadas integram um relatório independente, elaborado por um conselho internacional de economistas, que será entregue à Presidência da COP 30. As informações foram divulgadas na página oficial do evento.
Scheinkman afirmou que o TFFF pode equilibrar o pagamento pela captura de carbono e o incentivo à preservação florestal em países tropicais. “É uma ideia muito boa, porque é importante que a captura de energia seja paga pelo adicional, mas também que os países com florestas tropicais, que têm menos oportunidades de capturar energia, sejam reconhecidos”, disse.
Segundo ele, o modelo pode gerar incentivos econômicos diretos à conservação. “O programa de captura e pagamento pelo efeito líquido leva o Brasil a preservar, porque o custo sombra do desmatamento aumenta muito. É um programa interessante e com grande potencial catalítico”, afirmou.
Ao tratar do financiamento para adaptação, Scheinkman destacou a importância de mecanismos inovadores e socialmente justos. “Estamos propondo mecanismos que poderiam funcionar como uma espécie de bolsa família, ativada apenas em períodos de calor extremo.”
Ele também defendeu programas de troca de dívida por investimentos em adaptação (modalidade conhecida como debt swap). “Quando há um desastre climático em países mais pobres, ocorre aumento da migração e agravamento da dívida pública. Por isso, defendemos a criação de mecanismos que permitam o perdão de parte da dívida em troca de investimentos em adaptação.”
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