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Silvicultura: tecnologia melhora a produção de eucalipto
Sistemas de plantio inteligentes e adoção de novas tecnologias tornam o cultivo de eucalipto no Brasil um dos mais produtivos do mundo
3 minutos de leitura 09/10/2020 - 10:27
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Desde que a exploração comercial do eucalipto começou no Brasil (entre os séculos 19 e 20), houve muitas mudanças na silvicultura — especialmente a adoção de tecnologias que permitiram aumentar a produtividade de forma exponencial. Dentro do conceito de “tecnologias”, há os modernos equipamentos utilizados para plantio, trato e colheita nas florestas de eucalipto brasileiras, mas também se enquadra o desenvolvimento de técnicas de cultivo inovadoras.
O País pode se tornar um dos principais produtores de eucalipto do mundo. São mais de 5,7 milhões de hectares de florestas, de acordo com o Relatório Anual 2019 da associação Ibá (Indústria Brasileira de Árvores) — uma área 23% maior do que em 2009 e que corresponde a 73% de todo espaço utilizado para a silvicultura no Brasil. Essas florestas são importantes fornecedoras de madeira para as fábricas variadas, servem como matéria-prima para a indústria de papel e celulose, além de serem usadas como carvão vegetal para diversas fontes de energia.
Versatilidade e produtividade que geram renda
A versatilidade do eucalipto é um dos principais fatores que contribuem para o bom desempenho econômico de seu cultivo. O último Relatório Anual da Ibá mostra um aumento de 13,1% no Produto Interno Bruto (PIB) do setor florestal em relação ao ano anterior — R$ 86,6 bilhões foram movimentados, o que corresponde a 1,3% de todo o PIB do País.
Além disso, há um enorme crescimento em exportações de produtos florestais — 12,3% ao ano, desde 2012 —, contribuindo positivamente para a balança comercial brasileira. Segundo os dados mais recentes, o saldo a favor do País é de US$ 11,4 bilhões.
O aumento na produtividade também tem papel importante nesses indicadores positivos — afinal, o Brasil é dono das florestas de eucalipto mais produtivas do mundo, com 36 m3/hectare ao ano. Para efeito de comparação, as regiões que seguem o Brasil no ranking — como China, outros países da América do Sul e o Sudeste da Ásia — ficam entre 25 m3/hectare e 30 m3/hectare ao ano. Além disso, os eucaliptos brasileiros apresentam o menor período de rotação (tempo entre o plantio e a colheita): entre cinco e sete anos.
Produtividade continua crescendo
Mesmo com aumentos exponenciais de rendimento nas últimas décadas, que tornaram o cultivo de eucaliptos tão importantes para a silvicultura brasileira, a indústria ainda encontra espaço para crescer nesse aspecto. Segundo o relatório da Ibá, isso se deve à busca constante por melhores métodos silviculturais, além dos investimentos em pesquisa e inovação.
No primeiro aspecto, instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a própria Ibá estão constantemente realizando novas descobertas para melhorar as técnicas de plantio, trato e colheita do eucalipto. Isso inclui a divulgação de sistemas inovadores, como a integração lavoura-pecuária-floresta, e novos métodos para análise do solo, adubação e controle de pragas.
Quanto à pesquisa e inovação, o Ibá afirma que as empresas associadas investiram R$ 25,8 milhões nessa área em 2018. Além do constante melhoramento genético das diversas espécies de eucalipto plantadas no Brasil, esse investimento é voltado ao desenvolvimento de novas ferramentas de gestão, que auxiliam os silvicultores a controlarem a produção de suas florestas de forma mais eficiente.
Alguns exemplos dessas novas ferramentas que auxiliam na produtividade são os apps para smartphone que registram as atividades no campo e proporcionam informações minuciosas para análise dos gestores (Big Data); ou os computadores de bordo, com mapas cada vez mais detalhados, presentes nas máquinas que fazem a colheita. Com essas ferramentas, a produção se torna mais confiável, rápida e eficiente.
Fonte: Transferência de Tecnologia Florestal/Embrapa, IT Forum 365 e Ibá.
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