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Summit Agro

Saneamento rural: modelos de gestão e principais desafios

O saneamento rural é obrigação do poder público, mas a iniciativa privada, o terceiro setor e as próprias comunidades também podem contribuir

4 minutos de leitura 25/07/2020 - 15:36

Por: Summit Agro

O saneamento rural — em resumo, o acesso à água tratada e coleta do esgoto — é essencial para a qualidade de vida no campo, para a saúde dos trabalhadores e a preservação do meio ambiente local (nascentes e solo, principalmente). Sendo assim, também é muito importante para o desenvolvimento sustentável do agronegócio.

Levar saneamento para mais áreas rurais é um dos principais desafios do setor. Dentro disso, encontrar modelos de gestão eficientes é uma das tarefas mais árduas. Para ajudar nesses entraves, nos últimos anos, diversas entidades de diferentes setores — poder público, empresas, organizações não governamentais, entre outras — têm criado esforços para entender melhor essa questão e buscar soluções.

O cenário do saneamento rural no Brasil

O saneamento básico é uma questão complicada no país, de maneira geral, uma vez que um terço dos brasileiros não têm acesso à água tratada e metade não tem coleta de esgoto. Contudo, a situação é ainda mais complicada no campo: cerca de 31 milhões de brasileiros vivem em zonas rurais, mas apenas 22% possuem saneamento básico adequado, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Desde 2000, a Embrapa trabalha na criação e disseminação de soluções para melhorar o saneamento rural. Wilson Lopes, pesquisador desse tema na instituição, relata que, na maioria dos domicílios há apenas fossas rudimentares (em que o esgoto é depositado em buracos no solo). Embora pareça uma solução adequada, está longe de ser, uma vez que esses dejetos penetram o solo e acabam, em última instância, no lençol freático que serve, justamente, como fonte de água para as comunidades rurais.

Dessa maneira, o pesquisador relata que o problema também é de informação. Porque, além do problema citado, as pessoas dificilmente entendem que a água parecer limpa não quer dizer que ela está.

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Um dos principais desafios para que o saneamento rural evolua no Brasil é o foco do poder público em saneamento na área urbana, como explica Rodrigo Garcia, promotor de justiça que atua na defesa do meio ambiente, em live realizada pela Embrapa e pelo Instituto Trata Brasil.

Esse cenário pode melhorar com a sanção do Novo Marco de Saneamento Básico do Brasil agora, em 2020. A lei determina que 90% dos brasileiros devem ter rede de esgoto,e 99% devem ter água tratada até 2033. Isso inclui as zonas rurais.

Participação da comunidade e tecnologia simples

Como mencionado, a Embrapa trabalha junto às comunidades rurais para implementar projetos de saneamento. O trabalho da instituição traz muitas lições sobre os modelos que devem ser adotados para avançar nessa questão em todo o país.

A premissa mais importante é envolver as comunidades (trabalhadores e produtores rurais) nos projetos de saneamento rural, afinal elas são as principais beneficiárias. Além disso, elas serão as maiores responsáveis pela manutenção dos sistemas, uma vez que não é possível depender apenas do poder público para fazer isso.

A questão da manutenção é um ponto especialmente importante, como demonstrou outra participante dessa mesma live da Embrapa. De acordo com Heloísa Binello, que trabalha em ações de saneamento rural no Instituto Coca-Cola, 50% dos projetos estão sucateados após três anos, porque as comunidades rurais não têm recursos financeiros ou conhecimento para fazer a manutenção.

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Uma das soluções que o Instituto Coca-Cola encontrou para isso, em seus projetos, foi elencar membros da comunidade que ficam responsáveis por fazer a manutenção e recebem uma ajuda de custo, financiada pelas contas de água. Em outras comunidades, há uma escala entre as famílias, em que cada uma é responsável pela manutenção por um tempo. Outros modelos são possíveis, dependendo de como a comunidade prefere se organizar, explica Binello, mas é essencial pensar em como a manutenção será feita.

Nesse sentido, também é importante trabalhar com tecnologias simples e eficientes, que façam sentido na realidade do trabalhador rural. A Embrapa usa, especialmente, três sistemas desenvolvidos pela própria instituição:

1) O clorador, que purifica a água com cloro, de forma simples, antes do consumo.

2) A fossa séptica biodigestora, que trata o esgoto adequadamente e ainda o transforma em adubo.

3) O jardim filtrante, em que plantas auxiliam a filtrar a água dos banhos e das pias das casas.

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“A tecnologia precisa ter valor para o beneficiário que a adotará, senão, será sem sucesso”, afirma o pesquisador Wilson Nunes. Nesse ponto, além de mais saúde e qualidade de vida para os trabalhadores rurais, é interessante observar que, a cada real investido em saneamento rural, são quatro economizados em saúde.

Além disso, experiências da Embrapa demonstram que a água recolhida de estações de tratamento de esgoto contém nutrientes importantes para as plantas, como o nitrogênio — podendo auxiliar na produtividade e diminuindo gastos com fertilizantes.

Fonte: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

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