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Setores do agronegócio brasileiro
Além da produção rural, os diferentes setores do agronegócio impactam a economia do País
3 minutos de leitura 18/01/2021 - 15:00
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O senso comum costuma acreditar que o agronegócio está restrito a zonas rurais e cidades de interior; contudo, a enorme variedade de setores envolvidos faz que a atividade esteja presente em todo o Brasil e tenha uma influência significativa na economia nacional. De acordo com dados divulgados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em 2019 o agronegócio foi responsável por 21,4% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) do País, gerando mais de R$ 1,55 trilhão para nossa economia.
Os números de 2020 ainda não foram consolidados, mas a CNA estima que o PIB do setor deve crescer 9% no ano, mesmo com a crise causada pela pandemia. Os bons resultados foram possíveis pelo aumento dos preços de várias commodities, pela alta na produção e pelas exportações proporcionadas pela desvalorização do real.
O mercado externo é um dos pontos que mais merecem destaque quando falamos do agronegócio no Brasil. “A cada US$ 10 exportados pelo Brasil, US$ 5 foram do agronegócio”, afirma Lígia Dutra, superintendente de relações internacionais da CNA. Isso corresponde a 58% das exportações brasileiras, segundo os últimos dados divulgados em 2020.
Quais são os setores do agronegócio?
O agronegócio vai muito além das atividades desenvolvidas diretamente no campo. Segundo definições compartilhadas pela Fundação Instituto de Administração (FIA), da Universidade de São Paulo (USP), é possível dividir o agronegócio em três níveis principais:
- primário — No qual estão incluídos produtores rurais, agricultores e pecuaristas;
- secundário — Que engloba agroindústrias e produtores de insumos;
- terciário — Que inclui cadeia de distribuição e comércio, até mesmo exportações.
Em cada um desses níveis, é possível encontrar uma infinidade de setores, e não há limitações exatas, já que essas divisões podem ser diferentes para cada especialista ou entidade e muitos negócios englobam mais de uma atividade. De modo geral, é possível fazer uma primeira divisão no setor primário entre agricultura e pecuária: de acordo com a CNA, a primeira corresponde a 68% do PIB do agronegócio e a segunda, aos 32% restantes.
Na agricultura, é possível dividir os setores produtivos por culturas, e o plantio de grãos é, por uma larga margem, o carro-chefe desse mercado: só a soja é responsável por R$ 1 em cada R$ 4 gerados pelo agronegócio brasileiro, com o milho em terceiro lugar no ranking. O segundo lugar é ocupado pela carne bovina, que é o setor mais importante quando se trata de pecuária.
Além dos três produtos de maior destaque mencionados, pode-se destacar outros 15 setores cujos indicadores são acompanhados continuamente pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura da USP:
- açúcar;
- algodão;
- arroz;
- café;
- citros;
- etanol;
- florestal;
- frango;
- hortifrúti;
- leite;
- mandioca;
- ovinos;
- ovos;
- suínos;
- trigo.
Naturalmente, cada um desses setores necessita de uma cadeia produtiva completa para que o resultado de seu trabalho vá do campo ao consumidor final — retornando aos três níveis mencionados.
Nesse sentido, as agroindústrias que transformam as matérias-primas do campo estão entre os setores mais importantes; segundo dados divulgados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), elas geram 5,9% de todo o PIB do País. Também é possível destacar o setor das agrotechs, que estão levando o mundo da tecnologia e das startups para o agronegócio com um crescimento cada vez maior.
Em resumo, é compreensível que o agronegócio — com toda sua importância para a economia brasileira — tenha uma infinidade de setores relacionados, cada um com múltiplas oportunidades para produtores e empreendedores.
Fonte: FIA/USP, CNA Brasil.
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