PUBLICIDADE

Summit Agro

Peste suína: o que é e qual é o seu impacto na economia?

Conheça a doença altamente contagiosa, mortal e que ameaça o comércio de carne suína em países asiáticos

4 minutos de leitura 04/12/2019 - 15:40

Por: Summit Agro

A peste suína, também conhecida como febre suína, é uma doença que atinge tanto os suínos domésticos quanto os selvagens — como é o caso dos javalis —, tem alto potencial contagioso e requer diversos cuidados entre os criadores de porcos. Na natureza, essa praga é encontrada em duas versões: a peste suína clássica (PSC) e a peste suína africana (PSA).

Enquanto a primeira é um vírus RNA da família Flaviridae, a segunda é composta por um vírus de DNA fita dupla, pertencente à família Asfarviridae. Ambas contêm aspectos clínicos-patológicos semelhantes e não correm o risco de contaminar humanos, mas demandam diagnóstico laboratorial para diferenciação e combate adequado.

A PSA teve origem no continente africano, como o nome indica, no início do século 20. Afetando as regiões leste e sul da África, a doença atingiu a população de suínos domésticos do Quênia em 1920, onde depois se espalharia para a maioria dos países na África Subsaariana. Transmitida através do contato direto entre suínos infectados e do consumo de produtos contaminados, a peste suína chegou até a Europa por meio de alimentos infectados que foram levados até o local por aeronaves.

Depois de aterrissar em território português em 1957, a doença se restringiu à população suína de Portugal e Espanha até 1990, quando se disseminou para diversos outros países do Velho Continente — como Itália, França, Bélgica e Holanda — e, posteriormente, também para a América do Sul e o Caribe.

O Brasil, que adota um controle rígido para combater a PSC no país, teve o primeiro caso de PSA identificado em 1978 no município de Paracambi, no Rio de Janeiro. O vírus foi encontrado em suínos alimentados com restos de comida infectados, que vieram em voos de Portugal.

PUBLICIDADE

Apesar de a doença já ter sido erradicada no país desde 1984, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) intensificou a vigilância em relação à peste suína africana, a fim de manter o território livre desse risco.

Os sintomas da peste suína

Além de ser uma doença extremamente contagiosa, a peste suína africana tem outro agravante: seu potencial mortal. A PSA, em sua versão aguda, pode ocasionar vermelhidão e hemorragia na pele dos suínos, anorexia, apatia, cianose (cor azulada ou acinzentada da pele), falta de coordenação motora entre 24h-48h antes da morte, diarreia, vômito e secreções oculares. Nessa fase, a taxa de mortalidade entre os animais é de praticamente 100%, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Nos casos mais moderados, os sintomas como febre leve, depressão, problemas respiratórios e aborto podem passar despercebidos como PSA e confundidos com outras doenças suínas, consequentemente gerando um grande risco para a disseminação da doença. Os animais que se recuperam de um caso de peste suína se tornam portadores do vírus e, portanto, um fator de risco para que o vírus se espalhe para outros bichos.

O período de incubação da doença é de 4 a 19 dias, e existem técnicas moleculares para o diagnóstico da doença e o início da inativação do vírus, que precisa ser exposto a uma temperatura de 60°C por 30 minutos.

O impacto da PSA na economia mundial

Por ser uma doença com alto índice de contágio e taxas de mortalidade altíssimas, a peste suína vem mexendo com a economia de um grande mercado: a comercialização de produtos com origem suína.

PUBLICIDADE

Em uma estimativa feita pela Embrapa, a chegada da PSA aos Estados Unidos poderia acarretar um impacto de US$ 16,5 bilhões em apenas 1 ano de epidemia, enquanto no Brasil o número estaria na casa dos US$ 5,5 bilhões.

Em setembro de 2018, o vírus da PSA foi detectado em suínos de subsistência na China. A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) informou em 2019 que, aproximadamente, 6,2 milhões de suínos já foram abatidos em países asiáticos por conta da peste.

Além de ter o maior número de rebanhos, a China é a maior produtora, consumidora e importadora de carne suína no planeta.

O abate dos animais se faz necessário para controlar a velocidade de propagação do vírus, mas isso não é o suficiente. Aliado ao controle rigoroso da chegada de produtos suínos e à difusão de informações sobre a peste suína, o descarte de resíduos de alimentos contaminados precisa ser adequado — incluindo tratamento térmico.

Qualquer caso suspeito deve ser encaminhado ao Serviço Veterinário Oficial Estadual. Atualmente, o Mapa tem um laboratório oficial chamado de Lanagro, em Minas Gerais, com capacidade para diagnóstico da PSA.

Fontes: Embrapa, FAO, Ministério da Agricultura.

PUBLICIDADE
Agro Estadão Newsletter
Agro Estadão Newsletter

Newsletter

Acorde bem informado
com as notícias do campo

Agro Clima
Agro Estadão Clima Agro Estadão Clima

Mapeamento completo das
condições do clima
para a sua região

Agro Estadão Clima
VER INDICADORES DO CLIMA

PUBLICIDADE

Logo Agro Estadão
Bom Dia Agro
X
Carregando...

Seu e-mail foi cadastrado!

Agora complete as informações para personalizar sua newsletter e recebê-la também em seu Whatsapp

Sua função
Tipo de cultura

Bem-vindo (a) ao Bom dia, Agro!

Tudo certo. Estamos preparados para oferecer uma experiência ainda mais personalizada e relevante para você.

Mantenha-se conectado!

Fique atento ao seu e-mail e Whatsapp para atualizações. Estamos ansiosos para ser parte do seu dia a dia no campo!

Enviamos um e-mail de boas-vindas para você! Se não o encontrar na sua caixa de entrada, por favor, verifique a pasta de Spam (lixo eletrônico) e marque a mensagem como ‘Não é spam” para garantir que você receberá os próximos e-mails corretamente.