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Seguro avícola: entenda o que é e como funciona
O seguro avícola ajuda na prevenção de doenças que podem afetar as produções aviárias e as exportações do País
3 minutos de leitura 26/04/2023 - 13:23
Por: Summit agro
O Brasil é o segundo maior produtor de carne de frango do mundo. Anualmente, as produções chegam a 12,86 milhões de toneladas, de acordo com dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) em 2018. O País lidera o mercado de exportações, enviando 4,1 milhões de toneladas de carne para mais de 150 nações, o que gera uma receita de US$ 7 bilhões.
Tendo em vista esse cenário, o seguro avícola passou a ser uma metodologia de segurança para a economia nacional, auxiliando na prevenção de doenças como influenza e Newcastle. O vírus influenza tipo A nunca foi registrado no País em relação à avicultura, mas tem força extrema de contaminação para diversas espécies de animais, incluindo os seres humanos. A doença de Newcastle está presente há cerca de 15 anos no setor de criação de aves de quintal, mas nunca foi detectada nas produções comerciais.
Por mais que as duas não sejam ameaças latentes no Brasil, prevenir é o melhor caminho para os consumidores e produtores. Uma vez que as patologias infectam as aves, podem gerar desastres na produção e no mercado, além de ocasionar um problema de saúde pública.
Como a infecção impacta a avicultura
Ao notar a presença dessas doenças, o produtor deve realizar o abate das aves contaminadas. Essa atitude causa um efeito dominó em toda a cadeia produtiva, principalmente nas exportações. A ordem de prejudicados começa pelo produtor, segue com a agroindústria e todos os comércios de suprimentos para aves. Outro desdobramento das infecções são as demissões no setor avícola, devido às baixas demandas pelos produtos.
A fim de evitar as enfermidades e os prejuízos causados por elas, foi determinado um plano de proteção exclusivo para os produtores que aderem ao seguro avícola. A ação consiste em cobrir possíveis perdas dos criadores de aves caso os animais sejam infectados. O seguro também oferece fundos indenizatórios em casos de emergências sanitárias. Apesar de o cálculo para assegurar todo o setor avícola somar R$ 320 milhões, a princípio a reserva inicial tem valor de R$ 20 milhões.
O cálculo do seguro avícola
O seguro avícola se baseia na dimensão do patrimônio produtivo — nesse caso, as aves. O valor é calculado com a multiplicação da quantidade de galinhas, frangos ou aves para genética presentes em um estado pelo valor da categoria em questão. Com o resultado, é possível mensurar quais serão os danos máximos caso haja uma contaminação.
De acordo com as normas do Ministério da Agricultura, uma vez detectado um foco das doenças, é necessário abater as aves em até três quilômetros de distância da produção; se houver outro aviário nesse pequeno raio, pode ser necessária a eliminação em até dez quilômetros.
Primeiro estado a assinar o serviço no Brasil
Assinado pela Associação Mato-grossense de Avicultura (Amav/Fesavi), a Associação Brasileira de Proteína Animal (Abapa) e as seguradoras Proposta e FairFax, o primeiro estado a contar com o seguro avícola é o Mato Grosso. Com essa contratação, cerca de 120 milhões de aves serão asseguradas.
De acordo com a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, a atitude demonstra a preocupação do setor da avicultura em relação à melhoria sanitária dos aviários: “Acho que vocês estão inaugurando uma época nova, mostrando que a iniciativa privada está preocupada com a segurança alimentar, para quem ela vai fornecer, e com a segurança também do seu estado. Então, eu vejo isso como uma iniciativa importantíssima. E é claro que todos os estados deveriam seguir esse exemplo”.
Para a Abapa, a criação do seguro avícola para o setor produtivo de aves coloca o Brasil na vanguarda de uma proteção completamente fundamental.
Fontes:Mapa; Estadão
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