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Summit Agro

Sistema ILPF melhora produção de animais

Adoção do sistema pode melhorar a produção leiteira e a produtividade de carne bovina por hectare

3 minutos de leitura 09/04/2020 - 12:30

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Até 2050, a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que a produção de alimentos deverá dobrar em relação a hoje. Para o Brasil, isso representa muitas oportunidades, principalmente no que diz respeito ao abastecimento mundial de carne, pois é o maior produtor do planeta. No entanto, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), cerca 65% dos 200 milhões de hectares de pastagens brasileiras estão em degradação. A adoção de sistemas de Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF) melhora a recuperação ambiental, além de proporcionar sustentabilidade social e melhor rentabilidade da produção agropecuária.

A ILPF é uma estratégia de produção que integra sistemas produtivos agrícolas, pecuários e florestais em uma mesma área. A sua adoção tem resultados comprovados de aumento de duas vezes e meia na produção de leite em relação ao sistema tradicional, além de produção de carne bovina por hectare cinco vezes maior que a média nacional. A estratégia promove a intensificação e a integração da produção, com ganhos na oferta de alimentos, redução de pressão para a abertura de novas áreas de agronegócio e promoção de benefícios ambientais. O cultivo pode ser feito de forma consorciada, em sucessão ou em rotação, para proporcionar benefícios para todas as atividades envolvidas.

Entre as principais vantagens dos sistemas ILPF estão melhoria do bem-estar animal, conservação das características produtivas do solo, manutenção da biodiversidade e sustentabilidade da agropecuária, diversificação da produção e maior eficiência na utilização de recursos naturais. A prática ainda permite a geração de empregos diretos e indiretos e reduz a sazonalidade do uso de mão de obra. Também propicia o aumento de produção de grãos, fibras, carne, leite e produtos madeireiros e não madeireiros.

ILPF aumenta produção leiteira

O sítio Valão, localizado no município de Mar de Espanha, na região da Zona da Mata Mineira, sempre baseou a sua produção na pecuária de leite em seus 130 hectares de região montanhosa. As áreas de baixadas e com menor inclinação eram utilizadas para a produção de forragem e grãos para alimentação do rebanho.

O local se tornou um dos modelos de adoção e demonstração de viabilidade da tecnologia ILPF em áreas de montanha, com um trabalho que começou em 2005 na recuperação de pastagens degradadas e implantação de floresta. Nas áreas mais baixas, a ação teve como objetivo produzir silagem de milho e pasto de qualidade. Nas áreas de encosta, o esperado era aumentar a cobertura vegetal protetora para tornar o controle de erosão mais eficiente e diminuir perdas de nutrientes de solos que podem ser carregados pela água.

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Depois de dez anos de aplicação da ILPF, a quantidade diária de leite passou de 400 litros para mil litros. O sítio começou a explorar a produção de lenha para padarias locais e a fabricação de mourões de cerca para utilização própria na proteção das áreas ciliares, o que permitiu a adequação ambiental da propriedade.

Manejo com floresta produz até 32 arrobas por hectare

A implantação da ILPF no Mato Grosso conseguiu alcançar a produtividade de 32 arrobas por hectare na pecuária bovina por ano. O resultado representa uma média cinco vezes maior que a nacional e oito vezes maior que a estadual. O sistema começou em uma área de produção de Nelore no município de Sinop, com uma pesquisa realizada durante um ano pela Embrapa em parceria com a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), a Associação dos Criadores do Norte de Mato Grosso (Acrinorte) e a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).

A área passou a contar com uma linha de eucalipto que proporciona o acesso dos animais à sombra e contribui com a melhoria da ciclagem de nutrientes, quando seus resíduos orgânicos, como folhas, são decompostos pelo solo. O conforto térmico, segundo a Embrapa, tem ligação com o ganho de peso do rebanho: na fazenda em que o teste foi executado, os bois ficaram 90% do tempo de ruminação e 76% do período de ócio na sombra.

Fonte: Embrapa

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