Sustentabilidade
Fórum Pré-COP 30 debate agropecuária como solução para mudanças climáticas
Especialistas lembraram que o setor é o único capaz de remover carbono do meio ambiente
Redação Agro Estadão
25/03/2025 - 16:54
A relação entre agropecuária e mudanças climáticas foi o foco do Fórum Pré-COP 30, realizado dentro da Dinapec 2025, em Mato Grosso do Sul. Especialistas e autoridades debateram na segunda-feira, 24, a necessidade de conciliar produção, desenvolvimento e meio ambiente, além dos desafios para tornar o setor mais resiliente às alterações climáticas.
Para o pesquisador da delegação brasileira nas negociações da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), Marcos Morandi, a agricultura deve ser vista como parte da solução climática, e não apenas como vilã. “Ela sempre pagará a conta, seja por ação ou omissão. Que seja por ação! Já avançamos muito com base na ciência nos últimos 50 anos, mas agora o tempo é curto para um novo salto de adaptação”, afirmou.
O especialista reforçou que a agricultura é o único setor capaz de remover carbono do ambiente naturalmente, com a ajuda de tecnologias. No entanto, ele ponderou ser necessário suporte financeiro, uma vez que, o período de transição pode reduzir a renda do produtor ou sua capacidade produtiva, tornando o financiamento um elemento essencial para viabilizar a mudança.
Há expectativa de que o tema seja discutido na COP 30, em Belém (PA), em novembro. Em Baku, capital do Azerbaijão e sede da última conferência, a questão do financiamento climático não chegou ao valor esperado.
A diretora-executiva de administração da Embrapa, Selma Beltrão, esteve presente no Fórum. Ela reforçou que a pecuária tropical já atua de forma cada vez mais sustentável, com base em métricas científicas. “Em novembro, em Belém, vamos mostrar ao mundo os avanços da pesquisa agropecuária brasileira em relação às mudanças climáticas”, destacou.
O Fórum Pré-COP 30 ocorreu durante a abertura da Dinepec 2025. Além do debate, foi assinada uma declaração conjunta de interesses em prol do desenvolvimento e da inovação no setor agropecuário. O documento foi chancelado pela Embrapa, o Governo de Mato Grosso do Sul (MS), a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal, a Secretaria de Meio Ambiente de MS, a Universidade Federal de MS e a Universidade Estadual de MS.
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