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Incêndios em São Paulo e os efeitos ao agronegócio 

Influência do clima no risco de queimadas continua; prejuízos ao agronegócio paulista somam R$ 1 bilhão

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Fernanda Farias | fernanda.farias@estadao.com

02/09/2024 - 13:24

Foto: Reprodução PRF/Redes Sociais
Foto: Reprodução PRF/Redes Sociais

O mês de agosto fica marcado como o pior da história recente em relação aos incêndios florestais. Além do fogo no Pantanal e no Cerrado, as queimadas que ocorreram no interior de São Paulo causaram prejuízos que ainda estão sendo calculados. De acordo com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), 118 municípios decretaram situação de emergência em função dos incêndios somente em agosto. Em 2024, o número soma 167, o que significa um aumento de 193% em relação ao ano passado. 

Até este fim de semana, havia focos de fogo ativo em cinco municípios, de acordo com o governo do estado: Morro Agudo e Pedregulho (na região de Franca); em Altinópolis e Franca (na área de Ribeirão Preto); e em Fernandópolis (na região de São José do Rio Preto). Mas os dias mais críticos foram entre 24 e 26 de agosto. 

Em apenas dois dias, o estado de São Paulo registrou quase sete vezes mais incêndios do que em todo o mês de agosto de 2023, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). As queimadas destruíram cerca de 80 mil hectares de áreas de cana-de-açúcar e de rebrota. O prejuízo soma mais de R$ 500 milhões para o setor, segundo a Orplana (Organização das Associações de Produtores de Cana-de-Açúcar) e cerca de R$ 1 bilhão para o agronegócio paulista, segundo cálculos do governo. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) já anunciou uma linha de crédito para atender o setor.

Os relatos dos produtores que trabalharam no combate às chamas impressionam. O produtor de cana, Mario Pelegrini tentou apagar o fogo junto com o pai, também produtor de 71 anos. Os 50 hectares da família em Olímpia foram destruídos. “Foi feio demais, demais… o fogo veio de longe, de 30 km, queimando tudo, foi coisa absurda”, lembrou Pelegrini ao Agro Estadão.  

Uma das preocupações dos produtores, depois dos incêndios, é se a cana vai brotar novamente. Isso porque além do canavial queimado, o solo também sofreu os efeitos do fogo. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), grandes quantidades de carbono, nitrogênio, potássio e enxofre são perdidas para a atmosfera por volatilização durante a combustão.

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Os resultados podem ter efeito a médio e longo prazo. “A queima da cobertura vegetal deixa a área descoberta, levando a maior absorção da radiação solar, com ampliação da temperatura e do ressecamento ao longo do dia. Porém, à noite, ocorre a perda de calor pela exposição, elevando assim a amplitude das variações térmicas diárias. Essas oscilações prejudicam a absorção de nutrientes e a biologia do solo. Outro problema é a erosão, pela ação do vento e o impacto da chuva, que leva à compactação ou selamento superficial. O resultado é menor infiltração de água e aumento do escoamento superficial”, explica Alberto Bernardi, pesquisador da Embrapa e especialista em solos.

Ainda de acordo com a Embrapa, a recuperação de um solo que passou por queimadas pode levar cerca de três anos. E isso significa custo para os produtores, que precisam investir – novamente – no fornecimento de nutrientes para restaurar a área afetada.

Como a população pode ajudar para evitar incêndios

A principal orientação para a população do meio rural é não realizar a limpeza da área rural utilizando como técnica o fogo. 

Para a população urbana, também há recomendações que devem ser seguidas para colaborar e evitar que novos focos de incêndio apareçam. São elas:

  • Não colocar fogo em áreas de vegetação seca;
  • Não jogar bitucas de cigarro em beiras de rodovias;
  • Não queimar lixo;
  • Não soltar balão.

Além disso, a Defesa Civil alerta que, ao avistar fumaça suspeita ou fogo em mata, não tente apagar as chamas e ligue para o Corpo de Bombeiros, no telefone 193.

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O clima e os riscos de queimadas

O Gabinete de Crise montado pelo Governo do estado de São Paulo segue atuando para monitorar a situação climática e possíveis novos focos de incêndio. 

Os meteorologistas da Defesa Civil de São Paulo alertam que os termômetros voltaram a subir com o fim da massa de ar frio. No interior do estado, as temperaturas ficam acima de 30ºC. 

Segundo o Mapa de Risco de Incêndio divulgado pelo Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Defesa Civil com base em análise da Climatempo (veja abaixo), as regiões mais críticas em relação às altas temperaturas são Andradina, Araçatuba, Bauru e Jaú, onde as máximas podem chegar a 35ºC e a umidade relativa do ar abaixo dos 20%. Segundo o CGE, ainda há previsão de ventos fortes que podem alcançar 60 km/h – o que é um risco a mais para a propagação de focos de incêndio.

As características e umidade do ar e ventos são as mesmas para a maior parte das regiões do interior de São Paulo. O que muda é a temperatura, que pode ser um ou dois graus inferiores. Mas os alertas servem para as regiões de Presidente Prudente, Assis, Marília, Ourinhos, Itapeva, Sorocaba, Iperó, Campinas, Jundiaí, Campos do Jordão e Guarantiguetá, além da Região Metropolitana de São Paulo. 

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