Sustentabilidade
Publicação da Embrapa apresenta tecnologias para produção sustentável de cupuaçu
Material gratuito reúne práticas e inovações para ampliar produtividade e renda de agricultores familiares na Amazônia
Redação Agro Estadão
27/05/2025 - 10:32
A Embrapa Amazônia Oriental lançou a publicação “O Cupuaçuzeiro na Amazônia: Ciência, Tecnologia e Produção”, com foco em práticas sustentáveis e inovações tecnológicas aplicadas ao cultivo do cupuaçu (Theobroma grandiflorum). A obra, divulgada nesta segunda-feira, 26, apresenta soluções voltadas à propagação, melhoramento genético, controle fitossanitário e manejo agroflorestal, com ênfase na valorização da sociobiodiversidade amazônica e no fortalecimento da agricultura familiar.
Com 6 capítulos assinados por 12 pesquisadores da Embrapa e convidados, a publicação está disponível gratuitamente no site da Embrapa e se destina a produtores, técnicos, estudantes e gestores públicos interessados no desenvolvimento sustentável da Amazônia.
Segundo a Embrapa, cerca de 1,4 mil propriedades cultivam o fruto na região, sendo o estado do Pará o maior produtor nacional, com 8,9 mil hectares plantados e produção anual de 29 mil toneladas. O material também aborda consórcios produtivos com espécies como bananeira e açaizeiro, além de técnicas para recuperação de áreas degradadas e aumento da resiliência das lavouras às mudanças climáticas.
Valor ecológico e econômico
Em nota à imprensa, o pesquisador José Edmar Urano de Carvalho, um dos autores do livro, destacou o papel estratégico do fruto. “O cupuaçu é uma espécie nativa que agrega valor à sociobiodiversidade amazônica e se adapta bem às mudanças climáticas. A publicação reforça seu papel na bioeconomia e na resiliência da produção agrícola na região”, afirmou.
O cupuaçuzeiro tem se destacado por sua capacidade e robustez sendo, ao lado do cacaueiro e outras espécies de valor ecológico e econômico, componente importante dos Sistemas Agroflorestais (SAFs).
A publicação evidencia, entre outros aspectos, o potencial das sementes (amêndoas) do fruto, usadas na produção do cupulate — uma versão amazônica do chocolate tradicional, assim como na extração de manteiga, apreciada para usos em indústrias de alimentação e de cosméticos.
Segundo Rafael Moysés Alves, um dos cientistas que assinam o livro, as cultivares BRS Codajás, Coari e Carimbó (todas de cupuaçu) são exemplos de como a ciência transforma a biodiversidade em segurança alimentar e renda:
“Trabalhamos com materiais genéticos superiores, promovendo alta produtividade e sanidade. A dupla aptidão da fruta, para polpa e amêndoas e aproveitamento, inclusive da casca, o elegem como um ativo de bioeconomia”, disse.
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