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Abelha invasora pode chegar ao Brasil

Pesquisadores investigam presença da espécie de mamangava europeia na fronteira do Brasil com o Uruguai

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Redação Agro Estadão

03/06/2025 - 08:00

Foto: Adobe Stock
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Pesquisadores do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Sul (DDPA) iniciaram o monitoramento da possível presença da abelha mamangava europeia invasora (Bombus terrestris) em regiões de fronteira entre o estado e o Uruguai. O objetivo do estudo é avaliar se a espécie já se encontra em território brasileiro e quais os possíveis impactos sobre o bioma Pampa. Espécies exóticas invasoras estão entre os principais vetores de perda de biodiversidade, ao lado das mudanças climáticas e da degradação de habitats. 

Serão analisadas áreas situadas nos municípios de Aceguá, Pedras Altas e Santa Vitória do Palmar. De acordo com o DDPA, esses são considerados os pontos de maior risco para a entrada da espécie. Nessas localidades, os pesquisadores vão capturar abelhas em intervalos regulares ao longo de um ano, além de identificar as plantas utilizadas como fonte alimentar pelas espécies nativas. 

Na estação experimental de Hulha Negra, será implantada uma área de cultivo com espécies vegetais atrativas para mamangavas, como feijão, ervilhaca e cornichão. A proposta é manter flores disponíveis em diferentes épocas do ano para ampliar a coleta de dados sobre a biodiversidade local.

Edição a partir de design de Luísa Metz

A mamangava europeia, introduzida originalmente no Chile para fins de polinização, já foi registrada na Argentina e pode expandir-se para outros países sul-americanos, conforme estudo da Universidade de São Paulo (USP) realizado em 2015. A presença dessa abelha invasora tem gerado impactos negativos em regiões onde foi introduzida, como competição com abelhas nativas por recursos alimentares, transmissão de doenças e prejuízos à produção de mel e à polinização de culturas.

Segundo artigo publicado na revista científica Biological Invasions em 2014, a introdução de Bombus terrestris fora de sua área de origem pode gerar efeitos ecológicos relevantes, como a transmissão de patógenos a abelhas nativas, competição por recursos florais e alterações nas redes de polinização. Esses impactos podem levar ao declínio de populações nativas e comprometer serviços ecossistêmicos essenciais, como a polinização de plantas silvestres e cultivos agrícolas.

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“A pesquisa vai avaliar a condição de abundância e riqueza das mamangavas nativas do Pampa e oferecer subsídios para sua conservação”, afirmou Sidia Witter, coordenadora do projeto, em nota.

O estudo conta com a participação de pesquisadores da USP, Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A orientação para a população é que, caso a abelha invasora seja avistada no Brasil (veja abaixo vídeo do inseto), a espécie não deve ser eliminada. A recomendação é comunicar imediatamente o DDPA, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), pelo e-mail museu.ento.rgc@gmail.com, de preferência com foto e coordenadas geográficas do local.

Pesquisadores farão o monitoramento da possível presença da espécie no RS.

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