Summit Agro
Sustentabilidade na cadeia de produção agroindustrial
Como a cadeia de produção agroindustrial pode se adaptar às novas exigências de sustentabilidade do mercado?
Summit Agro
27/04/2022 - 09:41
A sustentabilidade no agronegócio não é mais um diferencial, e sim uma obrigação. Cada vez mais, os mercados de diferentes países regulamentam as importações e tornam as fiscalizações mais efetivas. O agronegócio que não estiver comprometido com a proteção ambiental, com a produção de alimentos de qualidade e saudáveis e com a saúde das pessoas e das comunidades envolvidas na cadeia produtiva vai gradativamente perder espaço no mercado internacional.
A principal preocupação em relação à sustentabilidade nos últimos anos tem sido a preservação ambiental. De nada adianta o Brasil e o mundo produzirem grandes quantidades de alimentos se a destruição do meio ambiente causar falta de água, excesso de chuvas e danos à humanidade por meio de crises climáticas.
Experiências passadas do Brasil mostram ser possível que o agronegócio cresça com responsabilidade ambiental. Em 40 anos, o País aumentou sua produtividade em 385%, enquanto a área produtiva cresceu apenas 32%. Para que isso seja alcançado, a tecnologia e a ampliação de estudos acadêmicos sobre a produção agrícolas foram fundamentais. Com o avanço das tecnologias voltadas ao campo pode-se, por exemplo, saber como utilizar menos defensivos e otimizar a produção.
A redução do uso de água e o melhor aproveitamento da irrigação também se mostraram fundamentais. Após quase dois anos de estiagem e dificuldades para o agronegócio brasileiro, a discussão sobre as melhores práticas no uso da água não pode mais ser adiada. A boa notícia é que a tecnologia existe, mas ainda falta ação de produtores e mais incentivo por parte do governo.
A discussão sobre os combustíveis usados no campo e no transporte também precisa ser agilizada. As crises mundiais recentes fizeram que o petróleo atingisse valores altíssimos, acima dos US$ 110, mostrando a dependência brasileira do diesel e como isso afeta o preço dos alimentos e a qualidade de vida da população. Nesse contexto, são necessárias políticas que incentivem o melhor aproveitamento das tecnologias nacionais para os combustíveis renováveis, como biodiesel, biogás, etanol e biomassa.
Ainda, em um período em que o Brasil sofreu com queimadas recordes, alguns estudos mostraram que essa não é a melhor prática para limpar as áreas de plantio. A volatização do nitrogênio e a destruição da matéria orgânica afetam a produtividade do solo, por isso as queimadas devem ser abolidas ou usadas com limites bem estabelecidos.
Dignidade dos trabalhadores
Outro pilar essencial da sustentabilidade é o respeito à dignidade e à vida dos trabalhadores e das famílias do campo. O mínimo que se deve fazer é garantir os direitos assegurados por lei, o aumento da fiscalização e a penalização de quem descumpre a Constituição — o que também é importante para oferecer maior confiabilidade ao agronegócio.
Pelo mundo, o termo Environmental, Social and Governance (ESG) vem ganhando notoriedade e é aplicado no mundo corporativo por organizações que promovem sustentabilidade em seus negócios. O ESG preza muito pela proteção de comunidades locais, portanto empresas ou indústrias que causem danos às populações que integram sua rede produtiva são malvistas no mercado internacional.
A longo prazo, a sustentabilidade ajuda a própria produtividade e a preservação da biodiversidade ajuda o controle de pragas, o que leva a uma redução no uso de agrodefensivos e, portanto, a um custo menor de produção. A rotação de culturas ajuda a manutenção e a renovação do solo, e a não destruição das florestas pode evitar descontroles climáticos, garantindo a irrigação natural.
Fonte: Módulo Energia, SG Sustentabilidade, SuperBid.
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